Acompanhe:

Fome no Iêmen está prestes a ser a mais grave do mundo em 100 anos

Ao menos 22 milhões de pessoas dependem atualmente de ajuda humanitária para sobreviver no Iêmen, em guerra civil desde 2015

Modo escuro

Continua após a publicidade
Crianças passam fome no Iêmen. (Khaled Abdullah/Reuters)

Crianças passam fome no Iêmen. (Khaled Abdullah/Reuters)

D
Da Redação, com agências internacionais

Publicado em 15 de outubro de 2018 às, 11h55.

Última atualização em 15 de outubro de 2018 às, 12h06.

São Paulo - O Iêmen, país que vive três anos de uma violenta guerra civil, está prestes a se tornar a maior crise de fome no planeta em cem anos, se os bombardeios da coalizão liderada pela Arábia Saudita, e que tem o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido e França. O alerta veio da Organização das Nações Unidas no início desta semana. De acordo com estimativas recentes da entidade, 18 milhões de pessoas vivem em “insegurança alimentar”.

Lise Grande, diretora de ajuda humanitária da ONU no país,  prevê que a fome possa se alastrar pelo Iêmen nos próximos três meses. Atualmente, cerca de 13 milhões de pessoas estão ameaçadas de carência alimentar. “Muitos acreditavam ser inimaginável que em pleno século 21 veríamos uma crise de fome como na Etiópia e em partes da União Soviética”, disse ela em entrevista à rede de notícias BBC e repercutida pelo jornal britânico The Guardian.

Guerra no Iêmen

Um dos países mais pobres do mundo, o Iêmen está em conflito desde idos de 2015, quando rebeldes huthis se levantaram contra o presidente iemenita Abedrabbo Mansour Hadi. A guerra civil se agravou na medida em que os diferentes lados passaram a ser apoiados por diferentes potências militares em 2015. Do lado dos huthis, que conseguiram se consolidar e controlar grandes territórios no país (a capital Sana, inclusive), está o Irã e do lado do governo, que ganhou reconhecimento internacional, a coalizão saudita.

Os efeitos desse conflito na população civil têm sido devastadores. O país sofre uma série de sanções que vêm dificultando o acesso à ajuda humanitária nas áreas emergenciais, vive uma onda de recrutamento de crianças para servirem como soldados. Desde 2015, ao menos 10 mil pessoas foram mortas no conflito, 2.200 delas crianças, e 22 milhões dependem de assistência de organizações não governamentais para sobreviver.

A coalizão saudita é frequentemente acusada pelos rebeldes de engajar em bombardeios e ataques que causam fatalidades civis. Como resultado, o Conselho de Direitos Humanos da ONU começou a investigar possíveis crimes de guerra no Iêmen. Embora reconheça que as ações da coalizão são as que mais afetaram civis, o órgão nota que os rebeldes também são potencialmente culpados por esses crimes.

Últimas Notícias

Ver mais
Ao custo de US$ 1 tri, desperdício de alimentos emite mais CO2 do que aviões
ESG

Ao custo de US$ 1 tri, desperdício de alimentos emite mais CO2 do que aviões

Há 22 horas

ONU tem consenso sobre cessar-fogo imediato em Gaza; Israel critica EUA
Mundo

ONU tem consenso sobre cessar-fogo imediato em Gaza; Israel critica EUA

Há 2 dias

Conselho de Segurança da ONU faz minuto de silêncio pelas vítimas de atentado em Moscou
Mundo

Conselho de Segurança da ONU faz minuto de silêncio pelas vítimas de atentado em Moscou

Há 2 dias

Dragon Ball terá primeiro parque temático do mundo na Arábia Saudita
Pop

Dragon Ball terá primeiro parque temático do mundo na Arábia Saudita

Há 2 dias

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais