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JSL (JSLG3): lucro cai, mas otimismo segue em alta

Em meio à pressão do aumento da inflação e alta dos combustíveis, lucro da empresa de logística caiu 21,5%, para R$ 33 milhões no primeiro trimestre de 2022. Por outro lado, receita líquida e EBITDA aumentaram

Ramon Alcaraz, presidente da JSL: ganho de eficiência para reduzir custo (JSL/Divulgação)

Ramon Alcaraz, presidente da JSL: ganho de eficiência para reduzir custo (JSL/Divulgação)

A JSL (JSLG3) teve lucro líquido de R$ 33 milhões no primeiro trimestre de 2022, uma queda de 21,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido ajustado, que desconsidera o ressarcimento do PIS/Cofins do ICMS ficou em R$ 37,2 milhões, também 22% menor em relação à 2021.

O cenário de alta no combustível, inflação e aumento de juros foi o responsável pelo desempenho inferior. Só os gastos com combustíveis e lubrificantes  da subsidiária de logística do Grupo Simpar dispararam 129,6% no período. O impacto só não foi maior por conta das estratégias da companhia em busca de eficiência operacional. 

“Não tivemos como escapar do reajuste de preços para os clientes, mas só isso não adianta. Então, buscamos alternativas para diminuir o custo”, diz Ramon Alcaraz, presidente da JSL, em entrevista à EXAME. 

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Dentre elas está um aplicativo para otimizar as rotas dos motoristas e evitar a ociosidade dos veículos. Lançado no ano passado, a ideia por trás dele é reduzir ao máximo o tempo que o caminhoneiro roda com a carga vazia. Outra iniciativa o desenvolvimento de veículos maiores, com até cinco vagões, para aumentar a capacidade de carga dos caminhões e, consequentemente, reduzir o gasto com combustível. 

“Em média, investimos entre 1% e 1,5% da nossa receita em tecnologia. O Brasil, principalmente na questão de logística, é muito ineficiente. Então, para não precisar aumentar a minha estrutura de backoffice eu automatizo processos”, afirma Alcaraz. 

Copo meio cheio 

Embora o lucro tenha diminuído, a receita líquida com serviços da JSL atingiu R$ 1,3 bilhão, uma alta de 49% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O EBITDA da empresa também cresceu 71,4% no mesmo período, somando  R$ 219,1 milhões. 

Geralmente o primeiro trimestre apresenta um volume mais fraco, porém, neste ano foi diferente. Ao anualizarmos os números, temos uma receita bruta de R$ 6,2 bilhões, o dobro do registrado quando fizemos o IPO, em 2020”, destaca Alcaraz. 

Uma das estratégias da companhia em meio ao cenário adverso é atingir o maior número de segmentos possíveis para encontrar um equilíbrio entre os setores que não estão indo bem e aqueles que estão crescendo. Outra aposta é na estratégia de crosseling, ou seja,  oferecer novos serviços para empresas que já são clientes da JSL. Segundo Alcatraz, 94% dos novos contratos fechados no primeiro trimestre deste ano foram desta natureza. 

“Nós tivemos que estar mais próximos do cliente, principalmente para renegociar os custos. Embora isso seja uma zona de desgaste, também abre oportunidades de oferecer outras soluções e serviços”, completa o executivo.

Com apetite por aquisições, nos últimos três anos a JSL analisou 170 negócios e adquiriu cinco empresas, sendo três delas apenas no ano passado: TPC, Rodomeu e Marvel. Fora isso, iniciaram a expansão internacional, com a entrada de serviços na África do Sul. 

“As novas empresas cresceram, na média, mais do que a JSL. Ainda temos várias outras possíveis aquisições no nosso radar, queremos trazer mais robustez no segmento que já estamos ou entrar em novos setores. Dentro dessa estratégia de crescimento inorgânico, temos a ambição de chegar a 30% de receita oriundo de moeda estrangeira”, finaliza Alcaraz. 

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