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Fotos de celebridades negras, feitas por um fotógrafo negro: confira o Calendário Pirelli de 2024

Pela primeira vez o Calendário Pirelli foi produzido por um artista africano, apenas com celebridades negras, em fotos multicoloridas

A poetisa Amanda Gorman e a escritora Margot Lee Shetterly: ativismo (Calendário Pirelli/Divulgação)

A poetisa Amanda Gorman e a escritora Margot Lee Shetterly: ativismo (Calendário Pirelli/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 06h00.

Última atualização em 21 de dezembro de 2023 às 07h32.

O Calendário Pirelli, o mais célebre dos anuários, vem acompanhando o comportamento da sociedade. Entre o fim dos anos 1990 e meados de 2010, prevaleceu o apelo sensual que dominou a linguagem das revistas masculinas e das campanhas publicitárias. Nos anos mais recentes, no entanto, as fotos têm mostrado mulheres bem-sucedidas, de beleza real e longe da perfeição, e reinterpretações de histórias lúdicas.

Agora, pela primeira vez os retratos do calendário foram feitos por um artista nascido na África, apenas com homens e mulheres negros. Para a edição de 2024, o fotógrafo convidado foi Prince Gyasi, de Gana. Entre as celebridades fotografadas estão a modelo Naomi Campbell, o ator Idris Elba, a cantora Angela Bassett e o escritor e produtor músical Jeymes Samuel, também conhecido como The Bullitts, entre outros.

O trabalho de Prince é marcado pelo uso de cores muito fortes, tons vermelhos, azuis e rosa, que criam contraste com a pele negra dos personagens. “Cores para mim significam vida. É o que os olhos veem, o que o cérebro entende como mensagem”, afirmou Prince durante a apresentação do calendário, no começo de dezembro, no hotel Intercontinental de Londres.

O Calendário Pirelli completa 60 anos

Prince criou um personagem para cada celebridade. O ex-jogador de futebol ganês Marcel Dessailly é “O Foco”. A cantora nigeriana Tiwa Savage é “A Resiliência”. “Escolhi as cores de acordo com o que vinha à minha cabeça quando pensava em cada um”, disse Prince. A cor que ele mais tem usado no momento é o rosa. “Para mim significa esperança. Mas isso muda muito, dois anos atrás eu via azul em tudo.”

O jovem Prince Gyasi, nascido em Gana: representação do autor do calendário (Calendário Pirelli/Divulgação)

O tema deste calendário é timeless, ou “atemporal”, na tradução. O autor pensou em pessoas de diferentes gerações, que o inspiraram na vida, com base em seu próprio senso de comunidade da África Ocidental. Aos 28 anos, ele fotografou ícones com mais tempo de carreira do que ele tem de vida. “Foi um exercício de humildade. Um grande amigo me disse uma vez para sempre estar preparado para tudo.”

O Calendário Pirelli está completando 60 anos. A publicação surgiu como um presente para os revendedores de pneus, um produto tão funcional quanto sem graça. Os melhores fotógrafos do mundo passaram a ser convidados a encabeçar o projeto, com liberdade para escolher o tema e os personagens.

A publicação de tiragem limitada, em torno de 15.000 exemplares, passou a contar com autores como Terence Donovan, Herb Ritts, Richard Avedon, Bruce Weber e Annie Leibovitz. E assim, pouco a pouco, o anuário foi se tornando uma referência na fotografia, uma obra de arte, um objeto de desejo — e, mais do que tudo, um retrato estilizado dos valores de cada tempo.

O jornalista viajou a convite da Pirelli.

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