Economia

Após eleições, Reino Unido caminha para Parlamento sem maioria

Londres - Ainda que sem maioria absoluta no Parlamento, o Partido Conservador britânico parece caminhar para, após 13 anos, deixar a oposição ao ser apontado pelas pesquisas de boca de urna como o grande vencedor nas eleições de hoje. Após o fechamento das urnas, às 22h (18h, Brasília), uma pesquisa elaborada - e já revisada […]

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2010 às 20h21.

Londres - Ainda que sem maioria absoluta no Parlamento, o Partido Conservador britânico parece caminhar para, após 13 anos, deixar a oposição ao ser apontado pelas pesquisas de boca de urna como o grande vencedor nas eleições de hoje.

Após o fechamento das urnas, às 22h (18h, Brasília), uma pesquisa elaborada - e já revisada - pelas empresas NOP e Mori para os canais "BBC", "SKY" e "ITV" apontava que os tories obteriam 305 cadeiras, mas ficariam a 21 da maioria absoluta, o que os permitiria governar sem a necessidade de alianças.

Atrás dos conservadores, aparecem os trabalhistas, do premiê Gordon Brown, com 255 cadeiras, seguidos dos liberal-democratas, com 61 deputados. A pesquisa consultou 18 mil pessoas, que votaram em 130 diferentes zonas eleitorais do Reino Unido.

A sondagem evidencia que nas eleições de hoje deverá sair um Parlamento sem maioria. Mas as cadeiras dos trabalhistas e dos liberal-democratas juntas também não alcançariam os 326 deputados necessários para que governem de forma absoluta no Parlamento.

A julgar pela pesquisa de boca de urna, os conservadores obtiveriam 95 cadeiras a mais que nas eleições gerais de 2005, enquanto os trabalhistas perderiam 94 e os liberal-democratas, duas.

Segundo analistas britânicos, Cameron pode negociar com os unionistas da Irlanda do Norte, que se conseguirem pelo menos dez cadeiras poderiam ajudá-lo a formar Governo e a ser o próximo primeiro-ministro.

Cerca de 45 milhões de pessoas estavam convocadas às urnas para participar das eleições. A Câmara dos Comuns (baixa) é formada por 650 deputados (533 ingleses, 59 escoceses, 40 galeses e 18 norte-irlandeses). Em uma das circunscrições, no norte da Inglaterra, a votação será apenas em 27 de maio devido à morte de um candidato.

O Governo trabalhista fez um esforço adicional para que a apuração seja mais rápida que em outras ocasiões, e 50 mil funcionários de Governos locais contarão as cédulas.

Os analistas estimam que a participação deverá ser de ao menos 55%, embora a porcentagem pode ser mais alta devido ao interesse gerado na população pelo próprio caráter incerto da eleição.


A intenção é que durante a madrugada sejam divulgados os nomes dos ganhadores em 96,5% das circunscrições, uma porcentagem mais que suficiente para imaginar o futuro Parlamento, que deve ser mantido até 2015.

O próprio ministro do Interior do Reino Unido, Alan Johnson, comentou o bom resultado do partido de Cameron. "Parece que os conservadores foram muito bem", afirmou após o pleito.

Em declarações ao canal "Sky", no entanto, Johnson, um dos possíveis candidatos a suceder Brown à frente do Trabalhismo, ressaltou também que os partidos deveriam levar em conta a "vontade" dos britânicos antes de estabelecer possíveis coalizões.

O resultado da boca de urna influenciou até o preço da libra esterlina. A divisa britânica se desvalorizou hoje frente ao dólar e ao euro. A possibilidade de um Parlamento sem maioria, segundo especialistas, não costuma agradar os investidores, que optaram por vender libras.

As pesquisas mais recentes sobre intenções de voto previam que os tories obteriam 35% dos votos, à frente dos trabalhistas (29%) e dos liberal-democratas (25%).

O Reino Unido tem um sistema eleitoral majoritário simples de apenas um turno. Nele, 650 circunscrições elegem igual número de deputados, o que, desde a Segunda Guerra Mundial, costumava dar lugar a um Parlamento de maioria única, com trabalhistas e conservadores se alternando no poder.

A única exceção foi o Governo de Harold Wilson (trabalhista) entre 1974 e 1976, que perdeu uma moção de confiança no Parlamento e forçou a convocação de eleições antecipadas. Os trabalhistas ficaram no poder até 1979, mas com outro primeiro-ministro à frente, Jim Callaghan.


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