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Os filmes de terror estão virando comédia? Diretores de 'Abigail' respondem

Em entrevista à EXAME, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett destacam a importância do humor no gênero, fio condutor de sua nova estreia nos cinemas

'Abigail' está em cartaz nos cinemas brasileiros ('Abigail'/ Universal/Divulgação)

'Abigail' está em cartaz nos cinemas brasileiros ('Abigail'/ Universal/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP e Redatora da Homepage

Publicado em 28 de abril de 2024 às 08h12.

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O terror no cinema tem passado por maus lençóis. Na era dos efeitos digitais, do distanciamento dos jump scares excessivos e de um apreço maior por bons roteiros, o gênero luta por boas bilheterias — e pela aprovação do público. Uma das saídas foi apostar na sátira, estratégia que a franquia "Pânico" fez muito bem, sobretudo quando passou para as mãos dos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett.

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A dupla agora retorna aos cinemas com "Abigail", cuja história mostra um grupo de saqueadores que fica preso em uma casa com uma vampira bailarina. A produção da Universal está em cartaz nos cinemas desde a semana passada e traz elenco composto por Angus Cloud, último trabalho antes do falecimento do artista, em 2023, Alisha Weir e Melissa Barrera — que foi a protagonista dos últimos dois filmes do "Pânico".

Já pelos trailers, "Abigail" mostra que chegou para surfar a nova onda do terror divertido.

"Não vou te dizer que essa é a salvação do gênero, porque ainda há muita coisa boa no mercado, mas é muito bom experimentar os diferentes sabores que existem sob o guarda-chuva do terror", disse Tyler Gillett em entrevista à EXAME. Ele comentou que essa modalidade pode tornar os filmes mais leves e mais abertos a novos públicos. "Nosso objetivo é fazer filmes sobre coisas realmente sérias que não se levam muito a sério. Dá para ser divertido e assustador, isso atrai as pessoas".

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O terror divertido em números

Apesar de "Pânico" ter sido pioneiro nesse novo subgênero do terror, a modalidade de fato agradou o público. Estreias como "Meghan" (2022), que foi um sucesso de crítica e bilheteria —  U$ 181 milhões —,  comprovam o que Tyler falou. A produção da boneca passou à frente de "Fale Comigo" (2023), produção de terror mais clássico, da prestigiada A24, que arrecadou U$ 92 milhões.

"Abigail" também segue forte na largada de bilheteria. Nos Estados Unidos, o filme já passou dos U$ 10,2 milhões desde a estreia, atrás somente de "Guerra Civil". A produção teve orçamento de U$ 28 milhões e chegou aos cinemas no dia 18 de abril. No Rotten Tomatoes, site de impressão do público, acumula 86% de aprovação. Já no IMDb, teve nota de 7,1/10 — alta para o gênero.

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"Nós simplesmente achamos tão divertida a ideia de uma criança vampira e bailarina. Quando começamos a ler o roteiro e descobrimos que Alisha sabia dançar — e dança muito bem —, fomos ainda mais afundo com essa ideia e isso se solidificou. Foi como um 'click', nós conseguimos o tom do filme que é justamente essa coisa mais engraçada, que não se leva a sério", complementou Matt.

Jump scare como complemento, não regra

Clássico dos filmes de terror, os jump scares — cenas projetadas para dar sustos na audiência, a ponto de fazê-las pular na cadeira — são grandes divisores de opinião entre os fãs. Há quem os ame, mas há também um grupo maior de quem os odeia, o que tem feito cada vez mais com que o público se afaste do gênero.

Produções mais recentes e que seguem na linha oposta do humor, por exemplo, têm apostado em um terror mais psicológico. As cenas de jump scare são menores e, por vezes, inexistentes, como "Hereditário" ou "Midsommar" de Ari Aster.

"É um assunto delicado, porque tem quem goste e tem quem se incomode", argumentou Tyler. "Por aqui, nós amamos um bom susto, desde que ele venha na hora certa. Em 'Abigail' tivemos um cuidado para que eles estivessem presentes, mas fossem parte do tom do filme. Onde ficaram, pareciam certos para nós".

Matt complementou que o susto nesse subgênero precisa vir acompanhado do humor. "Eles [jump scares] são uma pequena sacudida divertida de energia. Eles dão ao público algo para literalmente pular mas, nesse caso, logo depois, imediatamente cair na gargalhada", disse. "Se você consegue assustar alguém e fazê-lo rir em cerca de 10 segundos, eu interpreto isso como uma sensação ótima nesse gênero dentro do terror".

Onde assistir 'Abigail'?

O filme está em cartaz nos cinemas brasileiros desde 18 de abril.

Quem está no elenco de 'Abigail'?

Além de Aisha Weir e Melissa Barrera, o elenco é composto por Angus Cloud, Giancarlo Esposito, Dan Stevens, Kevin Duran e Kathryn Newton.

Qual é a classificação indicativa de 'Abigail'?

Por ter cenas de violência explícita e palavreado inapropriado, o filme recebeu classificação indicativa para maiores de 18 anos.

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