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Via, Magalu e Americanas voltam a desabar. O que esperar das ações?

Papéis de empresas de consumo não essencial ficaram entre as principais perdas do pregão após inflação surpreender negativamente mais uma vez

Painel de cotações na B3  (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de abril de 2022 às 17h50.

Última atualização em 8 de abril de 2022 às 17h58.

As ações de varejistas foram as maiores prejudicadas na bolsa nesta sexta-feira, 8. Os papéis de Via, Magazine Luiza e Americanas desabaram mais de 6%, reagindo ao avanço da inflação no Brasil.

  • Via (VIIA3): - 7,93%
  • Americanas (AMER3): - 7,72%
  • Magazine Luiza (MGLU3): - 6,56%

O principal indicador da inflação brasileira voltou a superar as estimativas, acelerando em março de 1,01% para 1,62% – bem acima do consenso de economistas, que esperava alta de 1,28%. O IPCA acumulado de 12 meses saltou de 10,54% para 11,30%, o maior patamar desde 2003.

A disparada dos preços aumentou a pressão para novas altas de juros no Brasil. A mudança de perspectivas tem potencial para impulsionar os rendimentos da renda fixa e prejudicar a atratividade – e o desempenho – das ações. 

Entre os papéis, os mais prejudicados foram os de consumo discricionário, aqueles que vendem bens não considerados “necessários” e, portanto, mais associados ao ciclo econômico. Em momentos de aperto monetário, são papéis que têm quedas mais duras. 

“Tanto é que ações como Assaí e Carrefour, do setor de atacarejo, sofrem bem menos porque tem uma capacidade maior de repassar esse aumento de preços ao consumidor”, destacou Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos. 

Vale lembrar que essas varejistas vinham subindo com a expectativa de que a taxa básica de juros, a Selic, parasse de subir. Na semana passada, por exemplo, os papéis da Via subiram 9%, um cenário bem diferente da queda de 17% acumulada esta semana. 

Porém, mesmo com o recente revés, a expectativa dos analistas é que as ações descontadas encontrem espaço para subir. “O valor de mercado atual das empresas do varejo é bastante baixo, e deveremos ver uma recuperação ao longo do ano. Porém a volatilidade deve se manter alta, com muitos altos e baixos no meio do caminho”, disse Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama Investimentos.

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