Uber faz acordo para oferecer empréstimo a motoristas com juros de 2,97%
Similar ao consignado, valores devidos pelos motoristas serão retidos pela Uber e pagos por semana
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Motoristas poderão pegar até R$ 5 mil por um período de 12 meses. Valor é depositado semanalmente (Bloomberg/Bloomberg)
Publicado em 18 de setembro de 2020 às, 18h40.
Última atualização em 18 de setembro de 2020 às, 19h20.
A empresa de transporte urbano e entregas por aplicativos Uber fez parceria com o digio, banco digital controlado por Bradesco e Banco do Brasil, para oferecer linha de crédito pessoal a motoristas da plataforma no país.
O empréstimo, de R$ 1 mil a R$ 5 mil, tem taxa de juros de 2,97% ao mês, com prazo de até 12 meses. Inicialmente, o programa é dirigido a mil motoristas, e a ideia é que no futuro chegue à base total de motoristas e entregadores do app no país, cerca de 1 milhão de pessoas.
Diferente do CDC tradicional, em que os pagamentos das prestações são feitos mensalmente, neste caso, os valores podem ser retidos a cada semana, acompanhando o fluxo de entrada de receita para os motoristas, com deságio nas prestações pagas de forma adiantada.
Os valores devidos pelos motoristas serão retidos pela Uber, num modelo do mercado bancário similar à chamada trava de recebíveis, mas a empresa norte-americana não garante os empréstimos nem receberá parte da receita das operações.
Esse modelo de crédito pessoal oferecido pela digio poderá eventualmente chegar a outras plataformas de intermediação de serviços de profissionais autônomos.
Fábio Gallo, professor de finanças da FGV, faz um alerta sobre o crédito. "É algo direcionado, mas a própria Uber não garante nada."
Além disso, o banco parceiro fornece um crédito que é bem similar ao consignado, porque retém saldo que o trabalhador tem a receber, ao invés de no mês, por semana, explica o professor. "Contudo, a taxa é superior a do mercado. Hoje, um trabalhador da iniciativa privada consegue contratar um consignado por uma taxa média de 2,12% ao mês."
O fato de que os motoristas são trabalhadores autônomos não justifica uma taxa mais alta, diz Gallo. "Do ponto de vista do crédito é a mesma coisa. O banco tem garantia de recebimento. O trabalhador informal não tem chance de pegar o dinheiro e já tem o desconto."
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