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Após 6 anos, Dafiti tem resultado operacional positivo pela 1ª vez

Para a Dafiti, o resultado é consequência de diversas ações, como a melhora de seu portfólio e da experiência de compra do cliente

Dafiti: ela aumentou a oferta de produtos para os consumidores (Luísa Melo/Exame.com/Site Exame)

Dafiti: ela aumentou a oferta de produtos para os consumidores (Luísa Melo/Exame.com/Site Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 11 de abril de 2018 às 15h00.

Última atualização em 11 de abril de 2018 às 15h10.

São Paulo – Pela primeira vez desde que foi criada, em 2011, a Dafiti teve resultado operacional positivo. A companhia ainda não alcançou o lucro, mas está no caminho de aumentar sua rentabilidade.

O Ebitda, que é o resultado operacional antes de impostos e juros, atingiu um resultado positivo com aumento de um dígito em relação ao ano passado - o grupo não detalha os números por se tratar de uma empresa fechada.

A empresa reportou receita líquida de venda de 1,4 bilhão de reais em 2017, que corresponde a um crescimento de 16,9% em relação ao ano de 2016. No último trimestre do ano, a alta foi ainda mais expressiva, de 22%. "No ano anterior não éramos rentáveis no Brasil e em 2017 conseguimos atingir esse resultado. É um aumento considerável", disse Philipp Povel, presidente e co-fundador do Dafiti Group em entrevista exclusiva ao site EXAME.

O resultado é motivo para comemoração. É comum que empresas digitais, principalmente no comércio eletrônico, passem muitos anos funcionando no prejuízo - é o caso da concorrente Netshoes. Com margens mais apertadas e grandes investimentos em expansão e em frete grátis, ter uma operação rentável é um desafio para as lojas virtuais.

Para a Dafiti, o resultado é consequência de diversas ações, como a melhora de seu portfólio e da experiência de compra do cliente. "O ingrediente de sucesso é a proposta de valor que entregamos para os clientes", diz o presidente.

A companhia se focou em tornar seu portfólio mais relevante. Com mais de 6 mil marcas e 400 mil produtos diferentes, há opções para todos os gostos e bolsos. Há um ano eram 4 mil marcas e aproximadamente 300 mil produtos. Para complementar as ofertas, a Dafiti usa suas três marcas próprias: Dafiti, Tricae e Kanui. Também abriu, há cerca de um ano e meio, o seu marketplace que permite que outras empresas vendam produtos por sua plataforma. Nesse formato, já são mais de mil parceiros.

Ainda que as marcas próprias e o marketplace ajudem a complementar as ofertas, há um cuidado para que elas não se sobreponham aos produtos vendidos pelas marcas parceiras da Dafiti, como Nike, Capodarte, Santa Lola, Adidas, e grupo Beira Rio, entre outras. "Criamos um algoritmo que verifica os produtos vendidos pelo marketplace, para que não sejam os mesmos dos nossos parceiros", conta o presidente. As marcas próprias e o marketplace representam, juntos, cerca de 20% da receita total do grupo.

O grupo tem operações em outros três países além do Brasil: Argentina, Chile e Colômbia. Atualmente, o Brasil representa 50% das vendas do grupo, mas a operação na América Latina cresceu de forma mais acelerada em 2017, principalmente por se tratar de negócios mais jovens e menos maduros, diz Povel.

Para o futuro, o presidente é bem otimista. “Criamos uma base boa nos últimos dois anos e queremos continuar a melhorar a eficiência e a rentabilidade da empresa para 2018”, afirma.

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