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‘Carnaval’ do mercado de dívida leva a ganho recorde de 2 meses

Expectativa de redução de juros por parte dos bancos centrais impulsionam mercado

Mercado de dívida: queda de juros em 2024 deve impulsionar demanda (Getty/Getty Images)

Mercado de dívida: queda de juros em 2024 deve impulsionar demanda (Getty/Getty Images)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 28 de dezembro de 2023 às 12h30.

Última atualização em 28 de dezembro de 2023 às 12h48.

O mercado mundial de dívida caminha para o melhor ganho de dois meses já registrado, em meio a expectativas de que os principais bancos centrais terão de reduzir juros agressivamente em 2024 para combater o risco de recessão.

O retorno total dos títulos no índice da Bloomberg para dívida global de grau de investimento em novembro e dezembro foi de quase 10%, o melhor período de dois meses em uma série de dados que remonta a 1990. O índice EMBI Global Diversified Composite do JPMorgan, para dívida de mercados emergentes, subiu quase 11% no período. O bônus que o governo brasileiro emitiu em abril deste ano teve apreciação de mais de 8%.

“O que estamos vendo agora é um carnaval dos títulos”, disse Hideo Shimomura, gestor sênior da Fivestar Asset Management, em Tóquio. “Os investidores do mercado de dívida estavam hibernando e eu sinto que agora eles têm um desejo explosivo de sair da toca.”

Os mercados globais de juros futuros precificam cerca de 1,5 ponto percentual de cortes nas taxas básicas dos EUA e Reino Unido no próximo ano, e quase 1,75 ponto percentual na zona euro, com mais confiança dos investidores de que os principais bancos centrais venceram a batalha contra a inflação.

Essa perspectiva ajudou a atrair uma demanda forte por Treasuries americanos de dois e cinco anos em leilões esta semana, e puxou as taxas exigidas pelos investidores para baixo.

A queda dos yields, por sua vez, fez com que o dólar se enfraquecesse, e isso aumentou os retornos de dívidas denominadas em outras moedas. Euro, iene e libra são negociados nos níveis mais fortes em pelo menos quatro meses, enquanto o franco suíço está no nível mais alto desde 2015. O real caminha para fechar o ano com apreciação de mais de 9%.

A moeda japonesa obteve um impulso adicional com as expectativas de que o Banco do Japão aumentará juros pela primeira vez desde 2007, com mais sinalização neste sentido do governador Kazuo Ueda nesta quinta-feira.

A taxa sobre os Teasuries americanos de 10 anos, referência para o mercado de dívida global, já caíram cerca de 1,2 ponto percentual desde seu pico de outubro, para perto de 3,81% nesta quinta-feira.

Além dos Treasuries, a alta global da dívida de grau de investimento em novembro e dezembro foi puxada por títulos imobiliários nos EUA, assim como dívida soberana da França e Alemanha, mostram os dados da Bloomberg.

Os títulos corporativos de grau de investimento em todo o mundo também subiram, com retorno de quase 11% desde o início de novembro, também o melhor ganho de dois meses já registrado, segundo dados da Bloomberg.

“A ferocidade do rali do mercado de dívida realmente aumentou os retornos totais para os investidores”, disse Vishnu Varathan, chefe de economia e estratégia do Mizuho Bank, em Singapura. “Há uma sensação de que os mercados estão sinalizando que estamos novamente a meio caminho de uma política monetária flexível.”

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