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Gestor de fundo de cripto explica 3 riscos associados a The Merge

O gestor de investimentos do fundo de cripto Bitwise listou suas três maiores preocupações com a The Merge da rede Ethereum, que deve acontecer ainda este ano

A atualização prevê a substituição do atual mecanismo de consenso baseado em Prova-de-Trabalho (Capuski/Getty Images)

A atualização prevê a substituição do atual mecanismo de consenso baseado em Prova-de-Trabalho (Capuski/Getty Images)

Cointelegraph Brasil

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Publicado em 26 de abril de 2022 às 10h30.

A rede Ethereum (ETH) está prestes a implementar uma das atualizações de software mais significativas e aguardadas do mercado de criptomoedas em 2022. O evento que tem sido chamado de "The Merge" (a fusão, em tradução livre) vai reduzir o consumo de energia dispenedido para validação de transações da rede, tornará o ETH mais escasso e permitirá que os detentores da criptomoeda obtenham mais rendimentos contribuindo com a segurança da rede através do processo de staking.

A atualização prevê a substituição do atual mecanismo de consenso baseado em Prova-de-Trabalho, no qual basicamente os validadores da rede aplicam poder computacional em uma competição para validar as transações e serem recompensados pelos blocos minerados, com alto custo energético, para um mecanismo baseado em Prova-de-Participação.

Neste modelo, a segurança da rede é garantida por usuários que se disponham a bloquear seus ETHs em staking em troca de recompensas sobre as taxas de transação realizadas na rede. Os agentes do mercado esperam também que o "The Merge" solucione questões fundamentais de escalabilidade da Ethereum, reduzindo os altos custos das taxas de transação atuais e a latência da rede.

Se já não bastassem os grandes desafios técnicos envolvidos na atualização, tudo fica ainda mais complicado quando se sabe que atualmente o Ethereum possui mais de US$ 300 bilhões alocados em sua rede, conforme destacou Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise Asset Management, um dos principais fundos de criptomoedas do mercado norte-americano em uma reportagem do Business Insider publicada no sábado, 23:

"“Esta é uma atualização em que os desafios são imensos e altamente complexa para a rede blockchain, que abriga mais de US$ 300 bilhões em ativos. Portanto, há riscos significativos envolvidos no processo."

A atualização vem sendo preparada há tempo e, finalmente, estava prevista para ocorrer ainda na primeira metade deste ano, mas recentemente um dos principais desenvolvedores responsáveis pela coordenação do evento anunciou que o "The Merge" teria que ser adiado novamente.

(Mynt/Divulgação)

Uma nova data não foi anunciada. Segundo Hougan, um anúncio precipitado pode gerar nova frustração no mercado, pois novos atrasos não apenas não podem ser descartados, como é provável que venham a acontecer:

"Lançamentos e atualizações de softwares complexos frequentemente atrasam, e este, definitivamente é um lançamento de software complexo. Assim, embora a maioria das pessoas espere que isso ocorra nos próximos meses, existe a possibilidade de mais atrasos", acrescentou. "Também vale a pena notar que a Prova-de-Participação demanda sistemas mais complexos do que sistemas baseados em Prova-de-Trabalho."

“Se você perguntar a um desenvolvedor da Ethereum, hoje, quando o "The Merge" ocorrerá, a resposta mais provável será: 'quando estiver pronto' – e esta é a abordagem correta", disse David Lawant, diretor de pesquisa da Bitwise. E acrescentou:

"O Ethereum tem várias redes de teste nas quais a atualização está sendo implementada. Os últimos testes foram bem-sucedidos. E nós achamos que há uma possibilidade de que a fusão aconteça em algum momento do terceiro trimestre. Mas também é possível que tenhamos que esperar até o final desse ano."

O sucesso dos eventos teste não garantem conclusivamente que tudo funcionará conforme o esperado quando o sistema entrar oficialmente em operação, inclusive falhas não intencionais e ataques de agentes maliciosos não podem ser descartados, afirmou Hougan:

"Particularmente, à medida que você passa por atualizações na transição, é claro que existe a oportunidade ou a possibilidade de que ocorram falhas não intencionais ou mesmo ataques à rede Ethereum."

Outro risco, segundo Hougan, é que o mecanismo de Prova-de-Participação tem um histórico de eficiência bastante inferior ao de Prova-de-Trabalho, que há 12 anos vem se mostrando bastante segura e confiável para os usuários:

"A Prova-de-Trabalho existe há mais de doze anos. Ela armazena periodicamente mais de US$ 1 trilhão em ativos e é um sistema testado e comprovado. A Prova-de-Participação é um sistema mais novo e, portanto, tem mais riscos inerentes. Suas garantias de segurança devem ser descontadas um pouco."

Hougan destacou que os riscos da Prova-de-Participação não se reduzem apenas à Ethereum, mas a quaisquer redes que a adotem como mecanismo de consenso, incluindo Solana (SOL), Cardano (ADA) e Polkadot (DOT).

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