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“Unicornissauro”: L'Oréal coloca seu modelo à prova para fazer da Aesop uma marca bilionária

O CEO global da L’Oréal fala da estratégia de unir a força da tradição com a agilidade de uma startup

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Cria da casa: desde 1987 na L’Oréal, Nicolas Hieronimus assumiu a liderança em maio de 2021 (Marcio Mercante/Exame)

Cria da casa: desde 1987 na L’Oréal, Nicolas Hieronimus assumiu a liderança em maio de 2021 (Marcio Mercante/Exame)

Presidente da L’Oréal desde maio de 2021, Nicolas Hieronimus fechou em abril deste ano a maior aquisição da companhia ao comprar a Aesop da Natura &Co. À EXAME, ele detalha os planos para o novo negócio.

As vendas da L’Oréal cresceram 13% no primeiro trimestre deste ano, mesmo com um ambiente macroeconômico global complexo. O que explica os bons números?

Crescemos 1,8 vez o mercado em 2022 e seguimos assim no começo deste ano. Isso comprova a força do nosso modelo. A receita do sucesso soma alguns fatores. Gastamos todos os anos 1 bilhão de euros em pesquisa e desenvolvimento. Criar produtos melhores nos ajuda a vender mais. Outro ponto é nossa frente digital. O e-commerce já representa 28% das vendas globais. Muito é herança das mudanças de hábitos na pandemia. Saímos na frente porque começamos a desenvolver nosso e-commerce e suas ferramentas há uma década.

E como é comandar a empresa em um momento como este?

Meu papel é garantir que a empresa vá na direção correta e saiba aproveitar. Precisamos ser cuidadosos, como fomos na pandemia, mas também rápidos para identificar para onde ir ou em que países investir mais. Costumo dizer que a L’Oréal é um “unicornissauro”: uma mistura de tiranossauro rex, com a força de seus 114 anos, com a agilidade de uma startup.

Vocês foram ágeis e aproveitaram a oportunidade de comprar a Aesop, que tinha outras interessadas. Quais são os planos para a marca?

Nossa estratégia é sempre comprar alguma marca que seja complementar ao portfólio. Com a força global de distribuição, tornamos a marca mundial. A última aquisição tinha sido a CeraVe, excelente em cuidados com a pele. Em cinco anos nós multiplicamos suas vendas por 10. A Aesop é uma bela marca de luxo e pioneira em várias demandas de beleza que estão em ascensão. É unissex, por exemplo, o que dobra seu público-alvo. Ela é luxuosa, trabalha o bem-estar e as sensações. Suas lojas são referência na experiência do consumidor. É uma marca de 500 milhões de dólares, mas queremos que se torne uma marca bilionária, seja em dólares, seja em euros.

Um aposta com a Aesop é o mercado chinês, certo?

Há um potencial enorme. Hoje são duas lojas por lá, mas elas são superbem-sucedidas e o público chinês ama a marca. Estamos no país há 25 anos e temos muitas marcas de luxo, somando 15% do mercado, o dobro do segundo maior concorrente. Mas também vejo outras engrenagens de crescimento, como o segmento de travel retail [vendas em duty free], além de muito potencial na América do Norte e, talvez, no Brasil, onde só há uma loja. O e-commerce também pode melhorar.

É sua primeira viagem ao Brasil como CEO da L’Oréal. Como o país está posicionado dentro da estratégia do grupo?

Os países emergentes contribuem cada vez mais para o resultado. Em 2022, 24% do aumento das vendas veio desses países. O Brasil, em especial, é o quarto maior mercado de beleza do mundo, então é importantíssimo,e ainda temos onde crescer aqui. Mas, mais do que tudo, o Brasil é um país muito diverso. Dos oito tipos de cabelo que identificamos mundialmente em pesquisas, o país tem todos. Dos 66 tons de pele, são 55 identificados. Então, além de ser um país de crescimento, é um mercado que estimula nossa capacidade de inovação.

Essa inovação passa também por investimentos socioambientais no país?

É como um combustível para o crescimento. Recentemente, o Fundo L’Oréal anunciou aporte para regenerar 2.000 hectares de floresta na Amazônia. Investimos na neutralização de carbono, na transformação de resíduos em biodegradáveis e na seleção de fornecedores de comunidades em vulnerabilidade, gerando empregos. Temos, por exemplo, as guardiãs do babaçu, no Norte do país, ingrediente para a máscara de tratamento da Kérastase. Também compramos carnaúba e temos as iniciativas do Fundo L’Oréal para mulheres indígenas, que hoje tem mais de 1.700 beneficiárias e 14 comunidades indígenas atendidas.

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