Acompanhe:

Ar em Marte? Rover da Nasa produz oxigênio pela 1ª vez

A Nasa conseguiu produzir 5 gramas de oxigênio ao converter dióxido de carbono, o suficiente para um astronauta respirar por 10 minutos

Modo escuro

Continua após a publicidade
Foto do MOXIE sendo instalado dentro do Perseverance, rover da Nasa (Nasa/Reprodução)

Foto do MOXIE sendo instalado dentro do Perseverance, rover da Nasa (Nasa/Reprodução)

L
Laura Pancini

Publicado em 22 de abril de 2021 às, 09h46.

Última atualização em 22 de abril de 2021 às, 23h11.

Mais uma vez, o Perseverance faz história em Marte.

Depois do primeiro áudio gravado do planeta vermelho e do voo histórico do seu companheiro e helicóptero-drone, Ingenuity, o rover da Nasa conseguiu converter dióxido de carbono da atmosfera em oxigênio, com seu instrumento experimental chamado de MOXIE.

O MOXIE (Experimento de Utilização de Recursos In-Situ de Oxigênio em Marte, em tradução livre) é um aparelho "do tamanho de uma torradeira", de acordo com comunicado da agência espacial, e realizou sua missão nesta terça-feira, 20, no 60° dia marciano.

Eventualmente, o MOXIE pode isolar e armazenar oxigênio o suficiente para fornecer energia a foguetes para levantar astronautas da superfície do planeta. Um dia, ele também pode até chegar a fornecer ar respirável para os próprios astronautas e, quem sabe, uma população inteira.

“MOXIE tem mais trabalho a fazer, mas os resultados desta demonstração de tecnologia são promissores à medida que avançamos em direção ao nosso objetivo de um dia ver humanos em Marte”, disse Jim Reuter, administrador associado da Diretoria de Missão de Tecnologia Espacial (STMD) da Nasa. “O oxigênio não é apenas a substância que respiramos. O propelente do foguete depende do oxigênio, e futuros exploradores dependerão da produção do propelente em Marte para fazer a viagem de volta para casa.”

Um foguete deve ter mais oxigênio por peso para conseguir queimar seu combustível. De acordo com cálculos da Nasa, tirar quatro astronautas da superfície de Marte exigiria aproximadamente 7 toneladas métricas de combustível de foguete e 25 toneladas métricas de oxigênio. Em contraste, os astronautas que vivem e trabalham em Marte precisam de muito menos oxigênio para respirar. “Os astronautas que passam um ano na superfície usarão talvez uma tonelada métrica entre eles”, explica Hecht.

Enquanto transportar 25 toneladas métricas de oxigênio é uma tarefa extremamente complicada, transportar um conversor de oxigênio (de uma tonelada) é bem mais prático. Para realizar seu trabalho, o MOXIE separa os átomos de oxigênio das moléculas de dióxido de carbono. Seu produto residual, o monóxido de carbono, é lançado na atmosfera. Ao todo, a atmosfera de Marte é 96% dióxido de carbono.

Após deixar o MOXIE aquecendo por 2 horas, o instrumento começou a produzir oxigênio a uma taxa de 6 gramas por hora (para o processo de conversão acontecer, o MOXIE teve que atingir uma temperatura de aproximadamente 800 °C). Algumas reduções foram feitas durante a execução para avaliar o status do aparelho e, depois de uma hora operando, o oxigênio total produzido foi cerca de 5,4 gramas, o que pode deixar um astronauta saudável respirar por cerca de 10 minutos.

O aparelho, projetado para gerar até 10 gramas de oxigênio por hora, continuará realizando testes para descobrir mais sobre o ar em Marte. Sua próxima fase incluirá ser executada em diferentes condições atmosféricas, horas do dia e estações. Na terceira e última fase, Hecht afirma que eles irão "inovar" com novos modos de operação.

MOXIE

Gif feito pela Nasa mostra composição do MOXIE, que, de acordo com a agência, tem tamanho de uma "torradeira"

O que é a missão Perseverance da Nasa? 

No dia 18 de fevereiro, o rover Perseverance ("perseverança", em português) pousou em solo marciano com o objetivo de buscar por sinais de vida no planeta vermelho. 

O rover irá analisar a geologia e procurar pistas sobre como era o clima de Marte no passado, abrindo caminho para exploração humana. Ele também irá coletar rochas e sedimentos do local para serem analisados posteriormente na Terra, algo nunca antes feito no planeta. 

A espaçonave, que viajou por volta de 468 milhões de quilômetros desde o seu lançamento no dia 30 de julho de 2020, pousou na cratera de Jezero, uma bacia no planeta vermelho, onde os cientistas acreditam que um antigo rio desaguou em um lago e depositou sedimentos. Eles consideram provável que o ambiente tenha preservado sinais de alguma vida que tenha habitado Marte até bilhões de anos atrás. 

Desde sua chegada, o rover já divulgou vídeos da sua descida, o primeiro áudio de Marte e fotos inéditas. 

Últimas Notícias

Ver mais
Veja como acompanhar o eclipse da lua desta segunda-feira, 25
Ciência

Veja como acompanhar o eclipse da lua desta segunda-feira, 25

Há 4 dias

Nasa promove pesquisa espacial para combate ao câncer
Mundo

Nasa promove pesquisa espacial para combate ao câncer

Há 4 dias

'Cometa do Diabo' será visível da Terra nas próximas semanas; saiba como observar
Ciência

'Cometa do Diabo' será visível da Terra nas próximas semanas; saiba como observar

Há 2 semanas

Lua de Júpiter gera oxigênio suficiente para um milhão de pessoas por dia, diz Nasa
Ciência

Lua de Júpiter gera oxigênio suficiente para um milhão de pessoas por dia, diz Nasa

Há 2 semanas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais