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Alexandre Pinto conheceu a música eletrônica quando era adolescente. Foi quando escutou por acaso na icônica loja Hi-Fi do MorumbiShopping, em São Paulo, um CD gravado pelo DJ Mau Mau. “Achei o som muito diferente e adorei”, diz. Algum tempo depois, em uma viagem para Londres no final dos anos 1990, ele visitou as então famosas lojas de música HMV, Tower Records e Virgin Records. “Passei horas escutando centenas de discos. No fim escolhi uma coleção de CDs do Ministry of Sound, famoso club londrino de música eletrônica. Era tudo muito diferente.”

No Brasil, Pinto começou a frequentar festas como Free Jazz Festival, Club Base, Lov.E Club e Skol Beats D-Edge. “Foi uma época incrível, em que tive a oportunidade de escutar os melhores DJs de techno do mundo. Foi nesse período que minha paixão pelos toca-discos começou”, conta. Ele e um amigo participaram da segunda turma do curso de formação de DJs da Ban com William Schiavon, no começo dos anos 2000. Logo os dois amigos começaram a organizar festas de música eletrônica em Franca, no interior de São Paulo, cidade da ex-mulher de Pinto.

O ponto mais alto dessa incipiente carreira de DJ, lembra ele, foi no Natal de 2005, quando eles tocaram na mesma festa que a incensada DJ francesa Miss Kittin. Com o nascimento do primeiro filho e o início dos desafios do mundo corporativo, ele abandonou o sonho de ser DJ profissional e colocou foco no trabalho. “Brinco com minha mãe que ela tem de agradecer que eu não conheci a música eletrônica antes. Senão minha vida teria sido outra”, diz.

Alexandre Pinto se formou em administração de empresas pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, e fez cursos de aperfeiçoamento na Fundação Getulio Vargas, no MIT e na SingularityU. Seu primeiro trabalho foi na empresa familiar, uma importadora de papelaria fina. Primeiro como estoquista, depois na área administrativa. Em 2000 sua família se mudou para o exterior. Ele assumiu então a direção da empresa e mudou o foco para o mercado editorial, principalmente de livros de arte. Em 2008 ele recebeu um convite para coordenar a divisão gráfica da União Química Farmacêutica e, mais tarde, a área de supply chain da empresa.

 

Até que em dezembro de 2021 veio o convite para ingressar na Le Creuset, marca das desejadas panelas de ferro fundido e esmaltado, com preço médio de 1.500 reais. Pinto começou como diretor das áreas de supply chain, recursos humanos e customer experience. Em julho do ano passado foi promovido a CEO da operação do Brasil, Chile e Colômbia. E em dezembro passado recebeu um inesperado telefonema. “Eram 8 e meia da noite de uma sexta-feira e veio esse presente, né? Era a oportunidade de assumir toda a América Latina, com México também”, diz.

A entrevista com a EXAME Casual teve de ser feita por videoconferência porque Pinto estava em sua primeira viagem ao México no novo cargo. O executivo enxerga oportunidades e desafios na operação. Na maior parte dos países o crescimento em vendas tem sido de 20% ao ano, em parte devido a mudanças comportamentais com a pandemia, que fez muita gente passar a se dedicar mais à cozinha. Mas, enquanto o Brasil conta hoje com dez lojas, mercados similares têm o triplo. “É uma marca muito forte, mas muita gente ainda não conhece. Estamos confiantes”, diz.

Alexandre Pinto cozinha pouco. Diz que está em seus planos dedicar-se mais às panelas. Para isso precisará deixar as picapes um pouco de lado. Durante muito tempo ele costumava se reunir com um grupo de sete amigos, todos DJs amadores, e ficavam tocando por horas. “Hoje todo mundo está com filhos, cheio de compromissos profissionais, é mais difícil”, diz. O executivo costuma agora tocar uma vez por semana, em casa mesmo, em seus dois toca-discos Technics, a mixer Pioneer V10, a interface de áudio Serato e as duas potentes caixas de som. “Esse equipamento é suficiente para dar uma festa ao ar livre para 500 pessoas.”

Sua coleção conta com 800 discos de vinil e CDs, mas as compras hoje se resumem a raridades garimpadas em lojas especializadas na região da Galeria do Rock que não estão disponibilizadas em formato digital. O filho mais velho, hoje com 16 anos, já pegou gosto por tocar. E até a filha de apenas 11 meses já começa a mexer nos discos. Mas seu gosto está cada vez mais eclético e menos preso ao bate-estaca. “Tenho comprado de sertanejo a jazz, muita MPB, Tim Maia, Lulu Santos, bandas dos anos 1980 que eu nem conhecia”, diz o executivo DJ.


Seja você um DJ
As dicas do executivo para quem quer começar a tocar

→ Invista em um bom equipamento: toca-discos ou CDJ, mixer e caixa de som

→ Comece pelos equipamentos analógicos, ou seja, toca-discos. Apesar de ser mais difícil, fornece uma base de conhecimento muito melhor

→ Faça um bom curso de DJ. Hoje há boas opções disponíveis

Como em tudo na vida, tenha muita disposição para treinar

→ Escute muita música para ter repertório e lapidar seu estilo

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