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Nudez, sexo, obsessão: por que 'Saltburn' já é o filme mais polêmico do ano

Três motivos para você conferir a história do universitário que faz de tudo para ingressar no exclusivo universo dos ultrarricos

Cena de Saltburn: confronto de classes em Oxford (Prime Video/Divulgação)

Cena de Saltburn: confronto de classes em Oxford (Prime Video/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 16h13.

Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 16h27.

O primeiro ponto que chama a atenção neste filme é o título. Não é o nome próprio de um protagonista, não traz adjetivos, não se trata uma ação. É apenas a denominação de uma propriedade. Saltburn é um castelo na zona rural inglesa, de uma família muito tradicional. E muito rica.

Os donos de Saltburn são os aristocráticos Catton. Felix, o filho mais velho, é aluno de Oxford. É bonito e cheio do dinheiro. Generoso, está sempre rodeado de amigos. Oliver Quick, em contraste, é um bolsista nerd que se sente excluído e observa à distância o mundo de Felix.

Um dia Oliver empresta sua bicicleta a Felix e cai nas graças do estudante mais popular da universidade. Chegam as férias de verão e o herdeiro Felix convida o discriminado Oliver a passar uma temporada em Saltburn. Uma série de acontecimentos então se desenrola na propriedade.

Há quem considere o enredo entre óbvio e exagerado. De fato, é possível antecipar que Oliver está disposto a tudo para fazer parte do universo dos ultrarricos. Já os excessos fazem o filme oscilar de gênero, entre o drama e a comédia.

Saltburn não levou nenhuma categoria no Globo de Ouro, que aconteceu neste domingo. Também não deve ficar entre os mais premiados do Oscar este ano. Mas é difícil ficar imune a sensações conflituosas durante os 127 minutos do longa, disponível na Amazon Prime. Apontamos a seguir, tentando evitar spoilers, nem sempre com sucesso, três razões para assistir ao longa.

Um cinema fora dos padrões

Assim como o sangue nas produções de Tarantino, pode-se dizer que Emerald Fennell encontrou uma marca em suas duas produções como diretora até agora. Em seus filmes, o espectador é sacudido por atos inesperados, nudez, sexo, menstruação. Não há tabus para Fennell.

Em Bela Vingança, a sua estreia na direção, em que levou o Oscar de melhor roteiro, a protagonista cospe no café do médico que a corteja, olhando em seus olhos. Em Saltburn, a cena em que Oliver lambe a banheira em que Felix havia acabado de se masturbar já entrou para a antologia do cinema.

Um elenco fora de série

Barry Keoghan se entrega completamente ao papel do obcecado Oliver. A cena final, uma dança solo, é apoteótica. Jacob Elordi, o Elvis Presley do filme Priscilla, transmite com segurança a altivez de quem nasceu em um castelo de privilégios. Rosamund Pike, como a mãe de Felix, rouba as poucas cenas em que aparece.

O tema da ascensão social

Entre tantos outros filmes, o confronto de classes entre jovens é o tema de O Talentoso Ripley, em que também há uma tensão crescente entre o herdeiro e o arrivista. Parasita levou seis estatuetas do Oscar em 2020 ao retratar as diferenças entre duas famílias sul-coreanas. Saltburn fala sobre excesso, muito excesso, em uma casa em que costume e gravata são obrigatórios nas refeições, e a ambição desenfreada de quem não é pobre, afinal. Oliver Quick vem de uma família classe média. Mas é pouco para o obcecado estudante.

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