Ciência

RNA Mensageiro: entenda a tecnologia que deu Nobel de Medicina a pioneiros das vacinas da covid-19

Ao longo da história, o prêmio de Medicina reconheceu grandes descobertas como o raio X, a penicilina, a insulina ou o DNA

Ao selecionar a dupla, o Comitê do Nobel em Estocolmo rompeu com a tradição de reconhecer trabalhos com décadas de trajetória (AFP/AFP)

Ao selecionar a dupla, o Comitê do Nobel em Estocolmo rompeu com a tradição de reconhecer trabalhos com décadas de trajetória (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 2 de outubro de 2023 às 08h30.

Última atualização em 2 de outubro de 2023 às 08h40.

A bioquímica húngara Katalin Karikó e o pesquisador americano Drew Weissman foram anunciados nesta segunda-feira, 2, como os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2023 por seus trabalhos sobre RNA mensageiro (RNAm), que abriram o caminho para o desenvolvimento das vacinas contra a covid-19.

Os cientistas, que estavam na lista de favoritos, foram premiados por "suas descobertas sobre as modificações das bases nucleicas que permitiram o desenvolvimento de vacinas de RNAm eficazes contra a covid-19", afirmou o júri.

Fique por dentro das últimas notícias no WhatsApp da Exame

Ao selecionar a dupla, o Comitê do Nobel em Estocolmo rompeu com a tradição de reconhecer trabalhos com décadas de trajetória.

Tecnologia

A tecnologia premiada nesta segunda-feira é de 2005, mas as primeiras vacinas que utilizaram RNAm foram desenvolvidas pelos laboratórios Pfizer/BioNTech e Moderna contra a covid-19.

"Os vencedores contribuíram para o desenvolvimento a um ritmo sem precedentes de uma vacina durante uma das maiores ameaças para a saúde da humanidade nos tempos modernos", acrescentou o júri.

A descoberta já rendeu vários reconhecimentos, incluindo o Prêmio Princesa das Astúrias em 2021, que compartilharam com outros cientistas.

No ano passado, o Nobel de Medicina foi atribuído ao sueco Svante Pääbo pelo desenvolvimento da paleogenética e suas descobertas sobre a evolução humana.

Pääbo, filho de um bioquímico também premiado com o Nobel, trabalhou no sequenciamento do genoma dos neandertais e descobriu que compartilhamos parte de nossos genes com este hominídeo extinto.

Ao longo da história, o prêmio de Medicina reconheceu grandes descobertas como o raio X, a penicilina, a insulina ou o DNA.

Mas o Nobel também premiou a lobotomia e o insecticida DDT, que caíram em desgraça.

A temporada do Nobel continuará na terça-feira com o prêmio de Física e na quarta-feira com a categoria Química.

Na quinta-feira será anunciado o vencedor do prêmio de Literatura e entre os nomes apontados como favoritos estão a escritora russa dissidente Liudmila Ulítskaya, o escritor vanguardista chinês Can Xue e o ameaçado autor britânico Salman Rushdie.

Na sexta-feira, em Oslo, será revelado o Nobel da Paz. A lista de potenciais vencedores inclui as mulheres iranianas que protestam contra o uso obrigatório do véu desde a morte da jovem Mahsa Amini em setembro de 2022, os tribunais que investigam crimes de guerra cometidos na Ucrânia e ações contra a mudança climática, entre outros.

O prêmio Nobel de Economia, conhecido como Prêmio de Ciências Econômicas do Banco da Suécia em Memória de Alfred Nobel, criado em 1969 por iniciativa do banco central sueco - encerra a temporada no dia 9 de outubro.

Acompanhe tudo sobre:Prêmio NobelMedicina

Mais de Ciência

Usuários do Wegovy mantêm perda de peso por quatro anos, diz Novo Nordisk

Meteoros de rastros do Halley podem ser vistos na madrugada de domingo

AstraZeneca admite efeito colateral raro da vacina contra covid-19

Aranhas em marte? Fenômeno cria 'aracnídeos' no planeta vermelho

Mais na Exame