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Bar da Dona Onça volta atrás e recoloca estrogonofe no cardápio

Reclamações por parte dos frequentadores fizeram o estabelecimento desistir do boicote ao tradicional prato russo

Bar da Dona Onça: boicote ao estrogonofe causou indignação. (Bar da Dona Onça/Reprodução)

Bar da Dona Onça: boicote ao estrogonofe causou indignação. (Bar da Dona Onça/Reprodução)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 9 de março de 2022 às 12h42.

Última atualização em 9 de março de 2022 às 12h50.

O estrogonofe pode até ser um prato de origem russa, mas a receita que leva pedaços de carne e muito creme de leite mostrou que pode causar imensa comoção entre os brasileiros, pelo menos na internet.

Ontem, a guerra entre Rússia e Ucrânia chegou na gastronomia paulistana, quando o Bar da Dona Onça, localizado no icônico edifício Copan, anunciou que estava retirando o estrogonofe de seu cardápio em protesto contra o país chefiado por Vladimir Putin.

O estabelecimento é comandado pela prestigiada chef Janaína Arueda, que também está à frente da premiada Casa do Porco. Arueda disse que o bar decidiu “tirar o prato do cardápio como forma de lembrar que uma nação não pode ser representada por um homem como este presidente, mas, sim, por sua rica história cultural, criada pelo povo.”

As reações ao boicote do prato, conhecidíssimo em todos os rincões do Brasil, gerou críticas na internet por parte dos frequentadores do bar.

Hoje pela manhã, o Bar da Dona Onça ouviu os anseios populares e recolocou “estrogonofe de boi com batata palha frita e arroz soltinho” no cardápio. 

"Depois de centenas de pedidos de nossos clientes, o Bar da Dona Onça voltará, a partir das 12h desta quarta-feira, a servir o Estrogonofe. Durante o mês de março, a renda da venda do prato será revertida para o projeto @paodopovodarua.", afirmou o estabelecimento. "Todas as quartas-feiras deste mês ela [chef Janaína Arueda] continuará contando a história deste prato russo, que será distribuído para moradores de rua na Praça Princesa Isabel", conclui a nota. 

Kiev Mule

Além dos pratos, os boicotes contra a Rússia estão presentes nos copos. O Moscow Mule, bebida clássica que tem como base vodca, limão e angostura, também já sente os efeitos da guerra.

Em bares da Lapa, no Rio de Janeiro, a vodca russa presente nos drinques de algumas casas foram substituídas por destilados brasileiros e importados (exceto da Rússia). A bebida passou até mesmo ser chamada de "Kiev Mule" em alguns bares.

Segundo reportagem do The New York Times, em Nova York, restaurantes de culinária russa estão sentindo o público ir embora por conta da guerra. Em alguns estabelecimentos, o movimento chegou a cair 60%.

A confusão chegou até mesmo nas grandes premiações internacionais de gastronomia.

O prestigiado Guia Michelin, por exemplo, anunciou na semana passada que está suspendendo suas recomendações em todos os restaurantes russos. "Dada a severidade da crise atual, as equipes do Guia Michelin tomaram a decisão de suspender todas as atividades de recomendações de restaurantes na Rússia", comunicou o guia. 

Ontem, o 50´s Best também anunciou a exclusão de casas russas da sua lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. Ironicamente, o anúncio deste ano seria sediado em Moscou, mas foi mudado para Londres. "Não atribuímos a nenhum bar ou restaurante a responsabilidade pelas ações de seu governo, mas confirmamos que não haverá estabelecimentos russos nas listas de 2022", disse, em nota.

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