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Dividendos extraordinários? Os próximos passos do Itaú (ITUB4) após lucro líquido de R$ 9,77 bilhões

Milton Maluhy, CEO do banco, aponta excesso de capital como um “bom problema” que deve permitir novas distribuições extraordinárias

Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco: banco teve lucro de R$ 9,77 bilhões no 1º trimestre (Flora Pimentel/Divulgação)

Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco: banco teve lucro de R$ 9,77 bilhões no 1º trimestre (Flora Pimentel/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 7 de maio de 2024 às 11h05.

Última atualização em 8 de maio de 2024 às 11h10.

Previsibilidade tem sido o mantra do Itaú Unibanco (ITUB4) em suas divulgações de resultados trimestrais. Nesta segunda-feira, 6, o banco apresentou mais uma vez um balanço sólido – o melhor do setor entre os pares privados e 1% acima das expectativas do mercado. O maior banco da América Latina reportou um lucro líquido de R$ 9,77 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 15,8% frente ao mesmo período do ano passado, e de 3,9% contra o trimestre anterior.

Os bons resultados têm gerado um excesso de capital que o CEO Milton Maluhy define como um “bom problema”. O banco pretende manter um nível de capital mínimo para operar em torno de 11,5%, mas o indicador já está em 13% no primeiro trimestre – mesmo com a distribuição de dividendos extraordinária em março deste ano.

À época, Maluhy adiantou que a distribuição não seria um evento isolado. No entanto, não houve anúncio de dividendos extraordinários referentes a este último resultado. 

“Mais próximo do final do ano, vamos calibrar bem o excesso de capital para, eventualmente, fazer distribuição de dividendos extraordinário novamente”, disse o CEO em coletiva com jornalistas para comentar os resultados do primeiro trimestre. “Vamos distribuir. Nosso objetivo não é manter capital além do necessário para rodar e crescer as nossas operações. Olhando, naturalmente, um horizonte de 12 a 24 meses.” 

O banco pretende manter o excesso de capital por mais algum tempo de olho em algumas incertezas causadas por mudanças regulatórias. “Neste trimestre tivemos mudanças de ponderadores de risco de crédito, que impactam operações no atacado. Para o próximo ano, tem a mudança de risco operacional, com impacto em quatro anos, iniciando em janeiro de 2025”, exemplificou Maluhy. 

Aquisições no radar?

Uma das possíveis alocações do capital extra do Itaú seria por meio de fusões e aquisições (M&A). Maluhy destacou que o crescimento inorgânico faz parte da estratégia central do banco – inclusive, no próprio nome da instituição, após a fusão com o Unibanco em 2008. 

As operações de M&A mais recentes, no entanto, têm sido menores. Em um momento de fragilidade de pares como Bradesco e crescimento de concorrentes digitais como Nubank, o CEO foi perguntado se haveria espaço para uma nova aquisição. 

A resposta deixou uma porta aberta, mas sem detalhes: “Temos capital e temos DNA associativo. Estamos sempre atentos a novas oportunidades, especialmente no Brasil. Vamos avaliar se é oportunidade para nosso acionista”, afirmou Maluhy.

Resultado do Itaú (ITUB4) no 1º trimestre

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do Itaú, que indica a capacidade do banco de rentabilizar seu capital, ficou em 21,9%, acima do ROE de 21,2% do trimestre passado. Em base anual, o ROE subiu 1,2 ponto percentual (p.p.) em base anual.

“A gestão tem sido muito assertiva na comunicação com o mercado, ou seja, os resultados geralmente estão alinhados com a orientação, deixando-nos confortáveis, o banco está em muito boas mãos e provavelmente será capaz de sustentar seu atual ROE em torno de 20% por algum tempo”, avaliaram, em nota, os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).

A margem financeira subiu 8,9% em um ano, para R$ 26,880 bilhões. Já a margem com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, teve alta de 7,4%, para R$ 25,821 bilhões. As margens com juros e as receitas com serviços somaram R$ 40,353 bilhões, alta de 7,8% em um ano, mas uma queda de 1,5% em três meses.

Apesar de um período sazonalmente mais fraco trimestre para margens e taxas, o Itaú relatou bom controle de despesas e um custo saudável de risco”, ponderaram os analistas do Goldman Sachs em nota.

A carteira de crédito expandida do Itaú alcançou R$ 1,18 trilhão no primeiro trimestre deste ano – um aumento de 2,8%. 

Por sua vez, o índice de inadimplência longo da carteira, com atrasos acima de 90 dias, caiu para 2,7% – queda de 0,2 p.p. frente ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o trimestre anterior, o índice recuou 0,1 p.p..

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