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The Town: quais foram os melhores shows do festival, segundo a EXAME?

A redação da EXAME acompanhou os cinco dias do festival e elencou os 10 melhores shows; veja quais foram

Quais foram os melhores shows do The Town? (Ariel Martini/ The Town/Divulgação)

Quais foram os melhores shows do The Town? (Ariel Martini/ The Town/Divulgação)

Publicado em 11 de setembro de 2023 às 14h00.

Última atualização em 11 de setembro de 2023 às 14h14.

O The Townfestival de música em São Paulo dos mesmos organizadores do Rock in Rio, chegou ao fim neste domingo, 10. Depois de cinco dias intensos de evento, que levaram mais de meio milhão de pessoas ao Autódromo de Interlagos, fica o gostinho de "quero mais", tanto para novos artistas na segunda edição, em 2025, quanto para uma estrutura melhor para o público.

Apesar das dificuldades do festival com a chuva, escoamento de pessoas e organização, um fato é inegável: o The Town serviu bons shows. Passaram pelos palcos do Autódromo bandas e artistas internacionais, como Foo Fighters, Maroon 5, Garbage, Yeah Yeah Yeahs, The Chainsmokers, Bruno Mars, Demi Lovato, Post Malone e Bebe Rehxa, e também nacionais, como Barão Vermelho, Detonautas, Iza, Ludmilla, Gloria Groove, Jão, Pitty, Pabllo Vittar e vários outros.

E embora quase todos tenham entregado ótimas performances, algumas apresentações ficaram mais marcadas do que outras. Veja abaixo os melhores shows do The Town, segundo a redação da EXAME:

Como foi o The Town?

Os 10 melhores shows do The Town

1º - Bruno Mars

Nos dois shows que apresentou no festival, o "Bruninho" deu a vida: cantou, dançou, fez piadas, tocou e mostrou que tem talento de sobra. Bruno Mars agitou o palco Skyline como headliner do segundo e do último dia. Com uma apresentação que reuniu dança, instrumental e interação com o público, o artista não apenas surpreendeu, mesmo em sua segunda passagem pelo The Town, como também fez valer o ingresso e as condições adversas do festival.

A performance de Bruno Mars envolveu uma boa mescla de diferentes estilos, como pop, jazz e reggae, incluindo ritmos de rock feitos com guitarra pelo próprio havaiano. Trechos de covers também marcaram a apresentação do "show-man", como “Fuck You”, de Cee Lo Green.

Com carisma excepcional, a atração ficou eternizada pelas brincadeiras e piadas em português. O artista repetiu a brincadeira no telefone, como parte da introdução de uma de suas músicas, e acrescentou frases novas. "Oi, sumida", brincou ele. Quando disse “Quero você, gostosa”, logo em seguida de "Hey, it's me, Bruninho" (Ei, sou eu, o Bruninho), o cantor conseguiu seduzir o público.

Aproximadamente no meio da apresentação, no piano, o artista fez um pot-pourri das suas principais canções, como “Nothin’ On You”, “Talking To The Moon”, Just The Way You Are” e “Grenade”, além de outros hits irresistíveis como “Uptown Funk".

O show também ficou marcado pela presença de Xororó no público, que ouviu tocar sua música "Evidências", causando euforia.

2º - Foo Fighters

A banda de Dave Grohl foi uma das primeiras a serem anunciadas para o The Town, no início do ano, e também uma das primeiras a fazer com que os ingressos do festival se esgotassem em poucas horas depois do anúncio das vendas.

No sábado, 9, deu para entender o motivo do frenesi: o Foo Fighters fez a apresentação mais longa do festival, com 2h30 de duração, para um público que, mesmo às 23h da noite, gritou e dançou a apresentação inteira. Os fãs chegaram cedo e correram para a grade em uma disputa intensa pelo melhor lugar para ver o show. E mesmo debaixo de uma chuva leve, não saíram de perto do palco. Na hora da apresentação, o público era tão grande que se perdia de vista na área do Skyline e chegou a "invadir" parte do espaço do palco The One.

Sob a energia inexplicável de Dave Grohl, de 54 anos, os fãs gritaram as letras de "All My Life", música com a qual o Foo Fighters sempre costuma abrir seus shows. O coro da multidão ficou ainda mais forte nas canções "My Hero", "Times Like These", "Best of You", "Monkey Wrench" e "Everlong", que encerrou a apresentação.

A banda também surpreendeu o público ao tocar "These Days", que tem ficado de fora dos setlists da turnê do Foo Fighters pelo mundo.

Dave também expressou seu amor e carinho pelos fãs brasileiros em diversos momentos do show. "Sabem, o Foo Fighters cantou em todo o canto do mundo esse ano. E ouvimos os fãs, mas vocês... Vocês são a melhor plateia do mundo, não tem nada igual ao que fazem aqui. É lindo ver vocês cantarem, e eu quero cantar com vocês também", comentou ele. Várias vezes o cantor pediu para que a organização iluminasse a plateia para que ele pudesse ver seus fãs cantarem e dançarem.

O show ficou marcado pela energia contagiante da banda, assim como momentos mais tristes, como a homenagem ao antigo baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, que morreu em 2022, dois dias antes da apresentação do grupo no Lollapalooza.

"Eu não quero dizer tchau, não gosto disso. Então vou dizer até breve, porque quando a gente voltar (e vamos voltar), a gente toca o resto das nossas músicas com vocês", finalizou o vocalista.

3º - Ludmilla

Ludmilla, que já acumula mais de dez anos de carreira, aterrissou no palco Skyline em um cofre dourado ao som de helicópteros. A apresentação contou com banda ao vivo, jogos de luzes e de câmeras bastante dinâmicos, que relembram em partes a estética da última turnê da espanhola Rosalía.

Além disso, a artista trouxe aos palcos claras alusões à uma de suas maiores referências: a cantora norte-americana Beyoncé. A performance foi dividida em três atos, na qual trouxe ao público grandes hits da sua trajetória. A apresentação começou com “Hoje”, de 2014, “Sou Má”, lançada no ano passado e “Onda Diferente”, faixa em parceria com Anitta e Snoop Dogg, de 2019.

A apresentação também trouxe ao público a atualização de seu repertório. A faixa “Sintomas de Prazer”, por exemplo, já acumula mais de sete milhões de streams no Spotify e é do seu último álbum, intitulado “Vilã”.

Durante a performance da música, a artista dançou ao lado da esposa, a influencer digital e dançarina Brunna Gonçalves, que foi uma das participações surpresas e levou os presentes a um grande momento de frenesi. Quando cantou “Toda Forma de Amor”, Ludmilla chamou ao palco o cantor Lulu Santos. A música levantou uma das grandes bandeiras defendidas por Ludmilla: que as pessoas consigam ser o que quiserem. Além disso, durante a performance de “Verdinha”, de 2019, a artista fez menção clara em apoio à legalização da maconha no Brasil.

Outro destaque que merece ser mencionado foi o time de dançarinos da artista. Conhecidos como “ballet da Lud”, os dançarinos tiveram papel importantíssimo para definir o tom da apresentação. Em momentos de troca de figurino da cantora, os profissionais ocuparam o palco e entreteram o público de uma forma divertida e espontânea.

A artista também aproveitou a oportunidade para anunciar que trará seus shows aos navios.

Levando todos estes elementos em consideração, não é exagero nenhum definir a apresentação da cantora como uma das performances mais completas do festival até agora, onde nem o indício de chuva, que não estava prevista para o dia, abalou a plateia presente. O show no The Town foi oportunidade encontrada pela artista para mostrar sua maturidade musical, que se consolida como um nome relevante em três diferentes estilos: no pop com músicas como “Deixa de Onda”, no funk com “Baile de Favela” e no pagode, com faixas do álbum Numanice.

4º - Gloria Groove

É verdade que os fãs da Gloria Groove já esperavam que o show do The Town fosse, no mínimo, energético: a cantora é conhecida por apresentações que fazem o público sair do chão. O que ninguém esperava era que, além da energia, Gloria também trouxesse uma gama tão grande de referências, com um verdadeiro espetáculo de visuais que misturou funk e pop com teatro

No palco The One, a artista mostrou que os gêneros musicais que canta podem ser compostos de várias outras raízes da música, como R&B, Ópera e até rock. Ela abriu sua apresentação com "Sobrevivi", uma homenagem às pessoas queer, e depois seguiu com "A Tua Voz", "Nossa Música", "Leilão", "Greta", "A Caminhada" e "Radar".

A cantora trocou de roupa algumas vezes durante seu show, fez alguns covers de músicas, como "Wonderful", do cantor Ja Rule, e apresentou o novo bordão: "os dias são de luta, mas as noites são de Glória!".

O destaque, além da performance que hipnotizou o público, também foi a banda que acompanhou a artista e mesclou diversos gêneros musicais durante a apresentação.

Gloria terminou a noite com uma das melhores apresentações do The Town, cantando "A Queda", "Bumbum de Ouro", "Mil Grau", "Bonekinha" e "Vermelho".

5º - Pitty

No último sábado, 9, Pitty subiu ao palco Skyline no The Town em apresentação nostálgica. Além da banda ao vivo habitual, a cantora baiana estava acompanhada da Nova Orquestra, que contava com instrumentos de corda, como o violino, e sopro, como o saxofone, o que deu um tom diferenciado às músicas já muito conhecidas pelo público.

Mesmo com o tempo nublado, Pitty brilhou durante a apresentação e a performance contou com hits como “Teto de Vidro”, “Admirável Chip Novo”, “Equalize” e “Semana que Vem”. “Muito obrigada por esse afeto e esse amor, que isso se multiplique hoje em forma de música”, disse a cantora em discurso emocionado.

A apresentação só reforçou o fato de que o álbum “Admirável Chip Novo”, de 20 anos atrás, que chancelou a cantora como uma figura importante na cena do rock nacional, se mantém como uma produção musical extremamente relevante e querida pelo público – que cantava as músicas linha por linha.

Além de todo o carisma, a cantora mostrou que dominar os palcos e ter um diálogo com o público nunca foi um problema para ela. Em certo momento, Pitty pediu para que o público abrisse uma roda no meio da pista e, seguindo a sua contagem, todos deveriam correr para o meio, emulando em partes a energia das rodas de bate cabeça, tão comuns no meio do rock. Com a plateia acompanhando cada detalhe, Pitty optou por fechar a apresentação de onze músicas com o hino “Me Adora”.

6º - Luísa Sonza

No Skyline, Luísa Sonza mostrou ao público que é muito mais que as letras rasas de "Sentadona" e "Cachorrinhas". A cantora dedicou mais da metade do show para cantar as músicas de "Escândalo Íntimo", que estreou semana passada. O novo álbum mostra um amadurecimento da cantora em comparação ao "Doce 22", mas ainda conta com singles dançantes e com potencial viral para o TikTok. Destaque para "Lança Menina" e "Luíza Manequim", que conta com trechos de Rita Lee e Abílio Manoel.

Fãs da cantora já sabiam de cor as letras de "Chico", "Principalmente Me Sinto Arrasada" e outras músicas de "Escândalo Íntimo". No palco, Luísa Sonza demonstrava a mesma energia e emoção dos grandes artistas que inspiraram o álbum: cada letra cantada era como uma conversa com quem estava disposto a escutar. Com "Escandalo Intimo", Sonza se solidifica ainda mais como uma das maiores popstars do Brasil.

De noite, ela apareceu também de surpresa ao lado da cantora Bebe Rexha e, juntas, as artistas fizeram o chão do palco tremer. Além do talento musical, as duas também fecharam a apresentação com um "selinho", que levou o público aos berros.

7º - Ne-Yo

Ne-Yo não decepcionou os fãs que buscavam um show eletrizante, com as canções mais icônicas de sua carreira, sobretudo quando suas músicas estavam entre as mais tocadas nas rádios, nos anos 2000.

No The One, o cantor norte-americano destacou vários hits que marcaram o início de sua carreira no pop e R&B, como "So Sick", "Because of You", "Irreplaceable" e "Give Me Everything".

Essa foi a primeira vez que o artista se apresentou no Brasil, e o performer surpreendeu o público com a voz e presença de palco, além das coreografias. Conectado com a plateia, o cantor se apresentou em um mar de luzes de celular quando cantou algumas de suas canções mais românticas.

O show também contou com hits de nas rádios nos anos 2000, como "One In a Million", "Champagne Life" e "Miss Independent".

8º - Seu Jorge

Com uma banda ritmada e participações especiais, Seu Jorge agitou o palco The One no penúltimo show da noite. O artista cantou seus hits mais famosos como: "Mina do Condomínio", "Quem não quer sou eu Carolina, entre outros.

A atração contou com a participação do rapper Ed Rock, um dos vocalistas do grupo Racionais MC's. Com o hit "That's My Way", a emoção contagiou aos quase 40 mil que presenciaram o show.

Outra participação foi a do produtor Papatinho, com música "Fim de Semana" que também conta com o rapper Black Alien, do antigo grupo SNJ.

9º - Chainsmokers

No palco Skyline, o grupo Chainsmokers fez um show que atendeu as expectativas de quem queria ritmos eletrônicos e conhecidos hits do pop rock.

A dupla alternou entre trechos de outros artistas e também autorais. Como era esperado, eles apresentaram "Don't Let me Down" e "Closer", a canção que fez o duo estourar nas paradas musicais em 2016.

Em relação ao setlist, os DJs-produtores Andrew Taggart e Alex Pall contaram com diversos estilos, como indie, pop, rock e o dance para mesclar com as batidas eletrônicas. Entre os "covers", estavam trechos de músicas das bandas Fall Out Boy, Blur, Robyn, Red Hot Chili Peppers e The Verve. "Something Just Like This", canção produzida em parceria com o Coldplay, foi outro destaque, desta vez cantada por Andrew.

Semelhante à apresentação de Alok, Andrew e Alex usaram pirotecnia, fogos de artifício, chamas e fumaça para agitar a plateia. Embora não tenham o mesmo arsenal tecnológico do brasileiro, a tática da dupla norte-americana deu certo para animar o público. Na frente do palco, poucos resistiram a dançar os hits.

10º - Alok

A apresentação de Alok era uma das mais esperadas do segundo dia do Town. Apesar do atraso de 20 minutos, o DJ agitou o palco Skyline com setlist mais focado em seus megahits próprios. Mesmo assim, o goiano trouxe trechos de músicas de outros artistas, como "Another Brick in the Wall", do Pink Floyd, e "The Rhythm of the Night", do Corona. Durante a apresentação, Alok também fez um remix com o refrão de "Tá ok", de Kevin Oh Chris com Dennis DJ.

O ápice da performance foi quando recebeu Zeeba, cantor com quem apresentou o hit do assobio "Hear me now", e mais três parcerias: "Ocean", "Never Let me Go" e a ainda inédita "Nossos dias".

Como é tradição em seus shows, Alok comandou o público do The Town com coro “Ôôôôô”, do celular com as lanternas acesas, além de movimentos de braço e registro do show com drones no céu do Palco Skyline.

BÔNUS

11º - Criolo convida Planet Hemp

Em meio a chuva forte que marcou o primeiro dia do The Town, Criolo subiu ao palco The One ao lado de Planet Hemp, grupo liderado pelo rapper Marcelo D2. Apesar da chuva, o público estava animado acompanhando o show, se reunindo em rodas de dança e curtindo os hits de rap.

A noite contou com sons como “Sobre Viver”, "Convoque Seu Buda" e “Nó na Orelha” do Criolo. Um dos auges – tão esperados – da apresentação foi o momento em que o rapper apresentou “Não Existe Amor em SP”. Em uníssono com o barulho da chuva, os fãs cantavam as letras do clássico a plenos pulmões.

Já Planet Hemp entrou se apresentando a ácida crítica de “Distopia”, faixa que é uma parceria com o Criolo. Durante a canção, o grupo questionou sobre o cultivo da maconha, afirmando que jardineiro não é traficante. Além disso, os cantores trataram sobre intolerância religiosa vividas pelas religiões de matrizes africanas. Esse foi o primeiro show de Criolo com Planet Hemp em 2023, eles já dividiram os palcos em 2022, no Lollapalooza e em outros eventos.

12º - Racionais e Orquestra Sinfônica de Heliópolis

Um dos shows nacionais mais aguardados da noite foi o dos Racionais Mc's, acompanhados da primeira orquestra sinfônica do mundo vinda diretamente das favelas brasileiras. Mas quem passou por lá saiu um pouco frustrado: apesar da apresentação incrível dos MC's, o som da orquestra ficou quase invisível quando somado ao microfone dos rappers e aos sintetizantes, usados em conjunto. A chuva, que não deu trégua à noite toda, também obrigou alguns músicos a deixarem o palco.

Mesmo com o som prejudicado e com toda a aguaceira, a apresentação dos Racionais e da Orquestra foi proveitosa. O grupo tocou as conhecidas músicas "Negro Drama", "Jesus Chorou", "Vida Loka Parte 2", "Capítulo 4 Versículo 3", entre outras. Bailarinos e imagens de São Paulo ilustraram o palco do The One, assim como o nomes de quilombolas mortos e pessoas negras assassinadas por policiais no Brasil ao longo dos anos.

"Zona Sul de São Paulo. Interlagos. Pra falar a verdade, eu vim aqui só uma vez, quando tinha dez anos. O que o Marighella pensaria de mim agora?", perguntou Mano Brown. O rapper escancarou o elitismo dos festivais que acontecem no Autódromo e fez um show marcado por críticas sociais.

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