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O que a Montblanc prepara para o mercado de relógios

Inserida no mercado relojoeiro desde 1997 com a criação da Montblanc Montre em Le Locle, na Suíça, a evolução dos modelos é realmente notável


	Jérôme Lambert, da Montblanc: CEO comentou sobre importância do mercado brasileiro para a companhia
 (Divulgação)

Jérôme Lambert, da Montblanc: CEO comentou sobre importância do mercado brasileiro para a companhia (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 15h56.

Foi durante um evento na África do Sul* para a apresentação das novidades para 2015 da Montblanc que tivemos a oportunidade de conversar com Jérôme Lambert, CEO da marca.

Na ocasião, pudemos ver, em primeira mão, a grande maioria dos lançamentos que seriam revelados ao grande público durante o Salão Internacional de Alta Relojoaria (SIHH).

O suspense chegou ao fim: vocês já sabem sobre a maioria das apresentações da marca.

Seu principal mote para 2015 foi o envolvimento do explorador Vasco da Gama – e foi por conta disso que a África do Sul foi escolhida como destino para o início da nova coleção.

Leitores do WatchTime Brasil ficaram sabendo das novidades aqui e aqui.

Inserida no mercado relojoeiro desde 1997 com a criação da Montblanc Montre em Le Locle, na Suíça, a evolução de seus modelos é realmente notável.

Quase dez anos depois de iniciar suas atividades no mundo dos ponteiros, a Montblanc adquiriu a manufatura Minerva, localizada em Villeret, na Suíça, que hoje é chamada de Fondation Minerva de Recherche en Haute Horlogerie (Fundação Minerva de Pesquisa em Alta Relojoaria).

Junto com sua aquisição, a Montblanc levou também mais de um século em expertise relojoeira, que viria a ser reproduzida em grandes modelos lançados pela marca, como o recente Metamorphosis II.

Logo no início da entrevista, Lambert comentou sobre a importância do mercado brasileiro para a companhia.

“A América do Sul é um continente muito importante para a Montblanc. Há uma grande tradição da marca para o Brasil. E estamos constantemente avançando e se desenvolvendo. Agora com uma maior integração com a Suíça, novas butiques vêm sendo abertas. Muitas marcas desenvolvem e param seu envolvimento com o mercado Brasileiro, como ondas que vêm e vão. Já com Montblanc é diferente, desenvolvemos nossa marca de maneira constante. É constantemente desenvolvida e construída, sempre crescendo. Esse trabalho contínuo é muito importante. Criar a reputação de uma marca em um país não é questão de um dia ou um mês. É uma questão de anos.”

Então como você acha que os novos lançamentos se encaixarão com o mercado brasileiro?

Jérôme Lambert  Estou bastante otimista. Eu sei que há uma paixão do brasileiro em relação à Montblanc.

Eu sei também da capacidade de entusiastas em esperar novidades vindas da marca.

Eu também acho que o Brasil é um país de cultura quando nos referimos à Montblanc – e também há a cultura da alta relojoaria.

Uma relação interessante acontece devido ao fato de Vasco da Gama ser português e, de alguma forma, o Brasil ter afinidades com este grande descobridor.

Não é o mesmo descobridor que foi para o Oeste, mas que também navegou para o Sul. O Brasil foi descoberto como uma nova terra – uma nova história a ser contada.

O que podemos esperar, então, da Montblanc com relação à nova coleção?

Jérôme Lambert – Nós sempre quisemos criar emoções verdadeiras e inspiradoras.

Essas emoções de descobertas – por isso escolhemos a África do Sul –, assim como a de Vasco da Gama ao chegar à África do Sul, são coisas que queremos compartilhar.

Esta grande descoberta foi objeto de muita precisão com instrumentos. Podemos esperar, além da localização, a descoberta de um produto que proporcionará a mesma surpresa.

O lema da Montblanc é “Compartilhar a paixão pela relojoaria fina” e essa paixão é algo que realmente acreditamos.

Tudo o que sabemos nos anos dos 156 anos da fábrica Minerva também influenciam no que fazemos hoje e na coleção de Montblanc.

As linhas que vocês viram e verão ao longo do ano representa uma verdadeira continuidade do que foi Villeret e Minerva 50 anos atrás.

Que tipos de materiais podemos esperar nessa nova coleção?

Jérôme Lambert – Teremos peças de ouro branco, ouro rosa e aço. São os três principais materiais para estes relógios.

Mas contamos também com diferentes acabamentos nos mostradores com uma apresentação visual bastante importante.

São peças que serão companheiras para a vida, que poderá usá-las todos os dias. Seguimos o princípio de dar valor para o dinheiro. É algo que você pode reparar em todos os nossos produtos.

Uma das principais preocupações dos brasileiros é o preço final dos relógios. Como será a politica de preços da nova coleção – que inclui a linha Vasco da Gama?

Jérôme Lambert – A Montblanc já possui oito butiques no Brasil – com algumas novidades que estão por vir. Isso nos dá a oportunidade de ser uma marca nacional, não apenas uma marca São Paulo-Rio.

Quando tratamos disso, precisamos ter preços atrativos para o mercado. Então decidimos cortar as nossas margens quando tratamos de Brasil.

Os produtos têm uma variação de apenas 15% no país, algo bastante competitivo. Desta forma, não exportamos clientes para outros países.

Quando você tem uma butique, tem salários para pagar – precisamos realmente desenvolver o mercado local.

Uma butique da marca tem sempre as melhores ofertas de quantidades de produtos, se compararmos à outras grifes.

O alinhamento dos produtos de uma loja brasileira comparada com Miami ou Paris, por exemplo, é de 100%.

As complicações têm se tornado algo bastante comum na linha da Montblanc. Como elas vão chegar desta vez?

Jérôme Lambert – Elas estarão presentes. O usuário descobre complicações bem interessantes e de fabricação própria.

Este ano apresentaremos cinco novos movimentos, o que é algo grande para qualquer relojoaria. Isso é um verdadeiro feito quando tratamos de Montblanc.

Alguns deles já foram apresentados e, em julho, teremos mais uma apresentação de um movimento feminino.

São desenvolvimentos em relação ao conteúdo da relojoaria fina, que entrarão na nossa linha.

Alguns deles produzidos em Villeret – como os de grande complicação – e algumas peças que são finalizadas em Le Locle.

O que eu gosto nesses novos relógios é a fusão de relojoaria fina – quando você vê os movimentos, as pontes e o nível de decoração – e o puro avanço quando tratamos de uma nova funcionalidade.

Muitas relojoarias com muita experiência lançam novidades verdadeiramente inovadoras, mas acabam esquecendo a principal função de um relógio.

Na nova linha é possível perceber a sinergia de Montblanc e Minerva.

Atualmente, quanto a marca está preocupada com a precisão de seus relógios?

Jérôme Lambert –Realizamos um teste em todos os nossos relógios chamado de “Teste das 500 horas”.

É algo que levamos de maneira bastante séria, em que submetemos cada uma de nossas peças a uma série de testes, que levam cerca de 500 horas. Isso atesta a resistência precisão de cada um dos nossos relógios.

*O jornalista viajou para a África do Sul a convite da Montblanc.

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