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BTG Pactual: lucro recorde de R$ 6,5 bi em 21 e André Esteves no conselho

Banco termina ano com retorno sobre capital em 20,3% e Índice de Basiléia em 15,7%

BTG Pactual: receita cresce 50% e lucro líquido, 62,5%, no acumulado de 2021 (Leandro Fonseca/Exame)
BTG Pactual: receita cresce 50% e lucro líquido, 62,5%, no acumulado de 2021 (Leandro Fonseca/Exame)
GV

Graziella Valenti

16 de fevereiro de 2022 às 06:47

O balanço de 2021 do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) mostra que o banco entregou um retorno sobre patrimônio (ROAE) de 20,3% mesmo depois de ter captado R$ 5,5 bilhões  com emissões de ações ao longo do ano, ou seja, de ter ampliado sua base de capital. Trocando em miúdos: a instituição levantou dinheiro novo e conseguiu empenhar os recursos em crescimento. Do contrário, o retorno teria naturalmente caído, apenas pela ampliação do denominador. Em 2020, o indicador ficou em 16,9%.

O ROAE está traduzido nas linhas do balanço da instituição, que fechou o ano passado com receita recorde de R$ 13,9 bilhões, uma expansão de praticamente 50%. O lucro líquido avançou 62,5% e totalizou também uma marca histórica de R$ 6,5 bilhões. Mais do que crescimento os números mostram que o BTG Pactual alcançou um novo patamar como instituição financeira.

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Junto do balanço com números recordes para 2021, o banco também acaba de anunciar mudanças na estrutura de governança para dar suporte ao tamanho da operação. André Esteves, fundador e maior acionista da instituição, vai assumir como chairman após a assembleia geral ordinária deste ano. Nelson Jobim, atual presidente do conselho de administração, permanecerá no colegiado. Junto com Esteves, o diretor financeiro João Dantas também passará a compor o grupo e, para isso, vai deixar sua posição executiva. Dessa forma, o conselho cresce de dez para 12 conselheiros.

Além de ficar maior, o colegiado vai ganhar dois novos comitês: de estratégia, que será liderado pelo presidente executivo do banco Roberto Sallouti, e financeiro, com Dantas à frente. O objetivo é dar mais robustez à gestão para acompanhar o novo tamanho do negócio e sua expectativa de contínuo crescimento.

Momentum

Todo mundo já ouviu a expressão que “dinheiro chama dinheiro”. Essa poderia ser a fala popular por trás do ‘momentum’, conceito da física, aplicado ao mercado financeiro e no qual o BTG Pactual se encontra, mostrando um ritmo acelerado de expansão nos últimos anos.

Além do aumento de receita e lucro, o BTG Pactual alcançou marcos relevantes no ano de 2021, como terminar o ano com R$ 980 bilhões em recursos sob custódia — a marca de R$ 1 trilhão foi alcançada no início de fevereiro — e levar a carteira de crédito a um total de três dígitos. Ao fim de dezembro, após um aumento de 45%, a carteira total, incluindo pequenas e médias empresas (PME), estava em R$ 107 bilhões — uma velocidade de expansão bem acima do restante do setor.

Quando o tema é crédito, chama a atenção que as PMEs já representem pouco mais de 15% do total e que outros 20% venham da operação internacional, na América Latina. Esses devem continuar sendo os dois importantes vetores de expansão, uma vez que a instituição tem sinalizado aos investidores que o grupo de pequenas e médias pode chegar a algo entre 20% e 25% do total. Além disso, a operação fora do Brasil, onde a participação do banco é menor no mercado total, tende a crescer em uma velocidade superior à doméstica.

Para detalhar um pouco mais do que significa ‘momentum’ na física, mais números ajudam. O total de ativos sob custódia do BTG Pactual estava em R$ 500 bilhões em setembro de 2020, ou seja, em menos de um ano e meio, esse montante dobrou. No crédito, a receita obtida pela operação mais que triplicou em dois anos: foi de R$ 814 milhões, em 2019, para R$ 2,6 bilhões, no ano passado.

Essas são frentes importantes para o BTG Pactual pela recorrência da atividade e áreas nas quais o banco pretende conquistar cada vez mais espaço no mercado. É por isso que a instituição tem sinalizado aos investidores que apesar da forte base que 2021 representa, este ano deve ser de crescimento importante também.

O ano de 2021 foi marcado também foi uma forte atividade do mercado de capitais e em fusões e aquisições, o que fez a área de investment banking (ou apenas IB, como é chamada) terminar o período com uma receita de R$ 2,3 bilhões, ante R$ 1,3 bilhão em 2020. Essa vai ser a linha de recursos mais difícil de repetir em 2022.

A atividade no mercado está baixa e sofre o impacto de paralisação típico de anos eleitorais e ainda com a complicação de uma antecipação das discussões políticas. Ainda assim, como a frente mais relevante de receita dentro dessa atividade é no mercado de dívida (mais do que de ações e de fusões e aquisições), a expectativa é que o IB siga sim para lá de importante.

Além disso, é a atividade porta de entrada para o banco. A cada oferta pública inicial de ações (IPO), a cada nova emissão de dívida, um cliente novo para desenvolver relacionamento. Essa lógica ajuda a entender como o banco teve expansão tão forte nos últimos anos.

Risco

O Índice de Basiléia, medida internacional de solvência das instituições financeiras, do BTG Pactual terminou 2021 em 15,7%, acima da média do setor no país. Mas o que chama mais atenção nessa composição é a base de capital próprio, formada pelo capital social e lucros não distribuídos, encerrou o ano em 13,6%, cerca de 200 pontos base acima do restante das grandes instituições nacionais. Significa que mesmo crescendo e em ritmo muito acelerado, o banco tem mantido sua solidez.

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