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Marisa troca de comando; sai João Batista entra Andrea Menezes

Executiva vai liderar ‘reposicionamento comercial’, após mandato de reestruturação financeira de Batista, que ficou um ano no cargo

Marisa: companhia fez intensa reestruturação para diminuir dívidas de curto prazo (Divulgação/Marisa) (Marisa/Divulgação)
Marisa: companhia fez intensa reestruturação para diminuir dívidas de curto prazo (Divulgação/Marisa) (Marisa/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

4 de fevereiro de 2024 às 18:30

A varejista de moda Marisa anunciou neste domingo a mudança de comando. João Nogueira, que assumiu o cargo há um ano está deixando a companhia. Quem assume é Andrea Menezes, que estava como membro independente do conselho de administração. Embora a mudança já tenha efeito prático, a transição será feita de forma informal ao longo do mês, conforme apurou o INSIGHT.

O diagnóstico da companhia é que, depois de um processo intenso de reestruturação financeira, a parte de questão de custos está reorganizada – e agora o foco é no reposicionamento comercial.

Menezes é investidora-anjo há mais de dez anos e, além do background em finanças, tem experiência em posições executivas em empresas, com foco em governança, ESG e inovação. "Essas qualificações vêm ao encontro da nova fase da Marisa", disse a companhia em comunicado.

Roberta Ribeiro Leal, atual CFO, passará a acumular a posição de diretora de relações com investidores, posição que também vinha sendo ocupada por Batista.

Ex-Petrobras e conselheiro da Braskem, Batista tinha sido indicado para comandar o conselho da Marisa e pouco depois, passou a liderar o comando executivo, saindo da posição de chairman.

Sob o comando de Batista, a Marisa fez um esforço de aliviar a pressão das dívidas de curto prazo, reduzir custos e melhorar a operação. Diante disso, fechou 89 lojas consideradas deficitárias, cortou em 25% o quadro de funcionários e reduziu estoques.

Ao fim do terceiro trimestre, a dívida bruta do grupo estava 14% menor do que no segundo trimestre, a R$ 671,3 milhões. A principal mudança ficou na composição da dívida. Os vencimentos de curto prazo caíram 32% de um trimestre para o outro, para R$ 79,4 milhões. A meta para este ano é de que as dívidas a vencer em curto prazo sejam 10% e o restante seja de longo prazo.

Para melhorar o capital de giro e dar tração às estratégias comerciais – frente agora de maior atenção para gerar fluxo de caixa – a empresa anunciou em outubro a volta ao mercado de crédito bancário, com a contratação de um empréstimo de 3 anos de R$ 65 milhões do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame). A empresa poderá ainda compensar durante a vigência da operação de crédito, cerca de R$ 85 milhões, totalizando um reforço de capital de giro de até R$150 milhões.

A Marisa encerrou o terceiro trimestre de 2023 com prejuízo líquido de R$ 196,4 milhões, resultado 92,45% pior que o registrado em igual intervalo do ano passado.

Para 2024, a empresa projeta uma receita bruta entre R$2,3 bilhões e R$2,5 bilhões, com margem de 50% a 52%. O Ebitda (ex IFRS-16) deve ficar entre R$ 100 milhões e R$ 130 milhões e a alavancagem, entre 0,9x e 1,2x em 2024.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado