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Boris Johnson vai à Irlanda tentar destravar o Brexit

Primeiro-ministro britânico viaja à Irlanda, independente, para discutir a questão da fronteira do país com a Irlanda do Norte depois do Brexit

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BORIS JOHNSON: primeiro-ministro também tenta aprovar no parlamento novas eleições para o dia 15 de outubro (Andrew Milligan/Pool/Reuters)

BORIS JOHNSON: primeiro-ministro também tenta aprovar no parlamento novas eleições para o dia 15 de outubro (Andrew Milligan/Pool/Reuters)

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Redação EXAME

Publicado em 9 de setembro de 2019 às, 05h57.

Última atualização em 9 de setembro de 2019 às, 09h51.

São Paulo — Boris Johnson ainda tenta manter a saída do Reino Unido da União Europeia na data estipulada de 31 de outubro. Depois de uma semana de derrotas políticas, nesta segunda-feira 9, o primeiro-ministro viaja à Irlanda para tentar resolver um dos principais entraves para a efetivação da saída: a fronteira do país com a Irlanda do Norte, parte do Reino Unido.

Nesta primeira viagem oficial ao país vizinho, Johnson irá se encontrar com o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar em Dublin. O premier britânico está seguro de que o progresso das discussões do Brexit está centrado na questão das fronteiras irlandesas. Mais de uma vez, Johnson defendeu uma fronteira “dura” com a Irlanda, de modo que mercadorias e pessoas precisassem ser autorizados a circular entre os países, o que impactaria fortemente a economia da região.

Mas, na semana passada, na Câmara dos Comuns, Johnson disse que a ilha da Irlanda seria tratada como uma unidade regulatória para produtos agrícolas. O primeiro-ministro disse que o Reino Unido estava “pronto para encontrar um caminho a seguir que reconheça a realidade” de que a ilha da Irlanda, norte e sul, gerencia a questão agroalimentar de uma única forma.

Depois das declarações de Johnson, Varadkar disse que estava ansioso para ouvir o que o par britânico terá a dizer na reunião desta segunda, mas que só a questão regulatória alimentar não resolveria o problema da fronteira. Temas como “identidade, integridade do mercado único europeu e cultura” que não estão englobadas na proposta de Johnson, segundo informou um porta-voz do governo irlandês.

Além da discussão com a Irlanda, Johnson deve propor novamente ao Parlamento hoje a antecipação das eleições para o dia 15 de outubro. Desta vez, ao reapresentar o pedido, como moeda de troca, o governo pode desistir da data de saída de 31 de outubro.

Sua expectativa é que, com novas eleições, consiga uma maioria parlamentar que o favoreça na tramitação de seus projetos no legislativo. Mas seus planos podem ser frustrados. Segundo a emissora britânica BBC, já há um acordo firmado entre a oposição para não apoiar um novo pleito antes que aconteça a cúpula da União Europeia em 17 de outubro.

Essa seria a quarta derrota do premier em duas semanas. Na semana passada, ele perdeu três votações na Câmara dos Comuns. Na primeira, os parlamentares retiraram o poder do governo e se deram a iniciativa de propor projetos de lei.

Depois, aprovaram por diferença de quase trinta votos a proibição de que o país saia da União Europeia sem acordo e, caso não haja consenso, seja pedida uma prorrogação da saída para 31 de janeiro de 2020.

Em resposta, Johnson propôs a antecipação das eleições de 2020 para 15 de outubro. Foi, mais uma vez, derrotado pelos parlamentares. Para piorar sua situação política, seu irmão, o deputado Jo Johnson, ministro do governo, pediu demissão por “conflitos entre a família e os interesses do país”.

Em contrapartida, no campo judicial, Johnson obteve uma vitória: o Alto Tribunal de Londres rejeitou na sexta-feira 6 uma ação contra sua decisão de suspender as atividades do Parlamento desta semana até 14 de outubro, duas semanas antes da data prevista para o Brexit. Outra ação parecida já havia sido rejeitada em Edimburgo. Falta ser examinada uma terceira demanda contra a suspensão parlamentar, apresentada na Irlanda do Norte.

Agora a corrida é contra o relógio. Os parlamentares da Câmara dos Comuns precisam confirmar a lei que impede o Brexit sem acordo até a suspensão do Parlamento ou então terão que recomeçar a tramitação do zero ao retomarem os trabalhos em meados de outubro, a duas semanas da data prevista de saída. Johnson conta com isso para o sucesso de seus planos.

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