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Moda e vestuário

Grupo Soma, Grupo Malwee e Lojas Renner são destaques na categoria Moda e vestuário no Melhores do ESG 2023

Kátia Barros, fundadora da Farm, e Roberto Jatahy, CEO do Soma: transformação no mundo da moda (Leandro Fonseca/Exame)

Kátia Barros, fundadora da Farm, e Roberto Jatahy, CEO do Soma: transformação no mundo da moda (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 14 de junho de 2023 às 06h00.

Grupo Soma

Quando o Grupo Soma realizou seu IPO, em 2020, não contava com uma área específica de sustentabilidade. Hoje, pelo menos 17 pessoas se dedicam ao tema. Segundo Taciana Abreu, head de sustentabilidade, o desafio foi criar uma cultura focada no ESG para marcas com diferentes graus de maturidade no tema. “O que nos ajudou a estruturar as boas práticas foram as metas corporativas desdobradas em metas por marcas. Um exemplo foi a inclusão do tema no planejamento estratégico de 2023 de todas as marcas no grupo por meio do Workshop ESG, impactando mais de 90 líderes.”   

Na frente que trata das emissões, a companhia é carbono neutro desde 2020. Além disso, há compromissos alinhados com as metas de soluções com base na ciência aprovadas pela Science-Based Targets initiative (SBTi) para ser net zero até 2030 nos escopos 1 e 2 e até 2050 no escopo 3. A companhia atingiu, em 2022, o compromisso de plantar 1 milhão de árvores em todos os biomas do Brasil por meio do programa Mil Árvores por Dia, Todos os Dias, da marca Farm. “Estamos olhando para a neutralização das emissões ao tornar a operação mais sustentável, buscar matérias-primas com menor impacto e influenciar mudanças na cadeia. Um exemplo é a busca por uma fibra que garanta a redução de 50% das emissões”, diz Abreu.   

De acordo com a executiva, a energia renovável também é foco da companhia. A marca Hering já opera com 99% de energia renovável, além de mais de 60 lojas e o escritório corporativo, que chegam a 100%. “Estamos acelerando essa transição energética nas lojas e nas demais etapas da operação.” Ainda na marca Hering, um case de sucesso é o da camiseta World, que gasta 33% menos energia e água quando comparada com a produção de 2019. Já em relação aos resíduos têxteis, em 2022 mais de 211 toneladas de sobras foram recicladas ou doadas, apoiando parceiros e gerando mais de 2 milhões de reais para artesãs.  

Na frente de diversidade e inclusão, cerca de 70% do grupo é formado por mulheres, mais da metade em cargos de liderança. Na marca Animale, a meta é ter 25% de mulheres negras em cargos de liderança até 2030. “Atualmente, 48% dos nossos profissionais são pessoas negras, mas trabalhamos para avançar na diversidade étnico-racial nos cargos de liderança.” Por isso, a companhia fará um programa de aceleração, além de treinamentos contínuos sobre inclusão. “Na prática, temos cada vez mais estruturadas as três áreas do ESG por meio de treinamentos, cultura e metas assertivas para os próximos anos que estão no radar de todos os funcionários”, finaliza Abreu.  ­

Marina Filippe 


Grupo Malwee

O Grupo Malwee, do setor de moda, segue avançando nos compromissos ESG, com metas cada vez mais ambiciosas. Foi assim que a empresa reduziu as emissões de carbono em 22%, quando comparado a 2019. O resultado é complementar ao ciclo de 2014 a 2020, no qual a companhia reduziu 75% de suas emissões dos escopos 1 e 2. “Esse resultado é possível por causa de uma cultura que incentiva todos os funcionários a pensar na sustentabilidade”, diz Guilherme Weege, CEO do Grupo Malwee. Outro indicador evolutivo de sustentabilidade é o de energia elétrica renovável, que saltou de 83% em 2021 para 100% no ano passado.   

Com a intenção de incentivar mudanças no mercado, o Grupo Malwee apresenta inovações, como o jeans que utiliza apenas um copo d’água na produção. “Em 2021 produzimos 34.044 peças com um copo d’água, representando uma economia de 3.394.187 litros de água em relação a uma lavanderia tradicional. Em 2022, aumentamos em 34% a nossa produção, passando para um total de 45.733 peças, que representaram uma economia de 4.559.580 litros de água”, diz Weege. Outro exemplo é a segunda edição do moletom Des.a.fio, lançado em maio. O produto é feito com 85% de fios de roupas usadas e 15% de fibra pet (de garrafas pet). O modelo anterior, de 2022, tinha 70% de roupas usadas e 30% de fibra complementar. Com práticas como essas, o Grupo Malwee considera que 89% dos produtos fabricados em maio deste ano tinham algum atributo de sustentabilidade. 

Marina Filippe 


Lojas Renner

A varejista de moda Lojas Renner comemora o resultado do primeiro ciclo de compromissos públicos de sustentabilidade, iniciado em 2018 e com resultados anunciados em 2022. Algumas das metas superadas foram diminuir o impacto de 81,3% dos produtos de vestuário da marca Renner e reduzir em 35,4% as emissões corporativas absolutas de dióxido de carbono diante do inventário de 2017. No ano passado, a companhia divulgou o novo ciclo de compromissos, teve as metas de soluções com base na ciência aprovadas pela Science-Based Targets initiative (SBTi) e foi convidada pela primeira vez para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, onde detalhou os compromissos a serem alcançados até 2030.

Entre as ações que chegam para o consumidor há as primeiras calças jeans rastreáveis pela tecnologia blockchain e a ampliação das chamadas lojas circulares da Renner, com a reutilização e o descarte adequado de material. Ainda com foco em potencializar a circularidade, a companhia bateu recorde de vendas no brechó online Repassa, durante a Semana do Consumidor. Também foram lançadas coleções que reaproveitam peças em desuso, amostras e sobras de tecido, reinserindo o material no ciclo de vida do produto. Em 2022 foram coletadas 52 toneladas de embalagens de perfumaria e beleza e 11,5 toneladas de roupas em desuso no programa EcoEstilo.

Marina Filippe 

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