Mercados

Caos aéreo na Europa afeta ações da TAM

Empresa tem 30% das receitas ligadas às operações internacionais

Em Londres, os passageiros enfrentaram longas filas para comprar tickets para o serviço de trem Eurostar (.)

Em Londres, os passageiros enfrentaram longas filas para comprar tickets para o serviço de trem Eurostar (.)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2010 às 16h06.

São Paulo - As implicações globais da erupção vulcânica do Eyjafjalla na Islândia e do consequente caos aéreo na Europa já chegaram aos mercados brasileiros. Já na sexta-feira, a reação dos investidores levou ao recuo dos papéis da companhia aérea TAM (TAMM4) em 4,2%, maior queda do dia na BM&FBovespa. Nesta segunda-feira (19), o quinto dia de cancelamentos de voos, as ações da empresa chegaram a cair mais 4,7%, mas encerraram com um recuo de 2,82%.

"O aumento das incertezas é plausível, ainda mais num cenário de deficiência de informações por parte da companhia e falta de perspectiva de retorno à normalidade", aponta Brian Moretti, analista da Planner Corretora.  "Mesmo que inicialmente o ônus da remarcação seja do passageiro, o grande prejuízo é o cancelamento de vôos", complementa.  O cenário é pessimista, mas não o suficiente para gerar pânico, na opinião da analista-chefe da corretora Spinelli, Kelly Trentin. "Uma boa parte da receita será auferida com atraso, mas virá. As pessoas não vão trocar de operadora por conta disso". A empresa disse que estuda a publicação de um comunicado ao mercado sobre o assunto.

A TAM já teve 42 vôos internacionais suspensos em Guarulhos e no Galeão desde o fechamento do espaço aéreo europeu, segundo informações da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). Em 2009, a operação internacional da TAM gerou 2,684 bilhões de reais em receitas. O valor corresponde a 29,5% do total do faturamento bruto com voos no período.

O efeito da crise no setor aéreo é intensificada num mercado combalido pela fraude do banco americano Goldman Sachs, que foi denunciado na última sexta-feira (16). Na opinião do  analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, o mercado ainda reflete o escândalo. "As ações de outros setores também foram afetadas no Brasil. O ponto mais sensível da crise são realmente as companhias aéreas européias".

Perdas

No mundo, o impacto econômico já supera o provocado pelo fechamento dos aeroportos durante os ataques terroristas de 11 de setembro, segundo pronunciamento feito pelo comissário europeu de Transporte, Siim Kallas. A IATA (Organização que representa 230 companhias aéreas no mundo) contabiliza o prejuízo em até 250 milhões de dólares por dia.

O presidente do órgão, Giovanni Bisignani, se manifestou em nota nesta segunda-feira condenando a falta de  coordenação, liderança e a falha de gerenciamento de crise dos governos.  Bisignani prevê que "em algumas semanas, essa será uma história muito embaraçosa". Para ele, o espaço aéreo seguro deve ser reaberto imediatamente e o governo deve se comunicar melhor com as partes interessadas.
 
O vulcão islandês Eyjafjalla, em erupção desde a quarta-feira passada, continua expelindo lava e liberando cinzas na atmosfera, informaram hoje os serviços de Defesa Civil da Islândia.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAviaçãobolsas-de-valorescompanhias-aereasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEuropaServiçosSetor de transporteTAM

Mais de Mercados

Nvidia: mercado espera lucro 411% maior em resultado do 1º trimestre

Yduqs (YDUQ3) dispara 10% após divulgar projeções de crescimento em encontro com investidores

Ibovespa tem leve queda e fecha 3º dia no vermelho; Yduqs dispara 10%

Os planos da AstraZeneca no 'pós-pandemia': remédios para perda de peso e receita de US$ 80 bi

Mais na Exame