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Casino alerta para risco de inadimplência e ações caem

Empresa admite que a situação a coloca em uma fase crítica e tenta negociação com credores e proteção judicial

Loja da Casino (Eric Gaillard/Reuters)

Loja da Casino (Eric Gaillard/Reuters)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 3 de julho de 2023 às 11h05.

O grupo Casino tem novos desafios em seu caminho para a recuperação financeira. Os conciliadores encarregados do processo de conciliação solicitaram, em benefício do grupo, a suspensão de pagamentos de juros, taxas e parcelas do principal devidos  no processo, até o máximo de 25 de outubro. Essa suspensão abrange aproximadamente 130 milhões de euros em juros e outras taxas, além de cerca de 70 milhões de euros em parcelas do principal. Mas nem todos os credores concordaram com essa solicitação. Hoje, as ações do grupo caem 3,93% em Paris.

Os detentores das Notas Sênior Garantidas emitidas pela Quatrim aceitaram a renúncia de qualquer inadimplência decorrente da suspensão de pagamentos mencionada. Porém, os detentores das notas sênior com vencimentos em 2026 e 2027 não concordaram com a renúncia, o que pode resultar em uma aceleração cruzada se ocorrer uma suspensão de pagamentos de dívidas superiores a 40 milhões euros.

Além disso, esses detentores da dívida não aceitaram abrir mão de exercer seus direitos de execução relacionados ao não pagamento de juros, no valor aproximado de 12 milhões e 14 milhões de euros, devidos em 15 de julho e 15 de outubro, respectivamente. Da mesma forma, o detentor dos títulos emitidos pela Monoprix Exploitation também rejeitou as solicitações dos conciliadores.

Essa situação levou o Casino a buscar uma solução junto ao Presidente do Tribunal Comercial. Essa medida visa obter um prazo adicional para honrar seus compromissos financeiros e preservar a continuidade das operações durante o processo de conciliação.A resposta dos demais grupos de credores ainda é aguardada.

Fim da linha de crédito rotativo

Além disso, o grupo enfrenta um desafio adicional relacionado à Linha de Crédito Rotativo, que foi totalmente utilizada até 30 de junho de 2023. Com base nos cálculos atuais, espera-se que a relação entre a dívida bruta garantida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), após o pagamento de aluguéis, exceda o limite de 3,5x estabelecido nas cláusulas financeiras da Linha de Crédito Rotativo. Isso pode levar à inadimplência nessa linha de crédito e, consequentemente, a situação de inadimplência em relação a parte da dívida financeira das subsidiárias operacionais do Casino.

Diante desse cenário, os conciliadores já solicitaram aos credores da Linha de Crédito Rotativo que renunciem ao seu direito de exigir pagamentos acelerados com base em eventuais quebras das cláusulas financeiras. Até o momento, não houve resposta por parte desses credores.

A empresa admite que a situação coloca o grupo em uma fase crítica, "onde é fundamental encontrar soluções que permitam a continuidade de suas operações e a estabilização financeira".

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