Revista Exame

Ranking Negócios em Expansão 2023: veja as empresas da categoria de R$ 150 milhões a R$ 300 milhões

A retomada do convívio social nos últimos meses colaborou, de maneira distinta, para o desempenho das empresas mais bem colocadas nesse grupo

Ricardo Silva Bernardes, fundador e CEO da TD construtora

 (Leandro Fonseca/Exame)

Ricardo Silva Bernardes, fundador e CEO da TD construtora (Leandro Fonseca/Exame)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repóter de Negócios

Publicado em 28 de julho de 2023 às 06h00.

Última atualização em 28 de julho de 2023 às 13h03.


A empresa que mais cresceu

TD construtora - Bragança Paulista (SP)

Ricardo Silva Bernardes, fundador e CEO

O QUE FAZ: Presta serviços em construção civil

RECEITA EM 2022: 221 milhões de reais

RITMO DA EXPANSÃO: 292%

MOTIVO DO CRESCIMENTO: Apostou na retomada da construção pesada no Brasil ao fechar contratos de obras para grandes clientes, como a Petrobras


A retomada do convívio social nos últimos meses colaborou, de maneira distinta, para o desempenho das empresas mais bem colocadas na categoria de 150 milhões a 300 milhões de reais do ranking Negócios em Expansão 2023. Um exemplo vem da empresa de refeições corporativas Premium Essential Kitchen, fundada em 1990, em São Paulo. Em 2022, sua receita cresceu 123%, para 295 milhões de reais. A volta do trabalho aos escritórios animou a Premium, que sofreu na pandemia. “Foi preciso baixar margem e criar cardápios mais simples para manter clientes”, diz a CEO da empresa, Caroline Nogueira.

Ajustes no modelo de negócios da Premium ajudaram a empresa a voltar com tudo. Um deles foi a oferta de marmitas e pratos congelados para consumo na casa dos funcionários. Ambos viraram carros-chefe no portfólio da Premium. Vencido o baque causado pela quarentena, a Premium quer novos clientes. “Vamos investir em editais para fornecer a órgãos públicos”, diz Caroline.

A volta do trabalho presencial ajudou a baiana Unentel a praticamente dobrar de tamanho em 2022 — a empresa fechou o ano com receita de 151 milhões de reais, alta de 95%. Fundada em Salvador, a Unentel distribui equipamentos de informática, como telas para videoconferência, notebooks, desktops e cabos de rede. “Vendemos muitos itens para o retorno ao escritório, desde fones de ouvido até servidores”, diz Frederico Passos, vice-presidente da empresa, aberta em 2014 pelo pai dele, Cleber. Em tempos de inteligência artificial, a demanda por tecnologia nas empresas explica o desempenho espetacular da Unentel. Em 2021, na primeira edição do ranking Negócios em Expansão, a empresa baiana ficou na 21a posição na categoria de 30 milhões a 150 milhões de reais, com alta de 76% na receita. “Estamos sempre olhando para tendências com cinco anos de antecipação”, diz Passos.

Setores pouco afetados na fase mais aguda da pandemia, como o de construção civil, enfrentam desafios após o isolamento social. A quarentena antecipou a compra e a reforma de moradias. Agora, há quem troque a despesa com a casa pela compra de uma roupa nova ou um jantar num restaurante bacana. Para as construtoras, o jeito tem sido abrir novas frentes de negócios. Foi a estratégia da Lidera, de Barueri, na Grande São Paulo, que faturou 186 milhões de reais em 2022, alta de 55%. Fundada há dez anos, a Lidera ergue prédios residenciais em 20 cidades nos arredores de São Paulo, como Caraguatatuba e Sorocaba. O portfólio da Lidera tem opções para todos os bolsos: de apartamentos de altíssimo padrão no bairro planejado Alphaville, em Barueri, a condomínios voltados para clientes do programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida, relançado em junho pelo governo federal. “No último ano, os projetos de alto padrão enfrentaram mais dificuldades”, diz o CEO Leandro Galli. “As residências econômicas tiveram um desempenho melhor.” A meta para 2023 é entregar 4.500 habitações populares, o triplo do ano passado. “O mercado já sinaliza uma queda de juros, e o governo aumentou os subsídios do programa de moradia popular”, diz Galli.

A construção pesada brasileira segue longe da euforia pré-recessão de 2014. Mesmo assim, nos últimos anos empresas indutoras de grandes investimentos, como a Petrobras, melhoraram as finanças e voltaram a tocar grandes obras. A petroleira fez a construtora TD crescer praticamente quatro vezes em 2022. A empresa de Bragança Paulista, no interior paulista, faturou 221 milhões de reais no ano passado, 292% mais que em 2021. O ritmo conferiu à TD o posto de maior expansão entre negócios na categoria de 150 milhões a 300 milhões de reais. Fundada em 2006 pelo executivo carioca Ricardo Silva Bernardes, a TD aproveitou o impacto da Lava Jato sobre as empreiteiras tradicionais, algumas impedidas de participar de licitações em razão das denúncias de corrupção, para entrar no mercado de grandes obras. A estreia foi na obra de uma rede de gás em Belo Horizonte, em 2018. A virada de chave veio no ano passado, com obras na refinaria da Petrobras em Duque de Caxias. Além dela, a TD presta serviços à petroleira em Macaé, no litoral fluminense, um dos principais acessos ao petróleo na camada do pré-sal. Pela relevância da Petrobras, a liderança da TD mudou-se para a Baixada Fluminense. “Estamos acompanhando de perto as operações”, afirma Bernardes.

Apesar de a volta ao presencial ter movimentado a economia, resquícios da pandemia seguem gerando bons negócios. O risco de cair num golpe virtual (um vírus no aplicativo do banco, por exemplo) cresceu na pandemia. A busca por soluções de cibersegurança está por trás da expansão da fintech paulistana QI Tech, aberta em 2018 para oferecer tecnologia ao mercado financeiro. No portfólio estão o desenvolvimento de aplicativos financeiros a terceiros e a integração entre milhares de sistemas por trás de um internet banking. Em 2022, a QI Tech faturou 184 milhões de reais, 135% acima do que ganhou em 2021. No período, a QI comprou a Zaig, uma startup de prevenção de fraudes. “Garantimos mais segurança antifraude, assim como mais uma verificação de dados no cadastro inicial”, diz o sócio Marcelo Bentivoglio. Em 2023, a QI recebeu autorização da CVM para operar como corretora. “A expectativa é chegar a 5 milhões de reais em ativos até o fim do ano”, diz o fundador da QI, Pedro Mac Dowell.

Veja a lista completa das empresas selecionadas para o ranking, nas seguintes categorias:


(Publicidade/Exame)

Acompanhe tudo sobre:Revista EXAMEEdição 1253

Mais de Revista Exame

Cocriação: a conexão entre o humano e a IA

Passado o boom do ChatGPT, o que esperar agora da IA?

O carro pode se tornar o seu mais novo meio de entretenimento

Assistentes de IA personalizáveis ajudam a melhorar a experiência do cliente

Mais na Exame