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O que pôs o Bradesco BBI no topo dos negócios deste semestre

Alessandro Farkuh, diretor do BBI, explica o cenário do 1º semestre de 2013 e as expectativas da empresa para o futuro


	Fábrica da Seara: O Bradesco BBI participou da transação da Seara para a JBS
 (Divulgação)

Fábrica da Seara: O Bradesco BBI participou da transação da Seara para a JBS (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 12h40.

São Paulo – Os anúncios de fusões e aquisições do primeiro semestre de 2013 não agradaram os investidores e muito menos movimentou a economia conforme o esperado.

O que constatou isto foi o ranking semestral da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Em 2013, os anúncios transações somaram apenas 43 bilhões de reais, o volume mais baixo para o período desde 2008.

Em meio ao fluxo baixo, o Bradesco BBI se destacou e alcançou a primeira posição do ranking em volume de anúncios, com a marca de 10,4 bilhões de reais ao longo do semestre, marcando presença em grandes negócios como a fusão da Anhanguera com a Kroton (um negócio de mais de 5 bilhões de reais) e assessorando a compra da Seara pela JBS. Em seguida estão Credit Suisse, com 9,5 bilhões de reais e Morgan Stanley, 9,2.

Em entrevista à EXAME.com, Alessandro Farkuh, diretor da área de fusões e aquisições do Bradesco BBI, contou sobre os negócios da empresa, o cenário atual do mercado e previsões para o futuro.

EXAME.com: Vocês conquistaram o primeiro lugar em valor total de transações anunciadas, e o quarto em fechamento. Em quais negócios vocês estão envolvidos?
Alessandro Farkuh: Na essência são as mesmas transações, pois a tendência é que elas sejam fechadas. O BBI não costuma realizar negócios com risco de não serem aprovados. Quanto às aquisições e fusões, a empresa esteve envolvida em todas as grandes do semestre: assessoramos a compra da Seara pela JBS; a Kroton na fusão com a Anhanguera; a venda da Alphaville para o Pátria e Blackstone. Também participamos de vendas pequenas, como a transação da Itambé com a Vigor; operações de açúcar e óleo. Uma característica forte do BBI é que construímos uma equipe e conseguimos criar uma dinâmica para que o mesmo time assessore transações em todos os portes e indústrias, um acerto estratégico que é evidenciado ano a ano com os resultados de mercado.


EXAME.com: Há possibilidade de aumentar o número de negócios fechados? Até quando?
Farkuh: O ranking de posições fechadas está mais relacionado à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e de outras condições de fechamento, do que de fato à conclusão da transação. A principal referência de mercado é o ranking de anúncio. A diferença de um para outro é que grandes transações seguem uma linha mais complexa para fechamento, pois podem precisar de outros órgãos de liberação além do Cade, o que leva mais tempo, mas isso é uma questão pontual. Além disso, o novo modelo do Cade tem sido muito ágil. Algumas negociações são fechadas em menos de trinta dias, um avanço sensacional. Porém, apesar de eu estar contente com a ação deles, é difícil prever como tomarão as decisões. O que conforta é que, desde o ano passado, quando houve a mudança na aprovação, só tivemos boas surpresas.

EXAME.com: A economia brasileira está patinando, o real desvalorizando e o dólar subindo. Como ficam os negócios no país?
Farkuh: Realmente, o volume de transações ficou muito abaixo do que era previsto, do que esperávamos fazer quando comparamos com o primeiro semestre de 2011, por exemplo. O mercado como um todo sofreu na primeira metade desse ano, mas a tendência natural é que haja uma recuperação, e tenho convicção de que o Bradesco BBI está condicionado a manter o primeiro lugar do ranking. Isso já é um fato consolidado, deixou de ser tendência.

EXAME.com: Esse cenário é favorável para estrangeiros investirem no país? Ou eles estão perdendo a confiança por receio?
Farkuh: Costumo olhar para este setor como um todo; com uma visão diferente. Os investidores que olham para o Brasil conhecem essas dificuldades, por isso lidam de uma maneira mais fácil, possuem uma visão mais clara da economia. Tanto investidores financeiros quanto os estratégicos, que já tem uma boa experiência com o país e acompanham de perto os fundamentos econômicos, entendem que existem questões que são pontuais, que são temporais, de médio e longo prazo. Apesar do momento, ainda é favorável investir capital no Brasil, pois, assim como outros lugares, ele possui ciclos e está passando por um ciclo de baixa, mas há possibilidade de crescimento de médio e longo prazo, aos quais eles estão acostumados.


EXAME.com: Qual setor é mais interessante, atualmente, para investir?
Farkuh: O setor de consumo continua sendo um foco importante; infraestrutura; ativos grandes como portos, sistemas ferroviários e mineração. Dá para pensarmos em infraestrutura como uma questão ampla, há muita coisa acontecendo. Digo que uma aposta - e não é pequena – seria em setores envolvendo ativos financeiros. Não só relacionadas a banco, mas empesas que prestam serviços também. Mas, no geral, são esses três: consumo, infraestrutura e serviços financeiros.

EXAME.com: Vocês estão otimistas para o segundo semestre?
Farkuh: Tenho uma visão muito otimista para o segundo semestre e o início de 2014. O Bradesco BBI está ocupado, trabalhando bastante. Sentimos que o volume de transações no segundo semestre tende a ser maior que o primeiro, com mais diversidade. Estamos trabalhando em vários perfis de transações que permitem o BBI ser otimista, e o mercado tende a manter esse ritmo em 2014.

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