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Linx: B3 rejeita multa imposta por Stone sobre negócio

Para a bolsa, acionistas do Novo Mercado não podem sofrer qualquer influência sobre suas decisões em assembleia, que devem ser livres

Stone: oferta de R$ 6,28 bilhões pela Linx será votada em assembleia dia 17 (Leandro Fonseca/Exame)
Stone: oferta de R$ 6,28 bilhões pela Linx será votada em assembleia dia 17 (Leandro Fonseca/Exame)
GV

Graziella Valenti

23 de outubro de 2020 às 19:48

A B3 não aceita a multa que a Stone impôs à Linx caso os acionistas da empresa rejeitem a proposta de aquisição, por meio de uma incorporação que será votada no próximo dia 17.  O posicionamento da bolsa está atrelado ao fato de o modelo de compra incluir a dispensa de que a Stone tenha de se listar no Novo Mercado, como sucessora da Linx — uma companhia desse ambiente de governança. O Ibovespa voltou a bater os 100 mil pontos. Saiba como aproveitar o vaivém da bolsa com a EXAME Research 

Segundo a bolsa, não foram encontrados precedentes para tal circunstância. Nesse sentido, a B3 entende que acionistas de companhias do Novo Mercado não podem sofrer qualquer tipo de influência para suas decisões, que devem ser livres. Além disso, conforme a bolsa, esse mecanimo é incompatível com os princípios que norteiam esse ambiente de negociação.

O EXAME In apurou que a B3 encaminhou à companhia tal entendimento no fim da tarde desta sexta-feira, 23. E pediu que a companhia torne pública a decisão e adote as medidas cabíveis. Não está clara, contudo, a extensão do entendimento da bolsa, uma vez que o acordo tem diversos itens.

A Stone propôs pagar o equivalente a 6,28 bilhões de reais pela Linx, quase 90% em dinheiro. A aceitação da multa foi contratada pela Linx, com aprovação pelo seu conselho de administração e pelo presidente executivo, Alberto Menache, quando assinou acordo de exclusividade com a Stone, junto com os demais dois fundadores — Nércio Fernandes e Alon Dayan. A penalidade consta, inclusive, do protocolo de incorporação que será tema da asssembleia. De acordo com a B3, os administradores da Linx não poderiam nem deveriam ter aceitado tal condição.

Ficou acordado entre eles que se a assembleia da Linx não aprovar o negócio, a empresa de software terá de pagar 112,5 milhões de reais à Stone. Se os acionistas rejeitarem e ainda dentro de 12 meses for aprovado um negócio com a Totvs, a multa alcançará 454 milhões de reais. A cobrança incide apenas para transações com a Totvs porque foi a única concorrente que se apresentou até o momento.

De forma indireta, é possível que a medida beneficie a Stone. Embora muitos acionistas da Linx julguem a oferta a melhor — na comparação com a da Totvs, que avaliou a empresa em 6,1 bilhões de reais —, estavam incomodados com a governança da estrutura, em especial a imposição da multa. O modelo de compra apresentado inclui ainda um acordo de não competição com o trio de fundadores que totaliza 185 milhões de reais e equivale a um ganho adicional da ordem de 20% sobre o que receberão pela venda de suas respectivas participações no negócio (que somadas chegam a quase 14,5%).

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