"Há um complô contra mim", brinca Guedes sobre rumores de eventual saída
Nesta semana, proposta da equipe de Guedes sobre o programa Renda Brasil recebeu críticas do presidente Jair Bolsonaro
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Paulo Guedes: auxiliares do ministro dizem que o barulho em torno das declarações de Bolsonaro hoje é "espuma" (Adriano Machado/Reuters)
Publicado em 27 de agosto de 2020 às, 12h12.
Última atualização em 27 de agosto de 2020 às, 15h09.
Com a tarefa de entregar um novo desenho do programa Renda Brasil até amanhã, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, buscou colocar panos quentes nas duras críticas feitas ontem pelo presidente Jair Bolsonaro à proposta inicial de reformulação dos gastos sociais.
Guedes queria extinguir benefícios como o abono salarial para abrir caminho no Orçamento a um benefício de maior valor para a população mais carente, mas Bolsonaro avisou que não vai "tirar de pobres para dar a paupérrimos" e exigiu um novo plano.
Entre os técnicos da área econômica, a ordem agora é focar as alternativas de revisão de gastos para bancar o novo programa, que será a marca social do governo, sem alimentar os rumores de desembarque de Guedes que tomaram conta do mercado financeiro após a fala do presidente e que precisaram ser desmentidos pela assessoria do Ministério da Economia.
O ministro, segundo seus auxiliares, tocou normalmente sua agenda mesmo depois da estocada pública de Bolsonaro. Mas, no mesmo dia dos boatos sobre sua saída, não deixou de brincar com um suposto “complô” para retirá-lo do cargo.
Ao comentar que teria uma reunião com secretários estaduais de Fazenda seguida de uma reunião com prefeitos, Guedes riu e, de acordo com duas pessoas que acompanharam o encontro, disse: "Tem um complô para me derrubar em Brasília".
Auxiliares do ministro dizem que o barulho em torno das declarações de Bolsonaro hoje é "espuma" e que uma nova proposta será apresentada, ajustada às determinações do presidente.
Dentro da equipe, a percepção é que o presidente "não é o mais gentil com as palavras", mas que o tempo será um aliado na discussão do desenho final do Renda Brasil. Na equipe econômica, a visão é que, sem mexer no abono salarial, não há tanto espaço para ampliar o valor do novo benefício, que substituirá o Bolsa Família.
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