Economia

Preço das passagens áreas sobe 37% em dois meses

O item subiu 23,7% em outubro na comparação com o mês anterior e acumula alta de 37,17% nos últimos dois meses

Passagens áreas: alta tem influência do preço do querose (Leandro Fonseca/Exame)

Passagens áreas: alta tem influência do preço do querose (Leandro Fonseca/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 12h42.

Última atualização em 10 de novembro de 2023 às 12h47.

A alta nos preços das passagens áreas representou o maior impacto individual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, de outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação geral de outubro avançou para 0,24%, abaixo das expectativas do mercado financeiro. 

O item do índice subiu 23,7% em outubro na comparação com o mês anterior e acumula alta de 37,17% nos últimos dois meses. Em agosto, as passagens áreas tiveram queda expressiva de 11,69% após alta de 4,97% em julho. No acumulado do ano, as passagens áreas subiram 13,53%, e, nos últimos 12 meses, tiveram alta de 3,31%. Apesar de estar em os 30 itens que mais subiram em 2023, as passagens não apresentaram um aumento relevante nos últimos 12 meses, o que mostra a volatilidade dos preços nos últimos meses.

Segundo o gerente do IBGE, André Almeida, a alta pode ter relação com preço dos combustíveis e questões sazonais. “É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica.

Em outubro, a Petrobras aumentou em 5,3% o preço médio do querosene de aviação (QAV) às distribuidoras. O número representou um acréscimo de R$ 0,22 por litro. Esse foi o segundo aumento consecutivo, pois em setembro a estatal aumentou o valor do combustível em 21,4%, alta de R$ 0,74 por litro. A alta no preço do QAV se refletiu na tarifa de passagens, uma vez que o combustível com valor maior encarece os custos operacionais das companhias áreas. 

Grupo de transporte teve maior alta

O aumento das passagens influenciou o resultado do grupo de transportes, que subiu 0,35% no mês, e tem o maior peso na variação mensal do IPCA. Além da tarifa área, os subitens táxi (1,42%) e óleo diesel (0,33%) subiram no mês. Dentro dos combustíveis, os preços da gasolina, do gás veicular, e do etanol tiveram deflação em outubro. “A gasolina é o subitem de maior peso entre os 377 da cesta do IPCA. Essa queda em outubro foi o maior impacto negativo no índice (-0,08 p.p) e contribuiu para segurar o resultado do grupo de transportes”, diz o gerente.

Acompanhe tudo sobre:Aviaçãopassagens-aereasIPCAInflação

Mais de Economia

Aneel aprova reajuste médio de 7,32% nas tarifas da Cemig

Braskem retoma de forma gradual trabalhos do Polo Petroquímico de Triunfo no RS

Arrecadação federal chega a R$ 228,8 bilhões em abril e bate novo recorde

Descubra por que a renda fixa americana pode ser uma oportunidade de investimento segura

Mais na Exame