Negócios

Gigante de royalties musicais nos EUA compra 50% de empresa brasileira de ex-Titãs

Primary Wave tem artistas como Bob Marley e Prince em seu catálogo

Nas Nuvens é controlada pela Starboard e dirigida por Liminha, ex-Titãs e Mutantes (Pressmaster/Envato/Reprodução)

Nas Nuvens é controlada pela Starboard e dirigida por Liminha, ex-Titãs e Mutantes (Pressmaster/Envato/Reprodução)

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 05h59.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h50.

A companhia norte-americana Primary Wave, maior player no ramo de royalties musicais, comprou 50% da empresa brasileira Nas Nuvens, controlada pela Starboard e dirigida por Liminha, ex-Titãs e Mutantes, por RS$ 190 milhões. As informações são da Bloomberg.

"Quando criamos o Nas Nuvens Catalog, fomos inspirados pelo modelo de negócios da Primary Wave", disse Gabriel Sacardo, o diretor financeiro da Nas Nuvens, fundada em 2021, em comunicado. A empresa é uma das cinco maiores no ramo do Brasil, com um catálogo de mais de 30.000 músicas, com obras de artistas como Carlinhos Brown, Arlindo Cruz e  Vanessa da Mata.

A Primary Wave, por sua vez, tem mais de US$ 3 bilhões em ativos, com os direitos de canções de artistas como Bob Marley, Prince, Stevie Nicks, James Brown, Whitney Houston, Ray Charles, Aerosmith e The Cranberries, entre outros. A companhia construiu seu portfólio apostando na compra de participações parciais nas obras de grandes artistas, modelo emulado pela brasileira Nas Nuvens. 

Agora, a companhia brasileira estava em busca de um parceiro para ajudar na comercialização de seu catálogo fora do Brasil, segundo a Bloomberg. "A parceria com a Primary Wave nos permitirá, de maneira mútua, elevar nossos talentos regionais a um nível ainda mais alto", disse Liminha. Bill Cisneros, presidente da Primary Wave IP Investment Management, observou que "a música brasileira é amada em todo o mundo".

Não é a primeira vez que a Primary Wave aposta em mercados emergentes. Em 2022, a companhia fez um investimento de $100 milhões na empresa indiana Times Music. 

Viral no TikTok

A Nas Nuvens cresceu utilizando métodos clássicos para o mercado brasileiro, como posicionar músicas em novelas. Mas um trunfo recente veio do TikTok, segundo informações do Brazil Journal.

 A empresa adquiriu o catálogo da banda de axé Tchakabum, e contratou um produtor de funk para remixar o hit Olha a Onda, Olha a Onda, dos anos 1990.

O resultado foi a música vira no TikTok, Tubarão, Te amo, que se tornou a segunda música mais tocada na rede social nos Estados Unidos. Segundo o Brazil Journal, o estouro da canção rendeu dez vezes mais o valor pago por todo o catálogo de Tchakabum.

Acompanhe tudo sobre:Indústria da músicaMúsica

Mais de Negócios

A malharia gaúcha que está produzindo 1.000 cobertores por semana — todos para doar

Com novas taxas nos EUA e na mira da União Europeia, montadoras chinesas apostam no Brasil

De funcionária fabril, ela construiu um império de US$ 7,1 bilhões com telas de celular para a Apple

Os motivos que levaram a Polishop a pedir recuperação judicial com dívidas de R$ 352 milhões

Mais na Exame