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Desabafo não é só para a mesa do bar: como o life coaching reergueu o negócio da Clube do Malte

Como a terapia ajudou Douglas Salvador a superar o vaivém nas vendas da loja virtual de cerveja Clube do Malte

Douglas Salvador, do Clube do Malte: sessões de life coaching colaboraram para vencer a sensação de incompetência diante das vendas baixas e da falta de organização (Clube do Malte/Divulgação)

Douglas Salvador, do Clube do Malte: sessões de life coaching colaboraram para vencer a sensação de incompetência diante das vendas baixas e da falta de organização (Clube do Malte/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 06h00.

Nos últimos dias, a loja online de cervejas artesanais Clube do Malte recebeu um novo executivo dedicado à gestão do negócio. A chegada de um profissional com foco em planejamento, indicadores e rituais corporativos poderia ser algo banal para a empresa — mas não é.

O movimento reflete a jornada de autoconhecimento de Douglas Salvador, que fundou o negócio em Curitiba, em 2009. No ano passado, após a fase mais crítica da pandemia, a venda online de cervejas começou a ratear na esteira da volta do convívio social. “Sentimos algumas dificuldades”, diz ele. “Comecei a me sentir um pouco incompetente.”

Em busca de respostas, ele procurou o serviço de uma terapeuta de life coaching, uma metodologia cuja atuação pressupõe a análise franca de questões tanto do âmbito profissional quanto do pessoal. Nas sessões, ele concluiu ser importante dar mais espaço a pessoas com perfis diferentes do dele no negócio.

Mais: seu espírito animal empreendedor, cheio de ideias, precisava ser aliado ao de alguém com capacidade de prestar atenção aos detalhes. “Sou bom em trazer dinheiro, não em cuidar do dinheiro”, diz ele, que passou a falar de forma franca sobre as próprias limitações.

Imaturidade para lidar com a situação

Chegar até aqui não foi trivial. O empreendedor já tinha feito sessões antes, mas havia parado quando as provocações da terapeuta ficaram mais intensas. “No início, não estava preparado, tinha alguma imaturidade para lidar com a situação”, diz.

Agora, Salvador levou a terapia aos colegas do Clube do Malte. Com frequência os profissionais têm sessões com a terapeuta para análise de perfis, definição de pontos fortes de cada um e criação de um plano de trabalho para superar limitações.

É difícil relacionar uma coisa com outra, mas o fato é que a terapia o ajudou a encontrar oportunidades para a melhora na operação do Clube do Malte. Em 2023, o faturamento deve ficar em 16 milhões de reais, em linha com o planejado no início do ano.

Num mercado cada vez mais concorrido — grandes players, como ­Ambev e Heineken, estão apostando em canais próprios para a venda de bebidas na internet —, prestar atenção às próprias inquietações trouxe a Salvador a capacidade de olhar para o futuro com confiança. “Estamos pensando na organização da porta para dentro, cuidando da rentabilidade e da margem em cada operação”, diz ele.


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