Invest

Nubank alcança rentabilidade dos bancões e tem lucro de US$ 303 milhões no 3º tri

Resultado do banco digital ficou acima da expectativa de mercado e foi 34% superior ao do segundo trimestre

 (Nubank/Divulgação)

(Nubank/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 14 de novembro de 2023 às 18h20.

Última atualização em 14 de novembro de 2023 às 19h39.

Um ano após registrar seu primeiro lucro líquido pós-IPO, o Nubank (NUBR33) mantém a trajetória de ganhos. O banco digital teve lucro líquido de US$ 303 milhões no terceiro trimestre contra um resultado de US$ 7,8 milhões no mesmo período do ano passado. Na comparação trimestral, o lucro do Nubank avançou 34%.

O resultado ficou acima das expectativas do mercado, que estimava um lucro de US$ 276 milhões segundo cálculo da Refinitiv. Em receitas, o Nubank alcançou um resultado de US$ 2,1 bilhão, novo recorde, que representa um aumento de 53% em base neutra de câmbio em relação ao terceiro trimestre do ano anterior.

E para além de lucro e receita, as atenções do resultado se voltaram para a rentabilidade do Nubank, que alcançou o patamar dos bancões. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) ficou em 21% – crescimento de 4 pontos percentuais frente ao trimestre passado. O resultado consolidado da holding  mostrou rentabilidade acima de grandes bancos de varejo como Bradesco e Santander, que estão lutando para retomar o patamar dos 20%.

"[O resultado em ROE] posiciona o Nubank como uma das empresas mais rentáveis da América Latina – apesar de estarmos super capitalizados e termos as operações no México e na Colômbia ainda incipientes", afirmou Guilherme Lago, CFO do Nubank, em entrevista à EXAME Invest. "Parte do retorno de capital vem do número de clientes ativos com principalidade. Alcançamos 89,1 milhões de clientes, com perto de 60% de principalidade e que tem crescido em um ritmo mais forte". No terceiro trimestre, foram adicionados 5,4 milhões de clientes à base do Nubank.

O banco não fornece guidance, mas Lago reforça que a ambição é continuar avançando em rentabilidade. "Vamos ter um crescimento da rentabilidade ao longo dos próximos anos. Ainda estamos longe da fronteira da eficiência", disse.

Entre os ingredientes que impulsionam o indicador, um  dos mais observados é a receita média mensal por cliente ativo (ARPAC), que neste trimestre alcançou pela primeira vez os dois dígitos. A ARPAC avançou 18% em base anual, para US$ 10. A ambição do Nubank é alcançar o patamar de receita dos grandes bancos de varejo ronda os US$ 45. Por outro lado, o custo médio mensal de atendimento por cliente ativo permaneceu praticamente inalterado e abaixo do nível de um dólar, em US$ 0,9.

Carteira de crédito e inadimplência

A carteira de crédito total do Nubank teve expansão de 48% frente ao mesmo período do ano passado, para US$ 15,4 bilhões. O cartão de crédito corresponde a 80% da carteira, os empréstimos pessoais ficam com os 20% restantes.

A inadimplência de longo prazo, acima de 90 dias, subiu de 4,7% para 6,1% na comparação anual e avançou 0,2 ponto percentual (p.p.) frente ao último trimestre. A inadimplência de 15 a 90 dias, por sua vez, manteve o patamar de 4,2% em base anual. Porém, frente ao primeiro trimestre, o indicador caiu 0,1 p.p.. 

O CFO avalia que o pior da inadimplência no ciclo de crédito brasileiro tenha ficado para trás. Ainda assim, reforça que o Nubank pretende continuar crescendo a carteira de crédito em um ritmo forte e que isso pode afetar o indicador.

“Não vemos nenhum problema se o crescimento da carteira de crédito levar a um aumento da inadimplência. Prestamos mais atenção à margem líquida ajustada pelo risco de crédito. É possível haver um aumento da inadimplência que pode ser muito mais do que compensado pela alta da receita. Esse é o nosso principal foco”, defendeu o CFO.

Ainda assim, o banco tem investido mais em linhas menos arriscadas de investimento. O último passo foi entrar no empréstimo consignado, lançado em abril, com expansão da operação para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em outubro. “Estamos começando ainda, mas estamos ansiosos para o impacto [do consignado] no resultado em 2024”.

Base do Nubank vai continuar crescendo?

O crescimento de clientes é um dos pilares da estratégia do Nubank para crescer. A base, no entanto, já atinge perto de 52% da população adulta brasileira, uma penetração alta que pode impactar o ritmo de aquisição de clientes. Segundo Lago, o Nubank ainda vê um potencial de crescimento forte no Brasil, mas espera uma queda no ritmo de aquisição de clientes já para o próximo ano. 

"Existe um fator que vai compensar esse movimento: México e Colômbia vão acelerar [o ritmo de aquisição de clientes]", disse. A expectativa é com os resultados do lançamento da conta bancária nesses países, que foi um forte atrativo para os clientes no Brasil. "Acabamos de lançar a conta bancária no México e, na Colômbia, pretendemos lançar no primeiro trimestre de 2024. Não será um processo linear, mas esperamos uma boa compensação nos próximos anos".

Acompanhe tudo sobre:NubankBalançosBancos

Mais de Invest

Sem ‘abocanhada’ do leão: analista recomenda 4 ativos de renda fixa que pagam até IPCA + 7,1%

Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 30 milhões neste sábado; veja como apostar

O plano da Reag para reerguer a GetNinjas (NINJ3)

Quanto rende 500 mil a 100% do CDI?

Mais na Exame