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Fed e Copom anunciam decisões de política monetária: o que esperar

Economistas do time de Macro & Estratégia do BTG Pactual apontam as decisões mais prováveis pelos formuladores de política monetária nos dois países

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil: dia de anúncio da nova taxa Selic (Andre Coelho/Bloomberg)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil: dia de anúncio da nova taxa Selic (Andre Coelho/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2022 às 07h00.

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Os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil se reúnem nesta quarta-feira, dia 16, e anunciam suas respectivas decisões de política monetária. As expectativas consensuais de mercado apontam para um aumento das taxas de juros, que estão no intervalo entre zero e 0,25% na economia americana e em 10,75% ao ano na brasileira.

Veja a seguir ao que ficar atento em cada um dos casos e os prováveis próximos passos, segundo análise da equipe de Macro & Estratégia do BTG Pactual (BPAC11), liderados pelo economista Álvaro Frasson, com Arthur Mota, Leonardo Paiva e Luiza Paparounis, em dois relatórios distribuídos no início desta semana, um para cada banco central.

Quer saber como a economia vai impactar os preços dos ativos em 2022? Leia os relatórios do BTG Pactual

Federal Reserve

"Contemplamos em nosso cenário um aumento de 25 bps [pontos base, o equivalente a 0,25 ponto percentual] para o pontapé inicial, com um orçamento de 175 bps [1,75 ponto percentual] no ano, mesmo com a incerteza envolvendo a crise entre Rússia e Ucrânia e uma menor precificação na curva", escreveram os economistas do BTG Pactual.

"Reforçamos desde o início do ano que os próximos meses serão dominados por esse tema, sobretudo com a revisão das projeções do Fed (no tradicional SEP) mostrando elevação das expectativas de inflação em 2022 (para próximo de 4%) e 2023, acompanhado de um ciclo de juro mais intenso – principalmente na taxa terminal (entre 2,5% e 3,0%, em patamar contracionista)."

"Nossa visão, dada a configuração de inflação, com disseminação em itens importantes do núcleo, além da pressão salarial, é a de que o ciclo será mais forte do que o precificado pelo mercado (na curva de fed funds future e eurodollar)."

Copom

"Do último encontro do Copom (2 de fevereiro) para cá, a invasão russa sob o solo ucraniano, que perdura mais de 20 dias, foi o principal evento entre-reuniões, uma vez que as expectativas de inflação apresentaram deterioração adicional ao redor do mundo em função do forte movimento de alta nos preços das commodities nos mercados de referência", apontaram os economistas do BTG Pactual em outro relatório do início da semana.

"Por esta ótica, é provável que os próximos dados de inflação apresentem deterioração para bens industriais e alimentos, pressionando o IPCA esperado para 2022 e, em alguma medida, para 2023. Vale lembrar que o IPCA de fevereiro manteve um qualitativo dos dados muito ruins, com elevação do índice de difusão para 74,8% e as médias dos núcleos de 0,61% mês vs. mês em janeiro para 1,01% mês vs. mês em fevereiro – a maior taxa mensal desde maio de 2003."

"O BCB [Banco Central do Brasil] teria espaço para adotar 125bps [pontos base, o equivalente a 1,25 ponto percentual] nesta reunião, mas esse movimento poderia estressar ainda mais a curva de juros, pois o mercado já precifica uma Selic terminal em 13,75%. Portanto, entendemos ser mais provável o Copom divulgar 100 bps [1 ponto percentual], uma vez que os juros reais ex-ante no Brasil já rumam para um terreno significativamente contracionista."

"Mais do que o pace [o ritmo de aperto monetário], o BCB precisará mostrar sua preocupação com a deterioração das expectativas de inflação no horizonte relevante de política monetária, (peso maior para 2023) a fim de sinalizar uma extensão do ciclo de alta de juros", avaliaram os economistas do BTG Pactual.

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