Os shows internacionais ganharam, de uns tempos para cá, um novo setor no Brasil: a pista premium, prime, ou VIP, como já chegou a ser chamada. Por meio de tapumes ou grades, a região da pista que fica mais próxima ao palco é separada do restante, chamada de “pista comum”. Por uma visão supostamente melhor e pela proximidade com o artista, a pista prime custa ao menos o dobro da sua parenta menos nobre. Se antigamente ficava perto do ídolo o fã que chegasse cedo e até dormisse na fila, hoje em dia fica na frente quem pode pagar a mais. As diferenças de preço são gritantes. Nos shows de
Madonna, em 2008 (foto), a pista comum custava 250 reais, enquanto a pista prime saía por 600 reais. No de
Amy Winehouse, no ano passado, a diferença era de 200 para 500 reais. Para o ex-Beatle
Paul McCartney, era de nada menos que 300 para 700 reais. Não soa muito democrático, e o conceito ainda por cima tem falhas graves. Nem sempre o ingresso mais caro é garantia de uma boa visão do show. Não raro, a pista prime é enorme, e quem fica em sua última fileira verá tanto quanto quem fica na primeira fileira da pista comum. Quem compra a pista comum, por sua vez, sequer tem chance de ver alguma coisa.