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Forever 21 prepara pedido de falência nos EUA

Além da falta de caixa, a chegada de novos concorrentes, como a H&M, Target e dezenas de varejistas online, pressionou a Forever 21 ainda mais

Forever 21 (Andrey Rudakov/Reuters)

Forever 21 (Andrey Rudakov/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 16h00.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 16h00.

Com dificuldades para pagar fornecedores e levantar caixa, a rede fast fashion Forever 21 está preparando documentos para entrar com um pedido de falência nos Estados Unidos.

A companhia de moda já buscava novas fontes para levantar capital e estava trabalhando com uma equipe de conselheiros para ajudá-la a revitalizar a empresa. No entanto, as negociações para encontrar novos investidores fracassaram, disse uma fonte anônima à Bloomberg.

Em crise em todo o mundo, a rede de lojas de roupa lutava para evitar a falência há alguns meses, depois que ficou sem caixa para comprar novos produtos e abastecer as prateleiras de suas lojas. Desde 2016, atrasa pagamentos a seus fornecedores.

Para continuar operando, a companhia precisaria de 150 milhões de dólares. Ela já opera no vermelho há algum tempo e suas opções de financiamento cada vez mais escassas. Para tornar a situação mais difícil, o fundador, o sul coreano Do Won Chang, busca manter o controle sobre a companhia, sem diminuir a sua participação na companhia, o que limita ainda mais as formas de levantar caixa.

A chegada de novos concorrentes, como a H&M, Target e dezenas de varejistas online, pressionou a Forever 21 ainda mais. Em 2017, último dado tabelado pela Forbes, a companhia teve vendas de 3,4 bilhões de dólares.

O pedido de recuperação judicial, tratado nos Estados Unidos como um capítulo dentro da legislação que trata sobre a falência poderia ajudar a companhia a rever seu negócio, fechar lojas ineficientes e levantar caixa.

No entanto, o fechamento de mais lojas pode prejudicar seriamente companhias de shopping center, já que a Forever 21 é uma loja âncora e atrai consumidores para os locais. Os shopping center, principalmente nos Estados Unidos, sofrem com o avanço do comércio eletrônico, que já levou ao fechamento de milhares de lojas.

Concorrência

Por apenas alguns dólares a mais, concorrentes como Zara e H&M oferecem roupas de qualidade melhor. Além disso, consumidores passaram a se preocupar mais com a sustentabilidade das peças, já que a indústria têxtil é uma das mais poluentes do mundo. Do outro lado, rivais chinesas, como Aliexpress e Wish, oferecem produtos até mais baratos.

Fundada em 1984, a empresa tem mais de 800 lojas nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina. Seu modelo é baseado em roupas baratas, de qualidade inferior, e com diversas coleções novas por ano, para estimular o consumo principalmente do público mais jovem.

As operações internacionais também estão em dificuldade, segundo a Bloomberg, mas devem ser reestruturadas separadamente. No Brasil, a marca chegou em 2014 e cada inauguração era recebida com filas nas portas. A situação, hoje, é bem diferente.

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