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Número de pessoas deslocadas à força no mundo é o maior em 70 anos

Número de refugiados e deslocados superou a marca de 70 milhões; países em desenvolvimento são os mais afetados pela crise

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Crise na Venezuela: situação no país causou êxodo de milhões de venezuelanos para países vizinhos (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

Crise na Venezuela: situação no país causou êxodo de milhões de venezuelanos para países vizinhos (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

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Da Redação, com agências de notícias

Publicado em 19 de junho de 2019 às, 10h25.

No final de 2018, o mundo tinha 70,8 milhões de pessoas deslocadas em consequência de guerras ou perseguições, um recorde que não reflete a magnitude do êxodo venezuelano, pois apenas uma minoria solicita asilo, anunciou a ONU nesta quarta-feira.

Metade das pessoas deslocadas à força em todo o mundo são crianças, e a cifra total de 2018 é a mais alta em quase 70 anos, continuou a entidade. Os países em desenvolvimento, e não as nações ocidentais ricas, estão arcando com a maior parte da crise mundial de refugiados, uma vez que dão abrigo ao maior número de pessoas.

O relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) destaca que 2018 foi marcado pelo forte aumento do deslocamento interno na Etiópia e por um aumento nos pedidos de asilo apresentados por pessoas que fogem da grave crise política e econômica da Venezuela.

O conflito na Síria continua provocando um grande número de refugiados e deslocados. A violência na Nigéria também foi uma fonte importante de deslocamentos.

O documento afirma que o número total de "desarraigados" no mundo - incluindo os refugiados (25,9 milhões), os deslocados internos (41,3 milhões) e os demandantes de asilo (3,5 milhões) - registrou alta de 2,3 milhões na comparação com 2017.

O cálculo é considerado "prudente", ressalta o ACNUR, porque "embora a maioria dos venezuelanos se beneficie do sistema internacional de proteção de refugiados, apenas meio milhão solicitaram asilo".

Síria e Venezuela

"Mais uma vez, as tendências vão no caminho errado. Novos conflitos se unem aos antigos", afirmou o alto comissário Filippo Grandi em Genebra. Grandi fez um apelo por unidade no Conselho de Segurança da ONU para solucionar os conflitos.

O número de pessoas deslocadas e de refugiados no mundo voltou a aumentar a partir de 2009, com um forte avanço entre 2012 e 2015 com a guerra na Síria.  Colômbia e Síria são os países com o maior número de deslocados internos.

No caso dos refugiados, 5,5 milhões são palestinos, que estão sob responsabilidade de uma agência específica da ONU. Entre os demais, a maioria procede de cinco países: Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Mianmar e Somália.

Os sírios - mais de 500.000 - também foram os que apresentaram a maior quantidade de solicitações de asilo ano passado, a maioria na Turquia. Em seguida aparecem os venezuelanos com 341.800 demandas, a maioria na Colômbia e Peru.

Como o governo peruano passou a exigir recentemente vistos dos venezuelanos, Grandi pediu aos demais países da região que permitam a entrada para evitar um "congestionamento" nas fronteiras. Quatro em cada cinco refugiados vivem em um país vizinho ao próprio, e a grande maioria vive em países em desenvolvimento.

Estados Unidos, Peru, Alemanha, França e Turquia foram os países que receberam mais pedidos de asilo no ano passado. Pelo quarto ano consecutivo a Turquia foi o país que recebeu a maior população de refugiados (3,7 milhões), seguido por Paquistão, Uganda, Sudão e Alemanha.

Grandi elogiou a política migratória da chanceler alemã Angela Merkel, que tomou a decisão de abrir as fronteiras de seu país a centenas de milhares de candidatos ao asilo. "Não estou acostumado a dar uma pontuação, mas acredito que neste caso devemos parabenizar a Alemanha pelo que fez. A chanceler foi muito corajosa", disse.

Também pediu aos europeus que encontrem uma solução duradoura para o sistema de distribuição de migrantes. "Temos atrás de nós as eleições europeias e temos um número francamente administrável de chegadas à Europa. É o momento de enfrentar esta questão", concluiu.

 

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