Acompanhe:

Com coronavírus, inflação sobe 0,07%, menor alta para março do Plano Real

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram deflação no mês; acumulado dos últimos 12 meses está em 3,3%

Modo escuro

Continua após a publicidade
Lojas fechadas: coronavírus começa a aparecer nas estatísticas (Tania Regô/Agência Brasil)

Lojas fechadas: coronavírus começa a aparecer nas estatísticas (Tania Regô/Agência Brasil)

D
Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2020 às, 09h06.

Última atualização em 9 de abril de 2020 às, 13h25.

A inflação oficial do Brasil registrou em março o menor nível para o mês desde 1994, mas ainda assim mostrou as consequências das medidas de isolamento devido à pandemia do coronavírus com aumento dos preços da alimentação em domicílio.

Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 0,07%, ante 0,25% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O dado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,15% e é o mais fraco para um mês de março desde o início do Plano Real em 1994.

A inflação acumulada em 12 meses chegou a 3,30%, de 4,01% em fevereiro e contra expectativa de avanço de 3,38%. O centro da meta de inflação para este ano é 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os efeitos do coronavírus no IPCA apareceram em direções diferentes. A pesquisa foi realizada entre os dias 3 a 30 de março e é primeira feita com preços coletados de forma remota.

“Esse resultado de março tem os primeiros sinais de queda de demanda provocada pelo Covid-19 e isso tem mais força em pacotes turísticos e hospedagem pelo lado da queda", explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

"Na alimentação em domicílio se viu uma alta, com bares e restaurantes fechados as pessoas estão comprando por estarem mais em casa. Os preços em casa subiram ou por maior demanda ou por restrição de produtos", completou.

Se por um lado os preços das passagens aérea e dos combustíveis caíram, comer em casa ficou mais caro em meio às medidas de proteção no Brasil com isolamentos e fechamentos de empresas.

A maior alta foi do grupo Alimentação e bebidas de 1,13%, contra 0,11% em fevereiro.

Esse resultado foi ifluenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 0,06% em fevereiro para 1,40% em março. Os destaques foram o ovo de galinha (4,67%), a batata-inglesa (8,16%), o tomate (15,74%), a cebola (20,31%) e a cenoura (20,39%).

“O coronavírus teve efeito generalizado nos alimentos captados pelo IPCA. E não podemos descartar aumento da restrição da oferta também, como cenoura e tomate", disse Kislanov.

Mas dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram deflação em março e a maior contribuição negativa foi dada por Transportes, com queda de 0,90% nos preços.

As passagens aéreas caíram 16,75%, enquantos combustíveis tivearam deflação de 1,88% -- todos caíram em março: etanol (-2,82%), óleo diesel (-2,55%), gasolina (-1,75%) e gás veicular (-0,78%).

"O coronavírus teve mais pressão altista do que de queda. A queda dos combustíveis é por conta do recuo do barril de petróleo", disse o gerente da pesquisa.

Ainda do lado das quedas, os preços de Artigos de residência recuaram 1,08, enquanto Despesas pessoais, grupo que abrange pacotes turísticas e hospedagem, recuaram 0,23%.

Diante das incertezas relacionadas ao coronavírus, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros a 3,75%, nova mínima histórica, e tanto a autarquia quanto o governo vêm adotando medidas econômicas para tentar mitigar os potenciais devastadores impactos do vírus.

O Ministério da Economia e o BC preveem atualmente estagnação da atividade este ano, mas esses números ainda devem ser revisados para baixo.

A pesquisa Focus realizada pelo BC com economistas mostra que a expectativa é de a inflação termine este ano a 2,72% e a economia encolha 1,18%, mas algumas casas já preveem contração de mais de 3%.

Últimas Notícias

Ver mais
Taxa de desemprego sobe 7,8% em fevereiro, primeira alta desde abril de 2023
Economia

Taxa de desemprego sobe 7,8% em fevereiro, primeira alta desde abril de 2023

Há 11 horas

Banco Central projeta crescimento de 1,9% do PIB e inflação de 3,5% em 2024
Economia

Banco Central projeta crescimento de 1,9% do PIB e inflação de 3,5% em 2024

Há 12 horas

Galípolo: Resiliência no consumo deve persistir com Bolsa Família e queda da inflação
Economia

Galípolo: Resiliência no consumo deve persistir com Bolsa Família e queda da inflação

Há um dia

Número de óbitos cai 15,8%, mas ainda está acima do nível pré-pandemia, mostra IBGE
Brasil

Número de óbitos cai 15,8%, mas ainda está acima do nível pré-pandemia, mostra IBGE

Há um dia

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais