Revista Exame

Ranking Negócios em Expansão 2023: conheça as empresas da categoria de R$ 5 a R$ 30 milhões

Quem viu oportunidade na pandemia se saiu bem. É o caso das cinco primeiras colocadas dos 137 negócios em expansão com esse faturamento

Rodrigo Felipe, fundador e CEO da You Saúde
 (Divulgação/Divulgação)

Rodrigo Felipe, fundador e CEO da You Saúde (Divulgação/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repóter de Negócios

Publicado em 28 de julho de 2023 às 06h00.

Última atualização em 28 de julho de 2023 às 13h10.


A empresa que mais cresceu

YOU SAÚDE - Belo Horizonte

Rodrigo Felipe, fundador e CEO

O QUE FAZ: Vende planos de saúde

RECEITA EM 2022: 14,6 milhões de reais

RITMO DA EXPANSÃO: 1.175%

MOTIVO DO CRESCIMENTO: Criou um produto de saúde para atender empresas e profissionais liberais no meio da pandemia


A pandemia exigiu força de vontade e uma boa dose de adaptação das PMEs. Quem enxergou oportunidades na crise saiu dela muito melhor do que entrou. É o caso das cinco primeiras colocadas de uma lista de 137 negócios em expansão entre 5 milhões e 30 milhões de reais de faturamento. A mais bem colocada dessa lista é a mineira You Saúde, um plano de saúde com atuação na Grande Belo Horizonte aberto no meio da pandemia pelo empreendedor Rodrigo Felipe. Na ocasião, ele liderava um negócio de gestão organizacional e via muitos clientes com dificuldades no relacionamento com planos de saúde, assoberbados com os custos extras advindos da crise sanitária. Muitos até nem queriam novos clientes, o que deu o clique em Felipe para a oportunidade no ar. “Por algum tempo fomos a única operadora que estava aceitando novas adesões”, diz ele.

Em 2022, a You faturou 14,6 milhões de reais, quase 12 vezes acima do patamar do ano anterior. Atualmente, são mais de 55.000 pessoas cadastradas, a maioria por meio de planos coletivos de adesão, populares entre empresas e profissionais liberais. A rede cadastrada tem 350 clínicas e 90 hospitais em Minas Gerais, Amazonas, Pernambuco e Espírito Santo. A expansão rápida se deve muito à experiência de Felipe como corretor de seguros. “Valorizo esse profissional e entendo a importância dele na captação de clientes”, diz. Até o fim do ano, a You espera ter 90.000 usuários.

O chacoalhão causado pela covid-19 nas relações comerciais ajudou a Central Vet, uma distribuidora de produtos para clínicas veterinárias fundada há 16 anos em Vinhedo, no interior paulista. A área da saúde como um todo sofreu com a falta de insumos na crise sanitária. Vendo pet shops às voltas com prateleiras vazias, a empreendedora Solange Torelli Rodas foi atrás de fornecedores diferentes para ampliar o portfólio e, assim, ter condições de capturar essa demanda. Hoje, são 1.300 clínicas cadastradas, o dobro desde o início da pandemia. “Em razão do aumento no número de clientes, conseguimos renegociar contratos internacionais para refletir esse ganho de escala”, diz Rodas.

Alguns negócios abertos na pandemia conseguiram manter o ritmo com uma aposta na retomada das interações presenciais após a crise sanitária. Um bom exemplo é a rede de hortifrútis carioca La Bella Fruta. Aberta em 2020, no Recreio, zona oeste do Rio de Janeiro, o negócio demorou a decolar por causa do abre e fecha do comércio de rua em razão do risco sanitário. Tudo isso coincidiu com o fim da sociedade inicial do negócio, hoje tocado só por Sthefano Pirozi, um dos sócios-fundadores. A volta dos clientes ressaltou algumas das inovações da La Bella Fruta, como tecnologias para umidificação constante de verduras, aromatização das lojas e embalagem a vácuo dos alimentos. Em 2022, a empresa inaugurou outras duas lojas no mesmo modelo. A expansão motivou a alta de oito vezes na receita da La Bella Fruta, que fechou o ano com quase 8 milhões de reais.

Para além de circularem mais para fazer compras, as pessoas voltaram a viajar com gosto em 2022. Foi o suficiente para movimentar o mercado de multipropriedades, no qual pessoas físicas compram cotas para usufruto por tempo limitado em resorts e condomínios de luxo em destinos paradisíacos. A tendência elevou as vendas do Own Time Home Club, um condomínio de alto padrão com 24 casas, 40 apartamentos e área de lazer completa em obras nos arredores de Gramado, na serra gaúcha. “O diferencial é que os cotistas vão ter acesso a um imóvel completo, e não apenas a um quarto de hotel”, diz Jeferson Braga, CEO da incorporadora à frente das obras. “As pessoas estão buscando mais liberdade e conforto, e nós queremos oferecer o serviço mais completo e sustentável”, diz Braga. Em 2022, a empresa cresceu 904%, com receita de 11 milhões de reais.

O ranking de 2023 trouxe ainda exemplos de negócios prejudicados por choques pré-pandemia e que, com habilidade para encarar o tranco nos momentos mais difíceis, souberam dar a volta por cima. É o caso da empresa de infraestrutura goiana Mendes Lôbo. Aberta em 2014 pelo engenheiro Renan Lôbo, a empresa estreou num momento inoportuno. Naquele ano, a descoberta de corrupção em massa em empreiteiras brasileiras no âmbito da Operação Lava Jato paralisou obras país afora. Com o mercado parado, a Mendes Lôbo quase fechou as portas em 2018, mas o fundador seguiu confiante na própria capacidade de reverter o jogo. “Passei a acompanhar de perto a parte técnica dos projetos e aos poucos fui conquistando meu espaço no mercado”, diz ele. A guinada veio em 2020, em meio ao bom momento da construção civil, um dos poucos setores que passaram ilesos pela crise sanitária. “Conseguimos ter fôlego para pegar obras grandes”, diz Lôbo. Em 2022, a empresa foi contratada para tocar obras de aterros sanitários e da ampliação de redes de saneamento em Rondônia e Mato Grosso. Atualmente, grandes obras representam 40% do faturamento da Mendes Lôbo, que ganhou 29,9 milhões de reais no ano passado, alta de 815% em 12 meses.

Veja a lista completa das empresas selecionadas para o ranking, nas seguintes categorias:


(Publicidade/Exame)

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