Logo Exame.com
Breaking NewsBalanços

Com vendas fortes no 1º tri, Assaí melhora projeção de alavancagem para 2024

Rede de atacarejo reporta avanço de 5,2% em mesmas lojas e melhora de 28% do Ebitda; geração de caixa vai impulsionar redução do endividamento, diz CFO

Assaí: vendas em mesmas lojas excluindo efeito calendário cresceram 3,4% acima do concorrente Atacadão  (Germano Lüders/Exame)
Assaí: vendas em mesmas lojas excluindo efeito calendário cresceram 3,4% acima do concorrente Atacadão (Germano Lüders/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

24 de abril de 2024 às 18:53

O primeiro trimestre de 2024 reforçou a tese de expansão do Assaí ao comprar os hipermercados Extra. De janeiro a março, a receita da rede de atacarejo cresceu 14%, somando R$ 17,2 bilhões. A alavanca de crescimento está nas inaugurações feitas nos últimos anos. Foram 28 novas lojas em 12 meses – 14 delas foram conversões. Para este ano, a companhia projeta 15 inaugurações, das quais quatro aconteceram no primeiro trimestre. 

O lucro líquido contábil caiu 16%, para R$ 60 milhões. Desconsiderando, porém, o efeito do IFRS-16, o resultado ficou 19% maior do que um ano antes, chegando a R$ 93 milhões, como efeito do crescimento operacional vindo da maturação das lojas novas e diluição de despesas. As vendas em mesmas lojas cresceram 5,2%, em linha com o amadurecimento do parque de lojas, que chegou a 292 unidades.  

Quando excluído o efeito calendário (2024 foi um ano bissexto e com a Páscoa caindo ainda no fim de março), as vendas em mesmas lojas cresce 3,4%, patamar acima do divulgado pelo principal concorrente, o Atacadão. Na divulgação dos números de vendas na terça-feira, a rede do Carrefour Brasil reportou crescimento de 1,8%. O resultado financeiro do grupo será divulgado no próximo dia 7.  

Anunciado em março como novo CFO do Assaí, Vitor Fagá -- que comandava o Sam’s Club dentro do grupo Carrefour – destaca a importância da capacidade de crescimento que a expansão trouxe. “O efeito Ebitda está sendo potencializado, porque estamos crescendo a venda, mas também já aumentando margem. Já vemos um nível de Ebitda pré-conversão das lojas.” No primeiro trimestre, o Ebitda alcançou R$ 1,22 bilhões, um aumento de 28% contra o mesmo período de 2023, com uma margem de 7,1%. 

Esse crescimento tem permitido a companhia a reduzir sua alavancagem, que ganhou atenção do mercado especialmente pela pressão financeira gerada com a expansão e os custos das conversões. Ao fim do primeiro trimestre, a relação entre dívida líquida e Ebitda ficou em 3,75x contra os 4,69x do mesmo período do ano passado, mesmo com a dívida líquida permanecendo no mesmo patamar, em R$ 13,8 bilhões.  

“A companhia está maior e carrega o mesmo patamar de dívida. O crescimento da companhia traz mais geração de caixa e esperamos, sim, uma redução gradual do endividamento”, diz Fagá. A empresa também revisou sua projeção de alavancagem ao fim de 2024 de 3,5x para 3,2x. 

A geração de caixa operacional em 12 meses cresceu 55% para R$ 4,8 bilhões. A empresa reportou uma geração de caixa livre ainda negativa em R$ 876 milhões, mas esse número deve melhorar a partir do segundo trimestre já que a última parcela de pagamento pelos hipermercados Extra foi feita em janeiro.  

E embora veja a dívida equalizada e a evolução de Ebitda como ‘drive’ para a redução da alavancagem, a companhia segue fazendo trabalho de gestão desses passivos. Em março emitiu R$ 500 milhões em debêntures com CDI+1,25%, abaixo do custo médio de dívida da companhia. 

“Estamos olhando para frente com cautela, pelas incertezas macroeconômicas, principalmente vindas do mercado externo, mas tivemos um bom primeiro trimestre e para o restante do ano estamos trabalhando na maturação dos investimentos feitos na conversão de lojas”, afirma Fagá.  

O mercado também parece estar dando seu voto de confiança: na segunda-feira, o JP Morgan elevou o papel para compra e o preço-alvo para R$ 17,50. Hoje, a ação é negociada a R$ 13,77.  

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado