Revista Exame

Marcas que são pessoas: conheça 5 influenciadoras digitais que não existem no mundo real

Avatares trazem humanização e modernidade para as empresas na hora de conversar com os consumidores

Imma, a modelo virtual japonesa que foi uma das concepções pioneiras em transformar avatares digitais em vitrines para marcas (Divulgação/Divulgação)

Imma, a modelo virtual japonesa que foi uma das concepções pioneiras em transformar avatares digitais em vitrines para marcas (Divulgação/Divulgação)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 30 de junho de 2023 às 06h00.

Última atualização em 30 de junho de 2023 às 17h43.

IMMA 

Seguidores nas redes sociais: 400.000

O mundo da moda é um bom lugar para olhar em busca de tendências. Foi de lá, por exemplo, que surgiu a Imma, a modelo virtual japonesa que foi uma das concepções pioneiras em transformar avatares digitais em vitrines para marcas. Por trás da criação, a empresa ModelingCafe, com sede em Tóquio, especializada em imagens e animação geradas por computador. A ideia era testar a capacidade de um personagem de engajar o público nas redes sociais. E deu certo logo de cara. Imma estreou no Instagram em 2018 e, de lá para cá, se tornou um tipo de sensação na internet. Sua aparência única, com seu cabelo rosa, olhos grandes e corpo pequeno, a diferencia de outras modelos virtuais. Mas não é apenas sua aparência que a destaca; é também seu senso de estilo. A influenciadora virtual costuma ser vista vestindo roupas de grife, incluindo peças de nomes como Valentino, Fendi, Chanel, Dior e Balenciaga.


SHUDU 

(Divulgação/Divulgação)

Seguidores nas redes sociais: 239.000

Considerando que as grifes são as primeiras a embarcar em testes de conceito, a aparição de avatares como Shudu só elevam a ideia de que personificar uma marca pode ser um bom negócio. Shudu, fruto da criatividade do britânico Cameron-James Wilson, um jovem fotógrafo de moda, se destaca nesse novo mundo. Ela não apenas impressiona com seu design futurista mas também é um símbolo de representatividade. Wilson concebeu Shudu como uma mulher africana, com a intenção de ressaltar e abraçar a diversidade e a inclusão na moda. Ela favorece grifes que reverenciam as culturas de origem negra em sua essência, aprofundando ainda mais a veracidade de sua personalidade virtual. E, no momento em que Kendall Jenner, Kaia Gerber e Bella Hadid reinam como as it girls de uma geração, Shudu pode ser a precursora da geração que se verá em modelos criadas em computador.


LIL MIQUELA

(Divulgação/Divulgação)

Seguidores nas redes sociais: 3 milhões

Em fotos ao lado de famosas como Pabllo Vittar, Maisa e Rosalía, a personagem Lil Miquela, apresentada como uma jovem de 19 anos de Los Angeles, desponta como o mais bem-sucedido desses experimentos de avatares para marcas. Criação da empresa de tecnologia Brud, Miquela tem uma personalidade bem definida, gostos conhecidos do público, pautas com as quais engaja e amigos -reais que constantemente aparecem em suas publicações. Há até mesmo relacionamentos amorosos compartilhados com os seguidores. Com tamanha complexidade em sua personalidade virtual, ela é escolhida por marcas na hora de levar assuntos como posições e campanhas políticas das empresas, os quais elas, costumeiramente, não assumem em seus canais oficiais. E Miquela agrada ao público. De acordo com o Mintel Consumer Data, quase metade das pessoas que seguem famosos nas redes está interessada em seguir um influenciador virtual. Logo, faz sentido seus 3 milhões de fãs na internet.


SATIKO

Seguidores nas redes sociais: 38.000

Funcionando como um tipo de alter ego virtual da apresentadora Sabrina Sato, a Satiko é um projeto da Biobots Tec, startup que se define como “agência de influenciadores virtuais”. Segue a mesma linha de outros avatares e, desde que foi criada, já foi contratada como influenciadora virtual para trabalhar a divulgação de marcas como Coca-Cola, Renner, O Boticário e Itaú Personnalité. Também lançou NFTs, restaurante virtual no metaverso e fez a cobertura de eventos como o Rock in Rio. A vantagem, nesse caso, é aproveitar a base de seguidores de Sabrina para impulsionar o alcance da versão virtual. A Biobots acredita que Satiko é um meio-termo para o que será no futuro boa parte dos licenciamentos de marcas, em que personalidades conhecidas do público cedem seus direitos para que uma versão artificial de si tome a frente em trabalhos comerciais.


MOÇA

Seguidores nas redes sociais (no perfil da marca): 284.000

A Moça saltou dos rótulos do leite condensado, que estampa desde 1921, e mergulhou no universo virtual com um avatar que mistura as apresentadoras Rita Lobo e Bela Gil. A blusa branca, o avental simples e o coque alto, que há mais de 100 anos marcam o produto da Nestlé nas gôndolas, agora também apresentam a digitalização da Moça para a geração Z nas redes sociais. O funcionamento nesse caso segue uma linha talvez mais tradicional, como o canal para apresentar o uso dos produtos de forma mais moderna. O apelo é a tradição da marca ao levar a “mascote” para a posição de porta-voz. 


NAT NATURA

Seguidores nas redes sociais (no perfil da marca): 5 milhões

A Nat Natura vai muito além de um avatar. A personagem, que também é assistente virtual dos canais de atendimento da varejista, ganha uma camada a mais quando se apresenta na forma de inteligência artificial (IA) e interface conversacional para facilitar a comunicação com os consultores Natura nos canais da empresa. Atualmente, cerca de 60% do atendimento é feito pela Nat, o dobro do objetivo inicial, que era de 30%. Nat começou como uma inovação digital dentro da área de produtos e serviços digitais da Natura, em 2018. Atualmente, já cobre os principais fluxos de atendimento, entre eles negociar boletos, emitir segunda via, tirar as principais dúvidas sobre produtos e ciclos de venda e sugerir pedidos para o carrinho.

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