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BICBANCO nega a existência de contrato de venda

A instituição respondeu a matérias e rumores do mercado indicando uma possível venda

Fachada do BicBanco: no primeiro semestre, a instituição fez ajustes que resultaram na redução de mais de 160 funcionários (Adriano Machado/Bloomberg)

Fachada do BicBanco: no primeiro semestre, a instituição fez ajustes que resultaram na redução de mais de 160 funcionários (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 12h02.

São Paulo - Os acionistas controladores do Banco Industrial e Comercial (BICBANCO) informaram, por meio de comunicado ao mercado, que não há nenhum contrato celebrado com terceiros para a alienação do controle da instituição em resposta a matérias e rumores do mercado indicando uma possível venda.

"Adicionalmente, não há qualquer confirmação de que quaisquer negócios para a alienação do controle acionário da companhia venham a ser concluídos", destacam eles, no documento assinado por Milto Bardini, diretor de Relações com Investidores do BICBANCO.

Na última sexta-feira, matéria publicada pelo Broadcast, trouxe informações de fontes de mercado sobre o interesse de um banco chinês e também instituições brasileiras na aquisição do BICBANCO.

Algumas fontes apontaram para o China Construction Bank (CCB) como eventual interessado. No ano passado, a instituição chegou perto de adquirir a unidade brasileira do alemão West LB, que acabou sendo comprado pelo japonês Mizuho.

Fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de informações em tempo online da Agência Estado citaram ainda como possíveis candidatos o BTG Pactual, Bradesco e Itaú Unibanco. Um dos grandes bancos citados, porém, não teria interesse na aquisição do BICBANCO, segundo uma fonte com conhecimento no assunto.

O BICBANCO teria aberto seus números para possíveis interessados e, conforme executivos, é natural que várias instituições avaliem os dados, mesmo que não haja a intenção de realizar a aquisição.

Comentou-se ainda que o Banco Central estaria sugerindo a compra do BICBANCO e que estava na instituição há cerca de dois meses. O regulador informou, via assessoria de imprensa, que não está convidando quem quer que seja para olhar os números do BICBANCO e negou que está no BICBANCO há dois meses.


Segundo o regulador, a supervisão do sistema bancário inclui monitoramento contínuo e inspeções modulares com base em risco e ações planejadas e que não comenta ações específicas. "Estar em uma instituição financeira é parte do trabalho do BC. Há instituições financeiras que pelo porte/risco o Banco Central está permanentemente", explicou o órgão.

Procurado, o BICBANCO disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentaria o que classificou de rumores. BTG Pactual, Bradesco e Itaú Unibanco também não comentaram.

No primeiro semestre, o BICBANCO fez ajustes que resultaram na redução de mais de 160 funcionários em relação ao mesmo período do ano passado, para exatos 772 colaboradores. Além disso, cinco pontos de atendimento foram fechados.

Paralelo a este processo, o banco informou, no início de setembro, por meio de comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que foi multado pelo BC, em junho do ano passado, em R$ 200 mil, alegando que a gestão da carteira de crédito da instituição estaria em desacordo com as práticas de boa gestão e segurança operacional, além do fato de o banco não ter implementado medidas apropriadas para garantir o bom funcionamento dos seus sistemas de controles internos.

Além disso, no início de julho, os bônus do BICBANCO operaram sob forte pressão após a agência de classificação de risco Moodys colocar em revisão para possível rebaixamento os ratings e, nos últimos dias, com rumores de que o Banco Central estaria conduzindo uma auditoria na instituição.

Em 8 de agosto, a instituição anunciou a recompra de parte dos bônus subordinados com vencimento em 2020 e conseguiu retirar esses títulos das mínimas em que vinham operando, apesar de já estarem recomprando os bônus seniores, com vencimento em 2015.

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