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Rússia liberta jornalista crítico ao governo acusado de tráfico de drogas

O ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, disse que o caso contra Ivan Golunov estava sendo encerrado devido à falta de indícios

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Ivan Golunov: jornalista crítico ao governo russo foi liberado após ser acusado de tráfico de drogas (Shamil Zhumatov/Reuters)

Ivan Golunov: jornalista crítico ao governo russo foi liberado após ser acusado de tráfico de drogas (Shamil Zhumatov/Reuters)

A
Andrew Osborn e Vladimir Soldatkin, da Reuters

Publicado em 11 de junho de 2019 às, 19h38.

Moscou — A polícia da Rússia descartou nesta terça-feira (11) as acusações relacionadas a drogas feitas contra o jornalista Ivan Golunov. Esse tipo de recuo é raro das autoridades e aconteceu porque os apoiadores do jornalista alegaram que ele foi incriminado devido às suas reportagens e ameaçaram realizar um protesto em massa em Moscou.

Golunov, de 36 anos, é conhecido por expor a corrupção entre autoridades municipais de Moscou. Ele foi detido pela polícia na quinta-feira (6), acusado de traficar drogas, uma alegação que negou.

Os jornalistas russos que criticam as autoridades vivem em perigo desde os anos 1990 — às vezes são ameaçados, atacados fisicamente e até assassinados devido ao seu trabalho.

Mas a maneira como os apoiadores de Golunov disseram que ele foi incriminado e detido desencadeou uma demonstração de união midiática incomum. Da mesma forma, as autoridades russas também agiram rápido, receosas de agitações sociais em um momento no qual o presidente Vladimir Putin já enfrenta inquietações por causa de seu padrão de vida.

O ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, disse que o caso contra Golunov estava sendo encerrado devido à falta de indícios. O jornalista foi libertado da prisão domiciliar horas mais tarde. Depois que sua tornozeleira eletrônica foi retirada, ele saiu de uma delegacia de polícia no centro de Moscou e foi recebido por centenas de jornalistas, que o aplaudiram.

Visivelmente emocionado, Golunov agradeceu a todos por seu apoio. "Continuarei o trabalho que estava fazendo e realizarei investigações porque preciso justificar a confiança que aqueles que me apoiam demonstraram em mim", disse o jornalista.

Kolokoltsev disse que alguns policiais envolvidos no caso serão afastados temporariamente, enquanto se realiza uma investigação e que planeja pedir a Putin que demita outras autoridades de mais alto escalão da polícia. "Acredito que os direitos de cada cidadão, independentemente de sua profissão, precisam ser protegidos", afirmou o ministro.

Galina Timchenko, diretora-geral do portal de notícias online Meduza, para o qual Golunov trabalha, e outros jornalistas russos destacados disseram em um comunicado.

"Este foi o resultado de uma campanha jornalística internacional inédita e da solidariedade dos cidadãos. Estamos contentes que as autoridades tenham ouvido a sociedade. É assim que deveria ser quando ocorre uma injustiça."

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