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Novo consenso para o Fed, inflação ao produtor nos EUA e o que mais move o mercado

Apostas de que o Federal Reserve tenha que acelerar ritmo de alta de juros tornam-se majoritárias em véspera de decisão

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Andrew Harrer/Bloomberg)

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de junho de 2022 às 07h23.

Última atualização em 14 de junho de 2022 às 08h14.

Os principais índices de ações iniciaram esta terça-feira, 14, de forma mista. Bolsas da Europa caem nesta manhã, com preocupações sobre alta de juros e menor atividade econômica ainda pressionando as negociações. O Stoxx 600, índice formado por ativos das principais bolsas do continente, opera próximo de 410 pontos, o menor patamar desde fevereiro de 2021. Bolsas da Alemanha e da França acumulam mais de 15% de queda no ano. Nos Estados Unidos, onde as perdas são ainda mais acentuadas, os índices futuros sinalizam recuperação, após o S&P 500 e o Nasdaq terem registrado respectivas baixas de 9,88% e 11,22% somente nos últimos quatro pregões.

Apesar da leve melhora sinalizada pelos índices futuros, o cenário em Wall Street ainda é de tensão, nesta véspera de decisão do Federal Reserve (Fed) -- que pode ser uma das mais importantes da história moderna dos Estados Unidos.

Fed: o novo consenso para a decisão

Desde que o Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) saiu acima do esperado na sexta-feira, 10, investidores têm aumentado as apostas de que o Fed terá que acelerar o ritmo de alta de juros de 0,50 ponto percentual (p.p.) para 0,75 p.p, o que levaria a taxa ao intervalo de 1,50% e 1,75%. A possibilidade, que era precificada pelo mercado com apenas 3% de chance na semana passada, se tornou o novo consenso nesta semana.

A chance de o Fed subir a taxa de juros em 0,75 p.p. agora é de 92,2%, segundo o monitor de probabilidades do CME Group. Na véspera, a chance estava em 34,6%. Expectativas de juros mais altos nos Estados Unidos tem dado fôlego extra aos compradores de dólares.

A moeda americana voltou a superar a máxima em 20 anos frente a divisas desenvolvidas -- e mais negociadas doo mundo. Parte dessa busca por dólar visa o rendimento -- cada vez mais altos -- dos títulos do Tesouro americano (treasuries). O treasury com vencimento em 2 anos está pagando cerca de 3,30%, 350% a mais do que pagava no início deste ano. O patamar é o mais alto elevado desde 2011. Mais cedo, o rendimento chegou à casa dos 3,40%, com investidores à espera de juros mais altos para o período.

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  • Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):

    • Hang Seng (Hong Kong) + 0,00%
    • SSE Composite (Xangai): + 1,02%
    • FTSE 100 (Londres): - 0,88%
    • DAX (Frankfurt): - 0,90%
    • CAC 40 (Paris): - 1,41%
    • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,20%
    • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,52%
    • Bitcoin: - 6,43%, US$ 22.443
    • S&P 500 VIX: - 1,06%, 33,66

Inflação ao produtor americano

Mas pressões sobre as políticas do Fed podem ganhar ainda mais força nesta terça, com a divulgação do Índice de Preço ao Produtor americano (PPI, na sigla em inglês) prevista para às 9h30. Economistas esperam que o PPI de maio fique em 0,8%, esfriando de 11% para 10,9% no acumulado de 12 meses. Não falta espaço para surpresas. Os números do PPI saíram acima do esperado em três dos últimos quatro meses.

Fim do ciclo de alta da Selic?

Perspectivas de juros mais altos também crescem no mercado brasileiro. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) inicia nesta terça-feira, sob expectativas cada vez maiores de que o fim do ciclo de alta de juros fique para a decisão de agosto. O novo consenso entre bancos de investimentos é de que o Copom eleve a Selic em 0,50 p.p. nesta quarta, para 13,25% ao ano, e em mais 0,50 p.p. em agosto, encerrando o ciclo em 13,75%. "Ativismo fiscal" por parte do governo e aperto monetário mais duro no exterior estão entre os motivos que levaram à revisão das estimativas.

Veja também:
Fim do ciclo de alta da Selic? Cresce expectativa de novo ajuste em agosto
Inflação dos EUA tem alta recorde e sobe 1% só em maio

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