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Gestores recomendam dez ações de valor para 2015

Sete analistas indicaram 10 ações de empresas, como Livraria Saraiva e Itaú Unibanco, que têm boas perspectivas de crescimento no momento


	Quer saber onde investir? Confira 10 empresas com as melhores perspectivas de crescimento no momento
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Quer saber onde investir? Confira 10 empresas com as melhores perspectivas de crescimento no momento (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2015 às 19h26.

São Paulo - Mesmo com um entusiasmo menor entre os investidores pelo mercado acionário, gestores de fundos que seguem os conceitos do investimento em valor de Benjamin Graham e Warren Buffett conseguem encontrar pechinchas em papéis de empresas de menor porte, ou “small caps”.

Principalmente neste período de desaceleração econômica, como explica o diretor da Fama Investimentos, Fabio Alperowitch. Ele acredita que as “small caps” ainda apresentam boas chances de retorno para quem tiver mais paciência.

De olho nessa janela de oportunidade e usando a estratégia de “value investing”, com visão estratégica de longo prazo, sete analistas que participaram do 8º Congresso Valeu Investing Brasil em São Paulo, indicaram dez ações de empresas com as melhores perspectivas de crescimento no momento.

Weg

Na visão do sócio fundador da STK Capital, Antenor Fernandes, a fabricante de motores catarinense Weg, por exemplo, deve se beneficiar do mercado interno mais desafiador.

“É o tipo de negócio que fica melhor quando o país piora”. Com receita em dólar e custos em real, 25% dos ganhos da companhia estão no setor de motores do país, acompanhados por mais 20% da área de geração, distribuição e transmissão de energia, sem contar sua atuação no exterior, em mercados como México e China.

Para ele, a empresa é uma aposta excepcional para os próximos cinco anos. As ações do grupo, que registrou uma média anual de expansão do lucro de 17% nos últimos dez anos, têm um preço-alvo estimado pela STK de R$ 21.

Além disso, como ponto positivo futuro para a Weg, o analista aponta os planos de expansão da matriz energética brasileira, setor em que a empresa está bem posicionada.

“Para se ter uma ideia, até 2017, ela (Weg) está contratada para tocar projetos no segmento eólico e produzir motores mais eficientes para diminuição de energia em fábricas no Brasil”, afirma.

Como risco para o papel, ele aponta a possibilidade de o país não diversificar a matriz energética, o que é pouco provável. Outro risco é o real valorizado, seguido pelo forte aumento das commodities, o contrário do que ocorre atualmente.

Cetip

Como segunda sugestão, a STK indica os papéis da integradora do mercado financeiro Cetip. Fernandes lembra que 65% do negócio estão baseados no registro, custódia de debêntures e ativos em renda fixa, que tende a crescer com os juros altos. A empresa também tem uma conversão de caixa absurda.

Segundo o especialista, para cada R$ 1 de receita ela gera R$ 0,50 de caixa livre. Na opinião do fundador da Perfin Investimentos Ralph Rosenberg, chamam a atenção na Cetip suas perspectivas de crescimento no valor das ações e dos dividendos, algo em torno de 18% de retorno para o acionista.


Unipar Carbocloro

Na JMalucelli Investimentos, o presidente Leonardo Boguszewki recomenda as ações da química Unipar Carbocloro. A fabricante de cloro, soda cáustica e derivados é vista como uma importante fornecedora do setor de papel e celulose.

De acordo com Boguszewki, o negócio independe do cenário macroeconômico, tem margens elevadas e “dividend yield”, ou seja, o retorno em dividendos em relação ao preço do papel, de 6%.


Livraria Saraiva

A JMalucelli aposta também na marca da Livraria Saraiva, que apesar do risco de alavancagem e capacidade de crédito, tem se destacado com suas unidades de varejo e online. Boguszewki vê a empresa como uma boa participação no mercado de educação, por meio de sua editora, que tem forte exposição no ensino básico.

Quase 75% da receita da marca vem do varejo, mas com margens baixas, todo o restante vem da editora. O preço da ação chegou a bater R$ 30 e hoje é vendida por R$ 5, segundo ele. “As chances de bons retornos nos próximos 4 ou 5 anos é muito grande”, acredita

Equatorial

Da Verde Asset Management, Pedro Sales indica Equatorial, especializada em distribuição elétrica. O grupo, que passou por uma forte transformação sob gestão da GP Investimentos e do BTG Pactual, criou uma cultura forte de recuperação de empresas de distribuição, com sucesso de implementação de negócios no Maranhão e no Pará.

“Eles reestruturaram empresas quebradas e desenvolveram um modelo replicável num mercado sem concorrência”, destaca. Além disso, Sales lembra que o cenário macroeconômico protege o setor. Caso a tarifa tenha que ser reajustada, a diferença é repassada para o consumidor, sem interferência no lucro da companhia.

Itaú Unibanco

Ainda com foco na estratégia de valor, Sales recomenda Itaú Unibanco, lembrando que os planos de value investing não são compostos apenas de small caps.

Para o analista da Verde, os bancos formaram uma barreira de entrada muito forte para concorrentes, por conta de criação de marcas resilientes no Brasil.

As instituições financeiras têm uma garantia de repasse de custo para o consumidor, um histórico de longo prazo para análise e apresentam um risco muito menor de perdas na comparação com outros setores.

Mills

Na Jardim Botânico Investimentos, Marcio Brito acompanha de perto os negócios da Mills, de serviços de engenharia. Segundo ele, a empresa conta com uma governança confiável entre os controladores e é líder nos segmentos que atua. Os preços da companhia estão mais baixos por conta da pressão do desaquecimento do setor de construção civil, além das complicações com a Operação Lava-Jato, já que muitas de suas fornecedoras foram atingidas pela investigação. Brito conta que, em 2010, em sua estreia na bolsa, as ações custavam R$ 11,50, em janeiro deste ano os papéis caíram para R$ 5 e, atualmente, são cotados em cerca de R$ 8. A expectativa de caixa livre da empresa em 2015 é de aproximadamente R$ 200 milhões.

Ferbasa

Já o sócio da gestora Victoire Brasil, Werner Roger, indica a fabricante de ferroligas baiana Ferbasa. O gestor destaca sua fabricação de inox e seu potencial de crescimento no país. O caixa esperado para 2016 é de R$ 700 milhões e hoje seu valor de mercado é de R$ 680 milhões.

Kroton e Dufry

Do setor de educação, Kroton é carregada pelos fundos da Brasil Plural por cinco anos. O gestor André Ribeiro afirma que a exposição muda constantemente, mas que hoje está quase na máxima histórica do fundo. Ribeiro indica também Dufry, varejista aeroportuária, que recentemente fez duas aquisições extremamente relevantes: a Nuance e World Duty Free.

“Se somarmos sinergias das duas novas empresas vemos um potencial de valorização do ativo em torno de 60% para um empresa que já é super líquida negociada no Brasil e no mercado externo”, afirma. A empresa deve negociar a um preço equivalente a 15 vezes seu lucro para o ano que vem.

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