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Havana hi-low

A histórica cidade cubana é feita para andar a pé e se misturar com os locais — e agora conta com serviços de primeira linha

Malecón: atração sem cobertura de wi-fi (Kriangkrai Thitimakorn/Getty Images)

Malecón: atração sem cobertura de wi-fi (Kriangkrai Thitimakorn/Getty Images)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 14 de abril de 2022 às 05h23.

Há quem pense que Cuba se resume às praias paradisíacas ou aos carros antigos que sobrevivem desde os anos 1950. Mas a verdade é que o país vai muito além desses clichês — ainda que não se afaste tanto de charutos e runs —, com exposições dignas de galerias europeias, hotéis cinco estrelas e restaurantes que foram cenário para a gravação de filmes. E é justamente a capital Havana que oferece o melhor desse turismo hi-low no país.

Havana é diferente de qualquer outro lugar a que você já tenha ido. Na lista de edifícios que valem a visita estão o Ministério del Interior, conhecido pela silhueta de Che Guevara, os fortes da era colonial, todo o entorno do Parque Central e o Capitólio Nacional. Para quem quiser viver uma expe­riência com glamour digno de destinos como Paris, não há dúvida: o Gran Hotel Manzana Kempinski repete a qualidade da rede suíça (e ainda foi o primeiro cinco estrelas de Havana).

Com diárias que passam dos 1.550 dólares, o hotel fica em um dos edifícios mais conhecidos de todo o país, o La Manzana de Gómez, de 1894, que se tornou o primeiro centro comercial de estilo europeu de Cuba. Na cobertura está o premiado Spa Albear by Resense, que oferece 1.000 metros quadrados para tratamentos variados e uma piscina de borda infinita com vista para os principais prédios do centro histórico. E basta descer pelo elevador para chegar ao Tobacco Lounge, um dos melhores espaços de degustação de charutos cubanos (e que protege de golpes com produtos falsificados), com a consultoria de um sommelier premiado duas vezes como o melhor do mundo.

Vale muito caminhar pelas ruas, sempre seguras; provar a inusitada lagosta acompanhada de quiabo que custa 20 dólares no famoso La Guarida, cenário do filme Fresa y Chocolate; e assistir a apresentações de jazz no La Zorra y el Cuervo. No caminho do Malecón ainda dá para caminhar até a Fábrica de Arte Cubano, que recebe exposições e festas. E para experimentar o melhor mojito do país, ao preço de 5 dólares, basta ir à Bodeguita del Medio.

É verdade que visitar Cuba ainda traz alguns desafios, já que a preparação para a viagem vem acompanhada de uma boa dose de burocracia, como a necessidade de visto para entrar no país e a dificuldade de contato com o consulado no Brasil. Peça ajuda ao concierge do hotel, inclusive para as reservas de transporte para o aeroporto, outra missão quase impossível para quem não está disposto a negociar diretamente com taxistas.

Embarcar para Cuba é também uma oportunidade para desconectar: não há cobertura de internet e, para ter acesso ao wi-fi de locais públicos, é necessário pagar por um cartão. São raros os lugares que aceitam cartões de crédito. Vale trazer euros e dólares, mais favoráveis na conversão do que o próprio peso cubano. E aqui vale uma dica: não há voo direto do Brasil. Uma opção é viajar pela Copa Airlines e fazer uma parada de dois ou três dias na Cidade do Panamá. É uma chance de conhecer o famoso canal que atravessa o continente ou o Arquipélago de San Blas. E marcar mais um carimbo no passaporte.  

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