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A MRV caiu quase 40% no ano. O pior ficou para trás, aponta o BBA

Banco reforça recomendação de compra da incorporadora, em meio a boas perspectivas para 2024 e ações próximas do piso histórico

MRV: Volta de regime de tributação especial e FGTS Futuro podem dar impulso adicional aos papéis (Crédito Foto: Jung Getty/Getty Images) (Jung Getty/Getty Images)
MRV: Volta de regime de tributação especial e FGTS Futuro podem dar impulso adicional aos papéis (Crédito Foto: Jung Getty/Getty Images) (Jung Getty/Getty Images)

14 de fevereiro de 2024 às 11:36

Um dos papéis que mais sofreu na Bolsa neste começo de ano, a MRV oferece agora um bom ponto de entrada, aponta o Itaú BBA em relatório. O banco era um dos mais pessimistas em relação à companhia, com uma projeção de lucro 40% menor que o consenso de mercado em janeiro.

Desde então, com números abaixo do esperado, o mercado ajustou suas expectativas para um número mais próximo do Itaú, o que levou a um tombo de 40% nos papéis até o fim da semana passada.  “Nós mantemos nossa preferência por Direcional, mas destacamos a MRV como a escolha certa para aqueles que querem tomar mais risco de olho em retornos maiores”, diz a equipe de analistas liderada por Daniel Gasparete.

Na sexta-feira, os papéis da MRV já ensaiaram uma recuperação, com alta de quase 7%, a segunda maior da bolsa.  O banco tem um preço-alvo de R$ 12, com potencial de alta de 67% em relação à cotação atual, de R$ 7,16.

“O price action e o humor dos investidores lembram muito o que aconteceu em março de 2023, quando a ação atingiu seu piso histórico, seguido por um rally de mais de 100%, mas os ambientes operacional, financeiro e macro hoje são muito melhores e adicionam um potencial maior de alta”, aponta o BBA. Nos preços atuais, a MRV negocia próxima de 0,6 vezes seu valor patrimonial, próximo do múltiplo de 0,55 que marcou o piso em março do ano passado.

Há pouco menos de um ano, no entanto, as revisões no Minha Casa, Minha Vida, haviam acabado de ser anunciadas e ainda não estavam refletidas nos números operacionais da empresa. A MRV tinha uma tendência negativa de margens a ser realizada ao longo do ano, sem falar no cenário macroeconômico de escalada de juros no Brasil e nos Estados Unidos, explica o Itaú.

Para 2024, o cenário é completamente diferente, na visão do banco. A companhia passa por um momento operacional melhor, com vendas aquecidas e um ambiente competitivo saudável, especialmente fora de São Paulo.

A perspectiva é de recuperação da margem bruta, com expectativa de 26,5% para 2024 e 29,5% para 2025 (em 2023, o indicador ficou em 23,4%). Com a recuperação de margem, o banco acredita que o caminho está pavimentado para a retomada do crescimento do lucro em médio prazo.

Além dos fundamentos, do ponto de vista tático, a MRV está com o percentual de ações vendidas (apostando na queda) próximo da máxima histórica, representando cerca de 18% dos papéis em circulação – o que abre espaço para um movimento de short squeeze.

Os números do Itaú BBA não consideram a implementação de duas iniciativas que podem turbinar os resultados da MRV. Uma delas é a volta da tributação especial de 1% (o Regime Especial de Tributação, ou RET) para projetos de incorporação de imóveis de interesse social, que pode trazer uma redução de 300 pontos base na taxa de impostos pagos pela empresa.

A outra, do lado da demanda, é o FGTS Futuro (que, como o próprio nome já diz, usa depósitos a serem feitos pelo empregador como uma espécie de caução). De acordo com sondagens dos analistas, ambas as medidas devem ser implementadas ao longo dos próximos 30 dias.

“Caso isso realmente se comprove, pode aumentar o lucro por ação da MRV em 25% em 2024 e em 20% em 2025. Sem falar na melhora da geração de caixa”, dizem os analistas.

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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.

Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.