CVM suspende preço mínimo para CPFL
Por outro lado, manteve a determinação para a chinesa State Grid reapresentar a demonstração de preços oferecidos pelos papéis com alguns ajustes
Modo escuro
CPFL: CVM suspendeu a decisão da superintendência de registro da autarquia que, em fevereiro, havia definido um preço mínimo para a oferta pública de ações da CPFL Renováveis (CPFL/Divulgação)
Publicado em 3 de maio de 2018 às, 14h00.
São Paulo - O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu na quarta-feira, 2, a decisão da superintendência de registro (SRE) da autarquia que, em fevereiro, havia definido um preço mínimo para a oferta pública de ações da CPFL Renováveis. Por outro lado, manteve a determinação para a chinesa State Grid reapresentar a demonstração de preços oferecidos pelos papéis com alguns ajustes. O resultado consta da ata da reunião de quarta-feira, divulgada no fim da noite.
Na prática, a CVM acatou parcialmente o recurso da chinesa depois que os minoritários reclamaram do preço ofertado. No voto do presidente da autarquia, Marcelo Barbosa, há críticas a uma série de justificativas dadas pela State Grid em seu recurso. Uma delas foi a desvinculação do preço da CPFL Renováveis daquele ofertado pela controlada CPFL Energia.
A decisão de quarta é mais um capítulo na briga bilionária entre a gigante chinesa e os minoritários da CPFL Renováveis, representados por grandes investidores, como Pátria e BTG. A State Grid foi responsável por uma das maiores transações do País em 2016 ao adquirir o Grupo CPFL Energia. Entre a compra do controle e das ações no mercado, a empresa desembolsou algo em torno de R$ 25 bilhões.
O negócio também incluía a compra das ações da CPFL Renováveis, uma subsidiária do grupo de energia. Foi aí que começou o conflito. A chinesa oferecia R$ 12,20 para adquirir a participação no mercado, bem abaixo dos R$ 25 oferecidos para os minoritários da holding. Os acionistas da Renováveis não aceitaram a proposta e entraram com uma reclamação na CVM, que em fevereiro decidiu a favor dos minoritários.
Na decisão, além de estipular um preço mínimo de R$ 16,69 para a oferta pública de ações - o que elevaria em R$ 1 bilhão o valor do negócio -, a SRE desqualificou o laudo elaborado pelo Banco Fator a pedido da State Grid. De acordo com a ata da reunião de quarta, nesse quesito, o presidente da CVM entendeu "procedentes as inconsistências apontadas pela área técnica no que se refere a forma de utilização dos parâmetros de perpetuidade e das taxas de impostos, bem como a escolha das 'empresas comparáveis' pelo avaliador".
Em vários itens, o executivo deu razão à área técnica sobre metodologias de cálculos usadas pela State Grid para definir o preço das ações na oferta pública. Barbosa afirma que a maneira mais objetiva de se realizar uma demonstração de preços consistente e com profundidade seria usar os mesmos critérios de avaliação tanto para a controladora quanto para a controlada.
Embora a suspensão sobre o preço mínimo seja favorável à State Grid, as ponderações feitas pelo colegiado da CVM apontam que novas mudanças terão de ser feitas até que se chegue a uma conclusão. Os cálculos que levaram ao preço inicial de R$ 12,2 ofertado pela chinesa aos minoritários parecem não ter convencido a CVM.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Últimas Notícias
CVM autoriza lançamento de token ligado ao lucro de usina de energia solar no Brasil
Há um mês
Branded contents
Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions
Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.