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Mianmar liberta jornalistas da Reuters após mais de 500 dias na prisão

Wa Lone, de 33 anos, e Kyaw Soe Oo, de 29, foram condenados em setembro e sentenciados a 7 anos de prisão por infringirem a Lei de Segredos Oficiais

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Wa Lone e Kyaw Soe Oo: jornalistas da Reuters foram soltos em Mianmar (Ann Wang/Reuters)

Wa Lone e Kyaw Soe Oo: jornalistas da Reuters foram soltos em Mianmar (Ann Wang/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de maio de 2019 às, 09h03.

Yangon — Dois jornalistas da Reuters presos em Mianmar condenados por infringirem a Lei de Segredos Oficiais saíram da prisão nesta terça-feira, depois de mais de 500 dias na cadeia.

Wa Lone, de 33 anos, e Kyaw Soe Oo, de 29, foram condenados em setembro e sentenciados a 7 anos de prisão em um caso que levantou dúvidas sobre o progresso de Mianmar em direção à democracia e que provocou críticas de diplomatas e de defensores dos direitos humanos.

Eles foram libertados sob uma anistia presidencial para 6.520 prisioneiros. O presidente Win Myint perdoou milhares de outros prisioneiros em anistias em massa desde o mês passado.

É costume em Mianmar que as autoridades libertem prisioneiros em todo o país na época do Ano Novo tradicional, que começou em 17 de abril.

A Reuters afirma que os dois jornalistas não cometeram qualquer crime e pedia sua libertação.

Cercado pela mídia e por apoiadores enquanto passava pelos portões da Prisão de Insein, nos arredores de Yangon, um sorridente Wa Lone fez sinal de positivo e disse que estava agradecido pelos esforços internacionais para garantir sua liberdade.

"Estou muito feliz e animado para ver minha família e meus colegas. Eu não posso esperar para ir para a redação", disse.

Kyaw Soe Oo sorriu e acenou para os repórteres.

Os dois foram então levados de carro por colegas da Reuters e se reuniram com suas esposas e filhos.

Antes de sua prisão em dezembro de 2017, os jornalistas estavam trabalhando em uma investigação sobre a morte de 10 homens e meninos muçulmanos rohingyas por forças de segurança e civis budistas no Estado de Rakhine, no oeste de Mianmar, durante uma ofensiva do Exército que começou em agosto de 2017.

A operação forçou mais de 730 mil rohingyas a fugiram para Bangladesh, segundo estimativas da ONU.

A reportagem que os dois fizeram, apresentando testemunhos de perpetradores, testemunhas e famílias das vítimas, recebeu o Prêmio Pulitzer de reportagem internacional em maio.

O porta-voz do governo, Zaw Htay, disse que a decisão de soltar os dois foi tomada depois que as famílias escreveram para a líder do governo, Aung San Suu Kyi.

"Levamos as cartas em consideração e os libertamos no interesse do país", disse Zaw Htay a repórteres.

O editor-chefe da Reuters, Stephen J. Adler, comemorou a notícia.

"Estamos muito satisfeitos que Mianmar tenha libertado nossos corajosos repórteres Wa Lone e Kyaw Soe Oo. Desde suas prisões 511 dias atrás, eles se tornaram símbolos da importância da liberdade de imprensa em todo o mundo. Nós saudamos seu retorno", disse Adler.

A Suprema Corte de Mianmar havia rejeitado o último recurso dos jornalistas em abril. Eles tinham recorrido ao tribunal citando evidências de uma armação da polícia e falta de provas de um crime, depois que um Tribunal de Yangon havia rejeitou um recurso anterior em janeiro.

As mulheres dos repórteres escreveram uma carta ao governo em abril pedindo perdão, não porque os maridos tinham feito algo errado, disseram, mas porque assim eles poderiam ser libertados da prisão e se reunir com suas famílias.

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