Minhas Finanças

Está mais barato viajar para a Europa

Com a queda do euro e a crise, os preços dos pacotes para o velho continente caíram e as agências brasileiras esperam elevar as vendas em 25%

Torre Eiffel, na França, é um dos destinos turísticos mais procurados pelos brasileiros no exterior.  (.)

Torre Eiffel, na França, é um dos destinos turísticos mais procurados pelos brasileiros no exterior. (.)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de junho de 2010 às 17h55.

São Paulo - Enquanto a crise fiscal nos países mediterrâneos já faz os europeus discutirem a viabilidade da existência de uma moeda comum, os brasileiros só têm motivos para sorrir com a possibilidade de viajar para a Europa a preços bem mais convidativos. Com a crise, o euro, que chegou a valer 4 reais em 2003, agora é cotado ao redor de 2,40 reais. Isso significa que está bem mais barato para os brasileiros pagar contas no velho continente. E a expectativa do setor de turismo é que o número de brasileiros que vão viajar para a Europa neste ano tenha um crescimento de mais de 25%, segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).

Além do próprio efeito do câmbio sobre os preços, a crise que atingiu com força o hemisfério norte causou uma redução no número de europeus que viajam dentro do continente. Tal fato fez com que as operadoras de turismo europeias tivessem de focar em outros mercados, baixando os preços dos serviços que são vendidos às operadoras brasileiras.

"O mercado de viagens para fora do país está aquecido, e essa queda de preços vai influenciar no aumento de pessoas que procuram a Europa como destino para suas férias", diz José Eduardo Barbosa, presidente da Braztoa. Desde abril, os pacotes acumulam uma queda de preços de 6%. "Para quem tem a oportunidade de viajar, os preços estão mais baratos tanto para estadia quanto para alimentação e ingressos para as atrações", diz Barboza.

Na Stella Barros, uma das maiores agências de turismo do Brasil, a procura por pacotes para a Europa cresceu 35%. Praticamente já não há opções para as férias de julho. "Já estamos, inclusive, lançando pacotes para a semana da criança e para as férias de dezembro e janeiro", diz Marcello Neves, gerente comercial da Stella Barros Turismo.

Expectativas do mercado

Para quem aposta que o euro deve ficar ainda mais barato e que será possível viajar para a Europa no futuro pagando ainda menos, saiba que essa também é a expectativa dos analistas de mercado. O déficit fiscal da Grécia, que equivale a 13% do PIB, e o possível contágio da crise nos outros países da zona do euro, como Portugal e Espanha, devem causar uma desvalorização ainda maior da moeda até o final do ano.


"A expectativa é de que, até o fim do ano, o euro seja cotado a 1,21 dólar", afirma Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citi Brasil. Nesta quinta-feira, a moeda europeia valia 1,26 dólar.

Já o consultor financeiro Mauro Calil considera temeroso que as pessoas tomem decisões com base em previsões para o câmbio. "Não faça apostas porque ninguém sabe ao certo qual será a cotação das moedas no futuro", diz. Ele aconselha que o turista compre os euros que gastará na viagem logo que feche a compra do pacote e junte os reais necessários para arcar com outras despesas.

Calil lembra que quem compra euro aos pouquinhos acaba pagando taxas e comissões para a casa de câmbio e não consegue obter cotações mais vantajosas que só estão disponíveis para quem compra montantes mais elevados de moeda. As pessoas também não devem investir em fundos cambiais para se proteger de possíveis variações do euro ou do dólar porque a taxa de administração cobrada faz com que a relação entre as cotações do real e de determinada moeda não seja perfeita.

Já o cartão de crédito deve ser usado principalmente em caso de emergências. "Se um vulcão explodir na Islândia e você tiver que ficar mais uma semana na Europa, é bom ter um cartão de crédito para arcar com os gastos", diz. "No entanto, evite colocar todas as despesas no cartão porque há o risco de que eventuais variações cambiais elevem a conta a ser paga na volta, além de haver a cobrança de IOF."

Para Calil, a melhor forma de economizar em viagens não tem nada a ver com câmbio. O ideal, diz ele, é planejar a viagem com antecedência, fechar a compra de um pacote quando as agências de turismo ainda possuem uma oferta grande vagas e negociar descontos nos serviços. "De preferência, também evite os períodos de férias escolares e de alta temporada. Os preços certamente serão mais salgados."


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